domingo, 31 de julho de 2011

Atlético-GO = Muro de Berlim

Inter 0x0 Atlético-GO

Assim como o muro de Berlim foi construído para dividir a Alemanha socialista da comunista, não deixando que os habitantes de uma passassem para a outra, o Atlético fazia o mesmo papel: não deixar o Inter furar o paredão atleticano. E conseguiram. Normalmente, um time tem dois zagueiros, o nosso adversário tinha dez – dez por causa do centroavante, mas sendo que este pouquíssimas vezes passou do meio campo e muitas vezes ajudou na marcação.

Ninguém vai esquecer da manhã ensolarada de domingo, onde vimos Índio com o rosto coberto de sangue pelo seu nariz quebrado. Sendo guerreiro, Índio permaneceu no jogo contra o Barcelona e comemorou o título mundial com o nariz deslocado. No dia em que o Índio estava comemorando seu jogo de número 300, o Inter não conseguiu saiu do zero contra a retranca do Atlético.

Nei rouba bola, D’alessandro corre para pega-la, mete no Andrezinho que enche o pé e o goleiro espalma pra fora. D’alessandro cobra escanteio na cabeça do Índio e, se não fosse pelo milagre do Márcio, ele marcaria. Foram assim os primeiros três minutos de jogo e assim seguiu. O centroavante atleticano raramente passava do meio campo e o Inter tentava furar o “muro de Berlim” que o adversário impusera.

Depois da “La Boba” do D’alessandro, Dellatorre – o menino que fez sucesso no juniores e entrou na quase impossível missão de substituir Leandro Damião – recebeu a bola do gringo e chutou, mas lá estava o muro do Atlético que não deixou a bola chegar nem perto do gol. A posse de bola era do Inter, o gol que estava na forma era do Inter, a pressão era do Inter; mas quando entrávamos na área tinham os “dez zagueiros” pra tirar a bola pra longe dali.

 No segundo tempo mantivemos o mesmo ritmo, Osmar fez algumas substituições, mas só colocou João Paulo – o menino que tanto se destacou na Copa Audi – nos últimos três minutos de jogo e o garoto ajeitou a bola de cabeça para o companheiro marcar, mas lá estava o goleiro Márcio.


No último minuto de jogo, Andrezinho estava pronto para bater uma falta perigosíssima e, antes de bater, o árbitro acaba o jogo. Mais uma proeza dos árbitros brasileiros...


Perguntas que não querem calar: O que aconteceu com o Inter? Será que a retranca braba do Atlético é melhor que a defesa do Milan e Barcelona? Sim, furamos duas vezes cada uma das defesas, mas não conseguimos furar a do Atlético. Será mesmo que o fator "empate" se deve à falta de Leandro Damião no time? Na minha mais humilde opinião, o Inter jogou bem, o Inter criou muitas chances claríssimas de gols. Dellatorre foi quem mais concluiu, o menino foi muito bem; só faltou fechar com chave de ouro: o gol. O Muriel não suou uma gota hoje, o nosso goleiro só assistiu ao jogo e isso prova que o Inter não foi mal no jogo.

O Inter ainda não tem técnico definido. Osmar Loss deve mesmo ficar? Hoje entramos em campo com três volantes e no intervalo ele tirou um. Beleza, corrigiu o erro, mas será que em todos os jogos teremos esse tempo para mudar e arrumar o time antes de termos levado gols? E aqui eu faço um apelo: Foi só o Fernando Carvalho dar as caras novamente que o Wilson Matias está no time. O “espetacular” já provou mais de uma vez que ele é uma pedra no caminho do Inter. Faz dinheiro do cara, vende o pereba para o torcedor não precisar ter a infelicidade de ir ao estádio e ver as proezas espetaculares que ele faz. Ninguém vai ao Beira Rio pra ver furada e entregadas de bola do Matias. Já nos basta o Nei.

A meninada tá entrando no Inter e sangue novo sempre é importante. Avante, Inter!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Meninada, Homem Pênalti e Vídeo Game: Inter Bate Milan.

Copa Audi: Milan 2(0)x(2)2 Inter

Hoje o uniforme branco fez as nossas novas estrelas brilharem. O Inter foi convidado para um torneio curto, mas de altíssimo nível, desde as faxineiras até os clubes participantes. Não pode existir torcedor que não se orgulhe de ver seu time jogando no meio de gigantes do futebol mundial e jogar equiparado a eles. Apenas um torcedor pode achar ruim jogar contra Milan, Bayern e Barcelona: aquele em que seu time não joga. Só. Além da grana embolsada, tem a experiência enorme de enfrentar um Barcelona da vida. Por mais que valha pouco essa competição, o Inter vai tirar muito proveito disso. E uma coisa já ficamos sabendo: o Internacional de Porto Alegre é forte, SIM, é qualificado, SIM. Mesmo em meio a crises, à demissão de técnico, com time embaralhado e desfalcado, fizemos bonito, sim.

A guerra de hoje era contra o Milan, do Pato, que perdeu para o Bayern nos pênaltis. Disputaríamos a terceira colocação com o clube do técnico que não conhecia o Internacional e nos chamou de “Porto Alegre” na coletiva de apresentação dos clubes. Mas antes de começar a comentar o jogo, quero que vocês reparem na diferença gritante da qualidade dos dois times:
Internacional: Renan; Glaydson, Bolívar, Dalton e Fabrício (Kleber); Wilson Matias, Elton (Nei), Zé Mário (Andrezinho) e João Paulo (Ricado Goulart); Gilberto (Lucas Roggia) e Leandro Damião (D'Alessandro). Técnico: Osmar Loss.
Milan: Abbiati (Roma); Antonini (Emanuelson), Thiago Silva, Yepes e Zambrotta (Oddo); Ambrosini (De Sciglio), Gattuso (Valoti) e Seedorf; Robinho (Boateng), Alexandre Pato e Ibrahimovic (Cassano). Técnico: Massimiliano Allegri.

O Milan foi com força total para o jogo, o Inter, com o time B. O jogo mal começou e aos 3 minutos, em um tabelamento envolvente, Seedorf deu um tapinha na bola para Robinho. Este, por sua vez, cruzou rasteiro e Ibrahimovic fez um golaço de letra. Os caras nem comemoraram o gol pensando que ia ser fácil passar pelo “desconhecido Porto Alegre”. Aos 23 minutos, a estrela dos meninos brilhou. Gilberto fez belíssima jogada e deu um toque perfeito, na medida, no pé do Damião e ele só teve o trabalho de empurrar a bola, correr e "jogar video game".


A gurizada do time B do Inter não se intimidou e nem sentiu o peso da vermelhinha jogando contra o gigante Milan. A goleada que todos nós prevíamos que levaríamos com esse time fraco e que nunca jogou junto não se concretizou. Os meninos saíram da base do Inter para jogar contra Barcelona e Milan, e fizerem por merecer.

Tiago Silva nos ajudou quando deu uma rosca na bola e errou o gol. Pato carimbou a trave. O próprio Pato chutou pra fora. O segundo tempo começou assim, Milan pressionando, Damião caçado e Gattuso parecendo que estava lutando boxe no campo. A meninada não aguentou a pressão: Robinho deixou Pato livre pra marcar e sair na frente do Inter. O Renan foi salvador quando defendeu três bolas a queima roupa do atacante. Osmar Loss fez substituições e colocou D’alessandro para definir: Ricardo Goulart tentou o chute de fora da área e a bola bateu no zagueiro; D’alessandro, espertíssimo, esperou a sobra de bola, que aconteceu. Mesmo desequilibrado, mesmo sendo puxado pela camisa, El Cabezón empurrou a bola para o gol do Roma, levando a partida para os pênaltis.


O Milan editou o vídeo da seleção brasileira cobrando pênalti na Copa América, só que aqui as atenções se voltaram para o goleiro Renan, e não para o buraco que supostamente fez os jogadores chutar pra fora. Valoti foi para a primeira cobrança, mas Renan cresceu e deixou o gol pequeno. D’alessandro converteu para o Inter. Cassano cobrou e Renan brilhantemente catou de novo, no mesmo canto. Nei fez 2 a 0 para o Inter. Oddo cobrou mal e acertou a trave. O goleiro Roma catou a bola do Glaydson. Na última cobrança, Pato ficou frente a frente com Renan; o atacante correu, bateu e, mais uma vez, Renan fez outra defesa espetacular para deixar o Inter com a terceira colocação.

Quem sabe agora o técnico do Milan conhece o Internacional...

A Copa Audi nos internacionalizou mais ainda. Os gigantes do mundo não tiveram sossego para passar do gigante vermelho. Ali conhecemos o bom futebol e a ousadia de João Paulo, a confiança e o bom jogador que é o Fabrício, a velocidade e a inteligência de Lucas Roggia. Os meninos não nos decepcionaram, muito pelo contrário, jogamos até a metade do segundo tempo somente com Bolívar e Damião de titular, os meninos seguraram a partida. Muriel é o goleiro titular, mas Renan tapou a boca de muita gente (inclusive a minha), defendeu dois pênaltis, fez uma belíssima partida fazendo defesas dificílimas e mostrou para o mundo porque ele foi escolhido para cuidar das goleiras do Inter diante do Milan. Espetacularmente, Renan foi goleiro em 15 cobranças de pênaltis, 2 foram chutadas pra fora. Das 13 cobranças no gol, o goleiro do Inter atacou 7. Das cobranças de pênalti em que defendeu o gol colorado, Renan venceu todas. Renan, literalmente, é o Homem Pênalti.


Não é qualquer um que joga contra o Milan com o time B e se sai melhor. Não é qualquer um e nem todo dia que se joga contra o Barcelona. Não é todo dia que um clube brasileiro é convidado para um torneio assim. O meu time perdeu nos pênaltis para o Barcelona, levou sufoco do Milan, mas venceu. Tem times por aí que jogam em casa, com o torcedor do seu lado e empatam com o América-MG.

Avante, Inter!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Gigante Diante de Gigante, Novamente!


Depois de cinco anos e meio, novamente de uniforme branco, o Internacional duelou com o atual melhor time do mundo: Barcelona. As circunstâncias eram outras, o torneio era outro. Alguns dos jogadores do “time C” – como estão dizendo por aí – do Barça eram nada mais, nada menos que Valdes, Abidal, Villa, Iniesta, Busquet... O Inter aparecia no meio de gigantes como Bayern, Milan e o próprio Barcelona. O time catalão vinha de pré-temporada sem alguns titulares. Em contrapartida, o Inter está no meio do Campeonato Brasileiro, porém, com desfalques de peso como Oscar, Zé Roberto, Índio, Juan e Guiñazu. O jogo, lógica e obviamente, não seria nem um pouco fácil para o Inter.

A bola rolou e um filme vermelho passou na cabeça de todos os colorados, junto veio o nervosismo e a tensão. O Barcelona começou o jogo como um Barcelona: toque de bola inquestionavelmente perfeito, rapidez e habilidade surreal de envolver o adversário com seu toque de bola. O técnico do adversário, Guardiola, tirou o paletó e apareceu com uma camisa de gola polo – talvez pela despreocupação com o adversário “fácil”. D’alessandro lançou para Damião que sairia livre se não tivesse dominado a bola com o braço. Andrezinho chutou, mas se a bola não fosse ao encontro da lua talvez levasse perigo ao Barcelona.

O Barcelona foi mais eficiente. Muito mais. Para deixar o torcedor com o coração na mão, Bolatti fez uma falta dura na entrada da área e Iniesta se preparou para a cobrança. O batedor rolou a bola para Keita que, de primeira, deixou Tiago Alcântara na cara do gol e Muriel nada mais podia fazer. A defesa do Inter dormiu e Tiago concretizou o gol cinematográfico do Barcelona.

Depois do gol, aos 14, o Inter assistiu ao Barcelona tocar a bola e quem mais sofreu foi o Muriel. Aos 16 minutos, o adversário chutou na área e Muriel saiu na bola que já era do Nei e deu um tapa, ela sobrou para Afellay que ajeitou e meteu a bomba. Espetacularmente, Muriel espalmou e a bola bateu na trave. Depois de ter explodido na trave, a bola voltou para Afellay, mas ele chutou pra fora.

No segundo tempo o Inter voltou melhor, mais a vontade, mais solto. D’alessandro deu uma bola linda para Damião que precisava só chutar; o matador furou em bola, mas se recuperou e chutou outra vez: na rede pelo lado de fora. No lance seguinte, algo inacreditável, improvável e quase extraterrestre aconteceu: como há cinco anos e meio foi a hora de Gabirú fazer a torcida beijar seus pés, hoje, Nei “mitou”, literalmente. Com outro passe brilhante do D’alessandro, Damião correu para a bola, mas ela bateu no goleiro e voltou para o Nei que, de primeira, não errou o alvo e empatou a partida. Nei: o cara que foi pisoteado, criticado, odiado, que já foi chamado (inclusive por mim) de “avenida Nei”, hoje se redimiu e, se não tivesse o Muriel, foi o melhor no jogo. O careca fez o gol e calou a boca de quem o criticava (eu).
Logo após o gol, Andrezinho foi evitar uma saída de bola na área do Barcelona e “cruzou” na trave – que deve estar tremendo até agora. O empate durou sete minutos porque, ao 17, Jonathan dos Santos recebeu a bola com a defesa do Inter em um sono profundo. O menino ficou de cara com o Muriel e o goleiro nada pode fazer.


 Faltando cinco minutos para o árbitro encerrar a partida, D’alessandro tenta outro passe para Damião, o goleiro Pinto se adianta, pega a bola e se atrapalha quando toca para o próprio Damião. O goleador do Inter bate para o gol livre e, não sei de onde, Abidal aparece voando no ar e tira a bola que já estava quase em cima da linha de cabeça para escanteio; Damião caiu de joelhos no gramado não acreditando que a bola não entrou. O garoto João Paulo foi para a cobrança de escanteio e não fez feio: meteu na cabeça do Damião. E aí, bola na cabeça do Damião todo mundo sabe o que acontece: rede.

A partida acabou empatada e foi para os pênaltis. Nas cobranças penais para o Barcelona, Villa, Jonathan, Carmona, Armando Lozano converteram, a cobrança de Jeffren Muriel catou. Para o Inter, Kleber fez, Leandro Damião chutou pra fora, João Paulo converteu. Zé Mário, por sua vez, o jovem de 19 anos estreando pelo Inter contra o melhor time do mundo, também chutou pra fora. Assim, o Inter perdeu por 4 a 2 no pênaltis e ficou sem a vaga para a final.

A verdade é que muitos clubes queriam estar naquele torneio, de brasileiro, somento o Inter estava. Não é todo dia que se ganha do Barcelona, não importa se for o time D ou Z. Não é nada fácil segurar um time que tem entre seus “reservas” Valdes, Abidal, Villa, Iniesta, Busquet... Continuamos invictos contra o Barcelona no tempo normal. Os rivais falam, mas isso é choradeira de quem queria estar lá, mas não pode, não tem competência e grandeza para estar entre os melhor do mundo. O Inter, além de embolsar uma boa grana, ganha ainda mais internacionalização. Esse empate serviu para mostrar para o mundo que se é difícil de ganhar do Barcelona, também é difícil derrubar e acabar com a vontade e a garra do Interacional. Esses menininhos novos que jogaram (estrearam) pelo Inter hoje já têm uma carga de experiência nas costas.

Inter joga amanhã com o Milan para decidir o terceiro lugar do torneio.

Avante, Inter. Orgulho do Brasil, primeiro no ranking da Conmebol e o centro das atenções de chacotas e piadinhas invejosas!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Andrezinho: a luz no fim do túnel. A esperança.

Avaí 1x3 Inter

A semana foi longa, conturbada, difícil de ser digerida. Falcão sai do Inter com a desaprovação da grande maioria dos torcedores, Siegmann sai junto. Fernandão capitão planeta chega e acalma os ânimos dos colorados. Inter sem técnico enfrenta o Avaí e sábado embarca para Munique onde encara gigantes como Bayern, Barcelona e Milan. Torcedor pensa de quanto que vai perder para o Avaí e depois para o Barcelona, jogador pensa que não terá treinador e não sabe a derrota que poderá sofrer.

Antes da Copa Audi, um jogo na maravilhosa Florianópolis contra o Avaí – grande favorito ao rebaixamento. O gramado da Ressacada era igual àquele que a vó coloca a vaca pastar. O primeiro tempo foi aquela “naba” que a gente pensou que ia acabar empatado sem gols, durante a “naba” do jogo, Zé Roberto sentiu o púbis e saiu – vai ficar fora da Copa Audi também –, e Osmar Loss colocou Fabrício em seu lugar. O Fabrício conseguia matar todas as jogadas do Inter na primeira etapa; a bola caía no pé dele, pronto, acabava ali a posse de bola do Inter. Eis que a figura sóbria do árbitro mais uma vez nos jogos do Inter resolve dar às caras pra valer. O amigo avaiano William partiu pela área colorada e Bolivão foi dar cobertura. O centroavante do Avaí vai chutar a gol, mas não achou a bola.

O camarada protagoniza do ato mais bisonho do jogo, fura em bola, chuta o ar; roda com o impulso que fez para chutar e cai feito uma batata no chão. Aí, o amigo árbitro leva o apito à boca e marca pênalti. No meu tempo furar em bola não era pênalti, não sei agora com essas tecnologias aí... De um lado William, do outro Muralhael. O centroavante bateu o pênalti, Muriel catou e novamente ninguém foi marcar o batedor do pênalti caso tenha rebote. O rebote aconteceu e William marcou.

No começo do segundo tempo parecia que as coisas não mudariam de rumo. Até 15 minutos Loss ousou, tirou Guiñazu e colocou o homem que mudaria a história do jogo. Andrezinho ficou três meses parado e estava voltando de lesão, é, aquele mesmo que jogou quebrado no greNAL onde ganhamos o título... Andrezinho entrou, o time entrosou, tornou-se ofensivo e a virada aconteceu.

O primeiro gol saiu quando D’alessandro cobrou a lateral para Nei, para Andrezinho, para Tinga, Andrezinho, Damião na área. Damião estava de costas para o gol, segurou o marcador com ele e deu um toquezinho para Andrezinho concluir. Feito. A virada inacreditavelmente saiu dos pés do Nei – ele que foi vaiado no começo do jogo. Depois de um belo passe de Tinga, Nei cruzou perfeitamente (sim, eu disse perfeitamente), na medida, certinho na cabeça do Damião. O garoto se livrou da marcação, meteu a cabeça na bola e correu para o abraço.

Aí veio o último gol com mais uma participação do Andrezinho. Ele deu um toque magnífico para Damião na entrada da área e o menino não foi fominha, tocou para o D’alessandro que estava livre, e  o gringo não titubeou.


 O Internacional não fez mais que a sua obrigação em vencer o Avaí. O presidente Giovani Luigi respira em um sono aliviado essas horas. O Andrezinho vinha sendo muito importante para o Inter antes de se lesionar, foi peça fundamental na conquista do Gauchão. Hoje não foi diferente, ele participou dos três gols colorado e mudou completamente a história do jogo, trouxe esperança e confiança aos torcedores. O Nei me surpreendeu e aposto que surpreendeu todo mundo. Ele disse que não ligava nem um pouco para o que a torcida dizia ou pensava dele, ele é um pouco mal agradecido, mas não posso deixar de elogiar a partida do careca. É tão surpreendente ver o Nei jogando bem quanto ver políticos honestos e dignos.

Sábado embarcamos – sem técnico – para Munique onde encontraremos Barcelona, Bayern e Milan. Esse torneio vai ser para embalar e fazer o Inter sair da crise, ou afundá-lo ainda mais.

Avante, Inter!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O maior vencedor se entrega de corpo, alma e “de coração” ao Inter.

Há três anos Fernandão pronunciava as seguintes palavras: “O Inter é a minha casa, o Inter é algo que eu aprendi a amar. Eu voltarei seja como jogador, dirigente ou torcedor.” Três anos e trinta e seis dias depois, Fernandão volta para casa para exercer a função de diretor técnico de futebol. O capitão eterno volta para estufar o peito dos colorados de esperança.


A demissão precoce e de mau caráter do Falcão provocou um alvoroço entre os colorados pela discordância disto. Muito mais da maioria dos torcedores são contra a demissão de Paulo Roberto Falcão e também contra a permanência de Giovani Luigi ocupando o cargo de presidente. Sem dúvida, o presidente foi esperto e fez uma jogada de marketing inteligente: trazer Fernandão – o homem que deu maiores alegrias a torcida e que nos tornou os maiores vencedores de todas as gerações coloradas – como diretor de futebol. Isso amenizaria a pressão dos torcedores para com ele e faria com que estes voltassem a confiar em seu mandato.

Bem, os ânimos da torcida já se acalmaram. Fernandão disse que não veio para suprir a falta de outro ídolo – Falcão, demitido –, mas sua vinda proporcionou ao presidente um tempo maior para respirar e sair do encurralamento.

Fernando Lúcio da Costa, o homem que “jamais se viu vestindo outra camiseta”, tinha que ser a do Internacional, depois de três anos, onde foi embora em meio a um lago de lágrimas, volta para tirar o colorado de uma crise. O maior vencedor dos últimos 30 anos da vida do Internacional, no auge dos seus 33 anos de idade, pendurou as chuteiras e “se entregou de coração” novamente ao Inter. Mais uma vez, Inter e Fernandão se unem em um matrimônio amoroso.

O Fernandão é um homem de caráter extraordinário e vem com vontade de trabalhar. Se o Luigi deixar o novo diretor de futebol trabalhar, o negócio anda. Luís Anápio Gomes assumiu o cargo que era de Roberto Siegmann e prometeu que Fernandão terá “ampla autonomia”.  A história do capitão eu nem preciso relembrar, o homem está fresco na memória de todos os colorados. Não tem como esquecer.

Logo vem o Barcelona, viu, Luigi? O cargo de técnico ainda está vazio. O interino comandará o elenco no jogo contra o Avaí.

Bom recomeço para o Fernandão no Inter. 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Efeito dominó: Siegmann cai e leva o mito Falcão junto


Após três meses e sete dias, o mito Paulo Roberto Falcão, que foi recebido com festa no Gigante, cai do comando de técnico do Internacional. Depois de apresentar um pobre aproveitamento com um elenco fraco de 50%, Luigi demite Siegmann e Falcão. O ex-treinador foi contratado por vontade de Siegmann e há muito que havia atritos entre o vice e presidente de futebol do Inter. Fernando Carvalho atua como coadjuvante no Inter e opina em quase todas as decisões tomadas por Luigi.

Em contrapartida, muitos colorados são desfavoráveis à demissão de Falcão. O homem não conseguiu fazer milagre e nem tirar um jogador brilhante da cartola. Ele pediu reforços e até chegou a dizer que o Inter não tinha time para brigar pelo título do Brasileirão – e realmente não temos. Apesar de não ter elenco, Falcão merecia mais tempo para trabalhar e trazer os resultados, mas como Luigi só foi eleito por causa do apoio de Fernando Carvalho e que, por sua vez, não se bica com Falcão, quando Luigi demitiu Siegmann quase que obrigatoriamente Falcão cairia junto.

Os nomes mais cotados para assumir o comando de técnico do Internacional não são muito animadores: Dunga (que não tem experiência nenhuma em clube), Cuca (que nunca ganhou um título decente), Mário Sérgio, Dorival Júnior. Muita gente pede pela volta de Fernando Carvalho, agora no lugar de Roberto Siegmann, mas boa parte do que aconteceu nesta manhã se deve ao Carvalho. Em outras palavras, Luigi é faixada e obedece rigorosamente as opiniões de Carvalho. A única diferença é que Fernando errava, mas trazia jogadores e títulos, Luigi é o oposto.

Eu não sei, mas que tragam Fernandão como zagueiro, treinador ou dirigente. Precisamos de liderança. Há muito tempo que não se viu um elenco e uma direção tão ruim no Internacional. Sempre que há mudanças, há esperanças. 

domingo, 17 de julho de 2011

De mal a pior...

Inter 0x3 São Paulo

O confronto com o São Paulo não seria fácil. Tivemos vários confrontos com os amigos e por muitas vezes os trituramos impiedosamente, mas hoje, o negócio foi bem diferente. Jogávamos em casa, precisando de uma vitória, torcida a nosso favor, mas resultado contra.

O Inter jogou um primeiro tempo muito ruim, jogo de dormir de tédio, mas não para os são-paulinos. O São Paulo foi melhor durante toda a primeira etapa. D’alessandro animou a torcida quando deu um passe cinematográfico para Damião que ia sair na cara do Rogério Ceni, o amigo árbitro – sim, roubando em jogo contra do São Paulo também! – viu impedimento – não sei aonde. Quem sabe ali sairia o gol e mudaria a história do jogo, mas...

Mas que depois só deu São Paulo. Rogério Ceni cobrou uma falta, mas quem tem Muriel no gol não sofre gol de goleiro (pelo menos isso, né). Aí, o veterano Rivaldo revolveu dar show de maturidade. Meteu um cruzamento na cabeça de Casemiro, Muriel nada pode fazer a não ser assistir à bola entrando em seu gol. Logo depois Fernandinho chutou de longe e marcou um belo gol.

No segundo tempo o negócio melhorou. O Inter botou o São Paulo para trás e começou atacar. Amigos, o Inter procurou o ataque os 45 minutos inteiros, mas sem NENHUMA objetividade. Era um chutão pra área, outra cabeçada que se uma mosca cabeceasse ia mais forte, outro chutão pra fora, um chute do D’ale no meio do gol que Ceni catou, uma virada do Damião pra fora. Quando faltava um minuto para o final do jogo, a derrota quase virou goleada. O São Paulo fez mais um gol de despedida.

O Inter perdeu sua terceira partida consecutiva e caiu do sétimo para o oitavo lugar. O maior problema do Inter foi o meio campo, o ataque e a defesa. O meio campo equilibra o resto dos setores: se os meios campistas não criam e não abastecem os atacantes, o ataque fale. Se o meio campo fura sempre e tudo sobra para os zagueiros, a defesa fale. O que faltou para o Inter não foi vontade, foi o Oscar e reforços.

O Inter grita desesperado por reforços. O Falcão hoje tirou o Bolatti – que há muito não vem contribuindo para nada – para colocar Elton (quem é Elton???); e Ricardo Goulart para a entrada de Fabrício. Quando perdemos um jogo e jogamos mal como nós o fizemos hoje no primeiro tempo, precisamos de jogadores de QUA-LI-DA-DE para que este possa acrescentar algo a mais na equipe, e não jogadores onde apostamos que de repente hoje possa ter baixado o espírito no camarada e ele entra pra decidir.

O Siegmann não muda o discursinho e nem a voz grossa dele pra botar medo, diz que está trabalhando, mas na tabela a gente só desce. Os nossos dirigentes dizem que não têm condições financeiras, mas dinheiro no mundo do futebol é taça no armário e torcedor no estádio vendo bom futebol. Nós precisamos ter jogadores que o Falcão possa olhar para o banco e dizer: “Bom, eu vou colocar ele e eu posso garantir que ele vai me dar retorno”. O Falcão é um grande homem e um grande treinador. Confio inteiramente nele, mas ele precisa de ELENCO. Elenco = jogadores qualificados que possamos substituir um Oscar da vida, um D’alessandro da vida ou um Damião da vida. Daqui a pouco o Damião sai do Inter e o Inter bota o Sasha no ataque, é isso?

Se os reforços não vierem, desceremos ladeira abaixo na tabela. SIEGMANN, OS REFORÇOS ERAM PARA ONTEM, AMIGO! Ou tu te liga, ou rapa fora.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Futebol é oposto de justiça.

CBF corintiana 1x0 Inter

Lembram-se desse momento?


Pois bem, o jogo de hoje, mais uma vez, se marcou pela roubalheira descarada do amigo Ricardo Marques sempre, é claro, favorecendo o Corinthians. Sabíamos que iríamos jogar contra um time que vem fazendo uma incontestável campanha nesse Brasileirão e também com um time que ganha total favorecimento dos árbitros. A renda do clube dono da casa foi de mais de um milhão, metade dela vai parar no bolso do camarada Ricardo Marques e de seus assistentes de meia tigela.

Essa palhaçada da máfia dos apitadores favorecendo o Corinthians não vem de hoje, e nada me assusta se eles levantarem o caneco dessa competição. Eu só queria saber se vai demorar muito tempo pra derrubarem o corintiano Ricardo Teixeira da CBF. O pior é que a gangue não é composta só por ele e a cambada de árbitros desqualificados, tem também a imprensa – inclusive a Globo – que coloca Ronaldinho no time que quer, dá ou tira título, favorece ou desfavorece um clube e assim vai. Mas que o Corinthians continue roubando de montes, enquanto eles planejam a fraude o meu time estará passando por cima de roubos e empilhando títulos.

Jamais nos esqueceremos do título de campeão brasileiro roubado do Inter.  

Rumando para o jogo, o nosso adversário – apesar do árbitro, a casa e os torcedores ao seu favor – passou sufoco durante todo o jogo com o Internacional. O primeiro tempo, assim como o resto do jogo, foi equilíbrio total entre as equipes. Aos 20 da primeira etapa o Inter partiu para o ataque e socou o Corinthians na defesa, concluímos com Oscar, mas a bola não entrou.

 No segundo tempo, entre uma falta que não foi falta e outra, o árbitro achou mais uma falta no canto da área. Alex foi para a cobrança, mas Muriel agarrou. Logo em seguida, D’alessandro, em uma cobrança de escanteio, meteu a bola na cabeça do Xicaum, ela caiu para trás, Oscar ajeitou e meteu o pé. A bola raspou a trave e foi para fora. Falcão resolveu fazer algumas substituições. Saiu Bolatti para a entrada do Glaydson e quando este estava prestes a entrar no gramado o árbitro mandou a cobrança de lateral favorável ao Corinthians ser efetuada, enquanto Glaydson corria para fazer a marcação, o gol já havia sido feito pelo Willian. Pois é, é meio estranho um fato desses... Mas o Corinthians ganhou na sorte, no susto, no detalhe. Levou sufoco do Inter boa parte do jogo. A derrota não foi nem um pouco justa, mas nada tem de justo no futebol.

O que deve ser destacado nessa partida não é a falta de ética e moral da CBF e sua corja, mas sim o futebol apresentado pelo Internacional. Apesar de tudo, jogávamos com o time de melhor campanha do campeonato e sofremos um gol com uma ajudinha do árbitro e por uma falha da nossa defesa. O Inter, em grande parte do jogo, encurralou o Corinthians lá atrás e atacou, procurando o gol. Merecíamos no mínimo o empate, pois tivemos mais chances que o adversário no jogo, mas não aproveitamos para balançar a rede. 10 pontos nos separam do líder, mas isso não me assusta. O campeonato é longo e ninguém – não antes e nem depois do Inter de Falcão em 79 – consegue manter um ritmo desses em um campeonato tão longo.

Uma coisa que preocupa é a escassez no banco reserva e a deficiência do nosso querido lateral Nei. O careca foi bem em toda a partida, mas foi ofuscado pela bola oferecida ao corintiano onde quase se originou um gol. A avenida nas nossas laterais, principalmente no lado do Nei, tem que acabar. Não sei se o Nei é daltônico e confunde a cor das camisetas ou tudo isso é muita falta de técnica. Há muito que o Siegmann diz que está “trabalhando em contratações pontuais”, mas no banco nada se renova.

Avante, Inter! Rumo ao tetra. 

domingo, 10 de julho de 2011

Só faltou o Oscar.

O Inter foi a São Januário para confirmar a retrospectiva do Falcão, que ganhou mais fora do que em casa. Porém, não foi isso  que aconteceu. O Inter jogou de igual para igual no primeiro tempo, fez uma jogada muito boa com Damião que só não marcou porque o goleiro agarrou. O Vasco respondeu em uma cobrança de escanteio e o vascaíno cabeceou bem, mas Muriel espalmou certo, para o lado. O que ele não esperava era que Eder, ao invés de cruzar como era esperado, chutou e Muriel nem viu a bola entrar.


 Depois do gol o Inter dormiu e Eder mandou uma bola no travessão. D’alessandro ainda recebeu uma bola boa do Kleber, deu uma meia lua no amigo vascaíno, passou pelo goleiro, mas chutou na rede pelo lado de fora. O Vasco teve uma falta bem cobrada, igualzinha àquela que enganou o goleiro do Corinthians, mas Muriel brilhantemente espalmou, mas Dedé estava esperando a sobra de bola - que aconteceu - e marcou o último gol do jogo.

O Inter ainda teve algumas chances mal sucedidas com Damião e alguns escanteios. Aliás, fazem anos que o Inter não consegue fazer um gol de uma cobrança de escanteio. Tem que treinar isso aí, Falcão! Fora isso, o que faltou para o Inter foi inegavelmente Oscar. Há alguns dias o Inter dependia extremamente do Damião, agora também do Oscar. O menino arruma o time, arma, conclui. É uma pena perdê-lo por alguns jogos.

Avante, Inter. Rumo ao TETRA!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O goleador arma e o armador goleia...

O frio que primeiro atrofia os dedos dos pés, depois o nariz, as mãos. Aquele ventinho gritantemente gelado que sopra do Guaíba. Adversário na zona de rebaixamento com um pontinho só na tabela. Inter sem D’alessandro, em contrapartida, com Oscar. O jogo teria lá suas dificuldades, mas durante a semana o Inter lutou para trazer de volta Oscar que já estava no Rio de Janeiro com a seleção, e o menino conseguiu furar o muro que era a defesa do Atlético.

O primeiro destaque vai para o árbitro, Paulo César Oliveira. O camarada teve dó do Furacão que está descendo ladeira abaixo agora, imagina depois com o Renato no comando, e tirou a noite para aliviar a situação do Portaluvas. Primeiro, anulou um gol legítimo do Bolívar que nem um deficiente visual marcaria falta no lance entre Zé Roberto e o goleiro Renan – o bandeirinha estava de frente para o lance e correu para o meio do campo validando o gol. Sem contar que marcava faltas bobas e não deixava o jogo correr. O problema é que a falta de qualidade ou imprecisão ou imparcialidade não parou por aí. O amigo ainda anulou um pênalti.

O Inter pressionou praticamente todo o primeiro tempo, tendo jogadas rápidas com Oscar, um chute na trave do Damião, outra corrida do Zé Roberto que mantém o padrão de jogo. No segundo tempo, o colorado deu uma caída de produção, mas continuava atacando. O Furacão tentou uma ou duas vezes, e Muralhael agarrou.

A ruindade do apitador (é uma ofensa para os árbitros de verdade chama-lo de árbitro) nem o frio ofuscaram o brilho da estrela do Oscar e Damião. Aos 30 minutos de jogo, Damião corre, briga, dança e deixa caído o adversário, passando a bola no meio das suas canetas para servir o armador e o armador, com passe do goleador, goleia. De primeira, Oscar chuta e o goleiro vê a bola passeando para dentro do gol. Mais três pontinhos na bagagem e terceira posição garantida.

Tudo de bom que se viu não foi só o bom futebol do Oscar, sendo decisivo, Damião dando passe, cabeceando, chutando de fora da área e de contrato renovado – para aqueles que diziam que o Damião estava vendido. Teve também o esforço do Nei. É impressionante como o careca está se dedicando, correndo, desarmando, mas precisa de 200 bolas cruzadas na área cada treinamento. Zé Roberto outra vez se destacou no time, corre, bota pra correr, chuta de fora da área, faz gol, desarma.

De 8 jogos, 7 estamos invictos. Isso é para aqueles que queriam e diziam que o Falcão caísse. É que aqui, no Gigante, nossos ídolos são respeitados e também são respeitosos. Aqui não tem ídolo-treinador bundão que aparece uma derrota e pede pra sair como em outros clubes por aí...


#rumoaoTETRA

(Contribuição grandiosa do Wellington Cabral no post. Colorado roxo até os cabelos e pé-quentíssimo que me ajudou e vai continuar me ajudando aqui no blog. Valeu, parceiro!) 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um menino. Uma história. Um mito.


Rafael Augusto Sobis do Nascimento, o menino que nasceu, se criou e estudou em Erechim. O menino de família gremista que tinha como sonho se tornar jogador profissional... e conseguiu. O menino que foi um dos protagonistas a levar o Inter para o topo do Rio grande do Sul, do Brasil e do mundo.

A improvável Libertadores da América de 2006. Sobis recebe um belíssimo passe, ajeita a bola com a parte externa do pé. Encara, dança e requebra na frente do adversário são-paulino. Tropica. Toca a mão no chão. Levanta. Domina a bola, chuta. Corre atrás da goleira vendo Rogério Ceni esbugalhado no chão, procurando a bola. Sobis continua sério. Encontra o Perdigão pelo caminho, envolve-o em seus braços. Mira os olhos para o povo vermelho que lá se encontrava e abre seu sorriso metálico. Ali, naquele momento, no momento em que ele tocou amorosamente a bola e ela correu para a rede, dentro do Morumbi lotado, Rafael Sobis sabia da dimensão do que ele havia feito.

Mais tarde, Sobis trituraria o que sobrou do São Paulo. Na entrada da área, Alex cruza na cabeça de Fernandão. Na cabeça do Tinga e para o gol. A trave faz a bola voltar calma e carinhosa para Sobis. O menino encara-a e chuta-a. Corre para a torcida e se joga de joelhos, pouco se importando a raspagem que isso faria em sua pele.

Ninguém acreditava naquela Libertadores. Ninguém. Até os colorados tinham uma pontinha de medo, mas Sobis não. Rafael sofreu quando foi recusado pelo Grêmio. Seu pai sofreu quando viu seu filho defendendo o time rival. Agora, Sobis tinha uma só cor em seu coração, em suas veias, em seu sangue, em seus olhos, em seu mundo. Qualquer outra cor era insignificante. VERMELHO era a cor da vida de Sobis. Ele pouco sabia que se tornaria um dos maiores ídolos da história deste clube.

Rafael Sobis calou o Morumbi.


Em casa, no Gigante, Rafael Sobis ergueu a taça e eu vi milhares de pessoa amando-o, idolatrando-o. Eu vi o Rafael mudar completamente o rumo da história do Internacional. Eu vi o Rafael usar a força de seus braços e o amor de seu coração para correr com uma bandeira enorme do Internacional, fazendo uma volta olímpica no Gigante. Eu vi o Rafael por carinhosamente a bandeira vermelha no chão e se jogar em cima dela, não se importando com o chão duro, mas se importando com o amor que sentia pelo vermelho. Eu vi o Rafael chorar. Não. Nós vimos. O mundo inteirinho viu. O mundo inteiro viu a nação vermelha sair de anos sem títulos, sem alegrias. O mundo inteiro também viu um menino loiro, de olhos verdes, pisotear em cima do atual campeão mundial e levar o Inter à Yokohama. Antes de jogar o mundial daquele ano, Sobis foi embora. Voltando em 2010 para dar mais uma Libertadores ao colorado.

O Inter perdia em casa no último jogo da final, com aquele resultado, o jogo iria para as penalidades máximas. Sobis se atrapalha com a bola e perder um gol. Kleber recebe a bola na ponta da área. Logo ela chega e Sobis, heroicamente, ergue e estica o pé para encostar o bico da chuteira na bola. O corpo do goleiro travava um de seus pés – aquele que permanecia no chão. Sobis não teve medo do que machucaria quando caísse, quando seu corpo encontrasse o gramado amado. A bola ia rolando para o gol quando o tombo se concretizou. O corpo do goleiro passou uma tranca em Sobis e ele meteu a cara no chão. O menino loiro – mesmo depois de quatro anos continuava sendo menino –, levantou com o som do Gigante: um misto de alegria, euforia, amor. Rafael Sobis uniu as mãos como se fosse orar e as levou ao rosto. Naquele momento, Sobis viu um filme em sua cabeça. Viu-o voltar para casa para dar-nos mais um título e levar-nos a Abu Dhabi.

Mais uma vez vi Rafael Sobis correr loucamente com uma bandeira colorada sendo segurada por ele.

No mundial de 2010, Sobis também perdeu um gol. E o mundial. Perdemos tudo. Acabamos com nossas lágrimas. Nossas alegrias se acabaram por uns tempos. Não me importa. O sucesso do Internacional começou graças ao Rafael Sobis que devolveu a alegria ao torcedor. O Internacional é vitaliciamente grato ao menino loiro.


Até breve, Rafael Sobis. Obrigada.