domingo, 24 de abril de 2011

Emoção, balaço e “lambreta”. É o Inter na final

Juventude 1x2 Inter

Há alguns anos o Juventude era o terror das noites e da década de 90 colorada. O mesmo que pisoteou em cima do Inter anos atrás, agora, está sendo pisoteado. Na última decisão contra o Juventude, os amigos foram pra casa sem o título e com oito na sacola. Ninguém duvidava que o jogo deste domingo de Páscoa seria difícil, pegado, emocionante. E foi. O Juventude fez uma ótima campanha no Gauchão desse ano, o elenco é forte e fica mais ainda quando joga em casa. Porém, contra o Inter, o estádio se dividiu entre verde e vermelho. Meio a meio.

Os quase cinco minutos de foguetório na entrada do Juventude em campo, as palmas e os berros dos torcedores animaram o time da casa, que começou o jogo marcando muito bem o Internacional, este que tinha um grandioso e estupendo desfalque: Andrés D’alessandro – que cumpria suspensão. Para equilibrar a falta do argentino, Falcão escalou o garoto Oscar (que voltou de lesão) de um lado, com a 10, e Andrezinho do outro lado. Os dois trocavam de posição a todo o momento.

Depois que o jogador adversário errou um passe e a bola caiu nos pés de Bolatti, o gringo já sabia o que fazer. Esperou a redondinha quicar no chão e meteu um balaço. Sabe onde ela foi parar? Quase lá onde a corja dorme. Tinha muito jogo pela frente, mas ali começava a classificação do Inter para a final do returno.

Golaço por golaço o Fred também queria o dele. O Juventude, minutos depois do gol do Inter, teve uma falta na entrada da área. Fred foi pra bola e meteu ela no ângulo, sem chance para o Renan catá-la. Depois daí, o Inter deu uma cochilada até o fim do primeiro tempo. No vestiário o mito Falcão deu jeito no Inter.

No segundo tempo teve falta cobrada pelo Sobis roçando a trave, drible do Oscar e chute na trave até chegar aos 16 minutos, quando Bolatti, que já tinha o amarelo, fez uma falta dura e foi expulso. Aí o jogo começou a esquentar. O Juventude teve mais esperanças da vaga na final, por sua vez, o Inter corria feito louco em busca do gol.

E o gol veio.

O que se espera do Leandro Damião é uma cabeçada de qualidade, um salto, um passe curto e não dribles, golaços de fora da área e essa jogada ESTUPENDA que o menino com faro de gol fez hoje. Ele não fez gol, mas criou uma jogada extraordinária com uma “lambreta” no pobre do adversário. Sem deixar a bola cair, deu um toquezinho com o bico da chuteira pra tirar do outro marcador e, com a bola fazendo a cobertura em vários marcadores, ela chegou ao Tinga na pequena área. Paulo César, como um centroavante, dividiu a bola com todo mundo e esticou a perna até onde pode pra tocar na bola e ela ir outro lado da linha do gol. A maioria dos atacantes chutariam a bola em cima do adversário pra cavar um escanteio, mas ao contrário disso Leandro Damião correu, buscou, driblou e deu passe para  gol. O menino completou 50 jogos pelo com a vermelhinha.

Damião depois do passe excepcional.
Tinha ainda quase 15 minutos de jogo, mas parecera uma hora. O Inter, mesmo com um jogador de peso a menos, marcou o gol e pressionou. Nos últimos minutos de jogo o Juventude tentou com muita garra, mas não conseguiu. O Inter se classificou porque é melhor que o Juventude e porque foi superior a ele no jogo. Oscar fez uma partida brilhante, junto dele, estava Guiñazu mais uma vez.

Não lembro detalhadamente do primeiro jogo do Guiñazu no Inter, mas lembro dos carrinhos. Não me lembro do jogo – por menos importante que ele seja – que o gringo não demonstrou que daria o sangue dele por uma vitória. Não me lembro de nenhum jogador com tanta vontade, garra e raça como Pablo Guiñazu tem em campo. Não me lembro de um jogador com tanta vontade de acabar/esculachar com a festa dos atacantes do time adversário. Há muito tempo o Hermano é ídolo incondicional do Inter. Há várias partidas, El Cholo vem fazendo jogos excepcionais. Hoje, mesmo mancando por uma dor na coxa, Guiñazu foi questionado por Falcão se ele queria sair do jogo e sabe o que o argentino disse?: “Não vou sair, eu quero jogar”.

O Internacional de Falcão, que acertou ao tirar Sobis – que não jogou bem – e colocar Tinga – autor do gol da classificação –, se classificou para a final do returno, contra o Grêmio. O amigo técnico gremista disse que não fazia diferença se fosse ou não o Inter o adversário dele no domingo. Muito bem, domingo a gente se encontra e eu quero ouvir o que o Renato tem a dizer sobre seu adversário Falcão. O Portaluppi se diz melhor que Paulo Roberto. Pois bem, veremos.

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