domingo, 4 de dezembro de 2011

Gazelas, Libertadores e D’ale: a mistura perfeita!

Inter 1x0 Grêmio-gazelas-ofendidas

E quando um time joga por uma vaga na Libertadores? E quando o adversário deste joga só pra evitá-la? E quando toda essa emoção está em um grenal, vemos coisas como vimos hoje: um Gigante da Beira-Rio completamente lotado com uma torcida maravilhosa que não parou de cantar. Depois de 37 longas rodadas no Campeonato Brasileiro lutando pela tão sonhada vaga, justamente na última, contra o nosso maior arquirrival, mal poderíamos imaginar que chegaríamos ao G-5 nos últimos minutos de bola rolando em 2011. As horas que não passavam, o coração que palpitava forte, a torcida enlouquecida cantava sem jogadores em campo só aguardando o grande momento. Time totalmente completo e o Guaíba soprando vento com “cheirinho” de vermelho, de Inter.

E se todas as suas projeções como torcedor para o seu time fossem embora ralo abaixo por uma simples ignorância e pequena ambição do seu adversário em querer vencê-lo para tirá-lo da Libertadores; e se o ano do seu time acabar e ele o próximo se resumir em disputar Copa do Brasil? Mesmo que tudo isso e outras coisas piores acontecessem, tenho a convicção que ninguém aqui deixaria de amar o vermelho e branco. As dimensões do grenal de hoje foram muito, mas muito maiores em sentimentos e não há como detalhá-la em palavras, e o D’alessandro que o diga...

Primeiro foi uma cobrança de falta do D’alessandro que o Victor, eterno tomador de frango do gringo, teve que se esticar todo pra tocar a bola pra escanteio. Oscar cobrou o escanteio e Victor, quase tomador de frango do Oscar também, soqueia a bola pra longe. O Grêmio, que jogava a vida e o ano inteiro pra tirar o Inter da Libertadores, respondeu quando Marquinhos cobrou escanteio e a bola foi direto para o gol, mas Muriel catou. O D’alessandro, de todo o jeito, queria um gol sobre o Victor... e quase o fez quando cobrou mais uma falta que, no susto, o frangueiro pegou.

No segundo tempo, Marquinhos cobrou falta na trave; Oscar puxou contra ataque, cruzou, mas Damião não achou a bola; D’alessandro girou sobre Saimon e chutou, Victor mandou para escanteio; Muriel defendeu chute de Marquinhos; Douglas cobrou escanteio na trave; Damião dividiu a bola e ela sobrou pra D’ale que, sem deixar ela cair, mandou um míssil e ela bateu na rede pelo lado de fora; Índio cabeceou e quase mitou de novo em grenal. Então, aos preciosos 16 minutos do segundo tempo, Fabrício – que entrou no lugar do capitão Kléber extremamente desgastado –, deu belíssimo passe pra Oscar e, dentro da área, driblou Rochemback que o atropelou: pênalti!

Era chegada a hora de D’alessandro consolidar a sua partida impecável que fazia contra o Grêmio. Outra vez em grenal, Victor versus D’alessandro. O gringo respirou, Victor provocou e o Beira Rio silenciou; El Cabezón de um passo pra frente, outro pra trás e correu... para o abraço. Comemorou! Comemorou feito uma criança quando recebe o presente sonhado do Papai Noel. Não. Quem recebia o presente era a torcida e o Papai Noel era ele, o D’alessandro. Simultaneamente, Damião comemorou o gol do outro lado do campo como fosse dele, com um sorriso do tamanho do Inter, do tamanho do seu carinho pelo Inter. A casa sagrada construída em cima do rio Guaíba explodiu de alegria. Cabeça do time desde que chegou aqui, D’alessandro mostrou o que todos nós sabíamos: quando o argentino joga bem, o time inteiro joga somente por que ele cria as jogadas mais improváveis e por que, literalmente, o D’alessandro é uma referência ao time do Inter. Ele é o marco que define se o Inter ganha ou perde a partida. 


Nos últimos minutos, o Grêmio correu, brigou, tentou, lutou e morreu no ringue. Nada mais adiantava, os resultados paralelos decretavam: um dos  lugares para ir à Libertadores era do Inter, sem mais. D'alessandro + gazeladas e + uma vaga na Libertadores foi a mistura perfeita pra que o Inter vencesse mais esse grenal e ampliasse ainda mais sua vantagem. André Lima, Odone e muitos outros jogadores do Grêmio declararam que vieram ao Beira Rio jogando a vida para tirar o Inter da Libertadores (santa mediocridade!), só que eles esqueceram que jogar a vida não é o suficiente pra ganhar do Inter.

Fechamos o ano com chave de ouro. Nos vemos na Libertadores 2012... 

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