Inter 3 (poderia ter sido 6 ou 7)x0 Vasco
Na tarde ensolarada e quente de domingo, viria o líder do campeonato e um dos times mais equilibrados do Brasileirão com 54% de aproveitamento fora de casa. O temor de pegar o líder fez os colorados lotarem meio estádio pra empurrar o Inter de qualquer maneira para a vitória. Ganhar por meio a zero estava pra lá de bom. O Inter nos daria mais, muito mais alegria nesse domingo. O Inter mais uma vez nos alimentaria as esperanças por uma vaga na Libertadores e, agora mais do que nunca, pelo futebol apresentado, podemos confiar na vaga.
Mal começou o jogo e o Inter encurralou o Vasco no seu campo de defesa: Nei recebeu a bola do Jô que se protegeu do zagueiro com o corpo, abriu um espaço para Nei meter uma bomba. Fernando Prass catou. Logo depois, Jô roubou a bola de Prass na ponta da área e tentou por cobertura; a bola lambeu a trave. Meio minuto depois, Ilsinho penetrou pelo bico da área e chutou pra marcar, Fernando Prass fez outro milagre. O time do Inter inteiro corria feito louco em busca do gol e, no meio de um mar de oportunidades do colorado, o Vasco teve a sua com Diego Souza tentando uma bicicleta que Muriel defendeu bem.
O primeiro tempo acabou com o placar empatado sem gols e a apreensão começava a aparecer no rosto dos torcedores – eles mal sabiam o que estava por vir... Ao contrário do que muitos pensavam; ao contrário do que geralmente acontece, o Inter voltou com a mesma pegada do primeiro tempo. Kleber arrancou pelo lado e foi derrubado, mas a vantagem ficou para Andrezinho que achou D’alessandro livre dentro da área. O gringo ajeitou a bola e chutou, contou com o desvio da defesa e correu para os braços do Gigante da Beira Rio que entrou em erupção.
O fator mais importante nesse jogo foi: o Inter jogava muito superior ao adversário e no momento que fez o gol continuou atacando; não perdeu o ritmo. Foi isso que Andrezinho fez quando chutou cruzado e fez a bola lamber a trave lá onde a coruja dorme. Logo depois, o mesmo Andrezinho cobrou escanteio na cabeça de Bolatti e obrigou Prass a fazer outro milagre. André se machucou e deu lugar a João Paulo – até que enfim, João Paulo! – e já no cartão de visita, o garoto roubou a bola no meio campo, deixou meio time do Vasco pra trás, pedalou e driblou o zagueiro, meteu um balaço para o gol e Prass, como um gato, catou.
O Vasco ameaçou começar a querer jogar, já que até então o Inter teve domínio total do jogo, sem levar nenhum susto nem perigo, mas o maestro D’alessandro deu conta de começar a jogada que mataria o jogo: o gringo cobrou o escanteio na medida, na cabeça de Bolatti e Fernando Prass – ah, esse Fernando! – espalmou, mas a bola sobrou pra ele: o zagueiro que mais marcou gols com a camisa do Internacional, o zagueiro que mais marcou gols na história do Brasileirão em pontos corridos, plenos 36 anos de idade, cabeceia e corre para o abraço.
D’alessandro, o nome do jogo, o cérebro do Inter, saiu para a entrada de Tinga. O gringo viu quase 25 mil pessoas levantarem da arquibancada e o aplaudirem. Andrés D’alessandro saiu de campo merecidamente ovacionado! Mas o Inter ainda confirmaria o show: João Paulo recebeu de Kleber na ponta da área, e mais uma vez pedalou na frente do zagueiro, fez bela jogada e conseguiu tocar para Tinga que, com um toquinho sutil, fez o terceiro em cima do líder. Tinga ainda deu um balaço de fora da área que Prass espetacularmente espalmou.
O Vasco saiu do Beira Rio com “superávit”, no lucro... muito no lucro. O Inter tranquilamente poderia ter feito mais dois, três, quatro gols; só não fez porque o nosso adversário tem uma muralha no gol. Fernando Prass simplesmente fez 7 das 10 defesas difíceis. Os números não deixam mentir a superioridade do Inter: o time colorado teve 60% de posse de bola, enquanto o Vasco teve 40%. O Inter não teve Damião, mas teve D’alessandro. Coincidência ou não, o gringo jogou brilhantemente bem e o time inteiro deu show. Bolatti (sim, o lento) e Guiñazu (sim, o velho) deram outro ritmo ao Inter. Moledo e Índio foram impecáveis na zaga e também na bola aérea. O Vasco adiantava a marcação, mas o meio campo colorado conseguia a infiltração. O único que poderia render mais foi novamente o Jô. O D'alessandro... bem, esse aí foi indiscutível, inquestionável, impecável do gringo. O hermano simplesmente brincou de jogar bola, comandou a vitória do Inter e saiu de campo com a perna completamente esfolada e machucada por ter sido caçado o jogo inteiro. As marcas da batalha:
O show do Justin Bieber (a biba!) é amanhã, mas o Inter já deu um show bem melhor hoje; colamos no grupo da Libertadores e ganhar de goleada do líder dá uma moral e tanto. O Inter fez sua melhor apresentação no returno e, talvez, do campeonato, todos os sistemas do Inter funcionaram em perfeita harmonia.
Ainda dá, Inter!
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