domingo, 1 de maio de 2011

Mais dois passos para a taça do Gauchão...

Inter 1(4)x1(2) Série B - ops, Grêmio

De um lado a elegância e a extrema educação, do outro a simplicidade e a arrogância. Paulo Roberto Falcão, o maior ídolo da história do Internacional, versus Renato Carioca, o rei do futevôlei. O Gigante da beira do rio Guaíba lotou pra ver os dois ídolos, um de cada clube, se enfrentar pela decisão da Taça Farroupilha. Um greNAL sempre é muito aguçado, mas o de hoje foi muito mais.

O Grêmio desde o primeiro minuto de jogo apenas assistiu o Inter jogar, trocar belos passes, fazer firula, partir em velocidade para o ataque. O nosso arquirrival tentou parar o Inter na base da pancada, em dois minutos de jogo foram três faltas dos jogadores gremistas. Nada disso adiantou.

Hoje se viu claramente o que Falcão trouxe ao Internacional: uma troca de passes de encher os olhos.

O time colorado fez jogadas excelentes de velocidade e, se tivéssemos marcado todas as vezes que chegamos com perigo ao gol do amigo Marcelo, teríamos feito 7 a 0 tranquilo. O time do Falcão teve total controle do jogo na primeira etapa e até a metade da segunda: teve bola metida nas canetas dos azuis, teve firula do Oscar, La Boba do D’alessandro... O primeiro ataque do Grêmio foi lá por meados de 15 do primeiro tempo quando o Inter já tinha cansado de furar a zaga ruim do adversário.

A superioridade do Internacional se concretizou quando, aos 24 minutos do primeiro tempo, a bola rolou pelos pés do Nei, D’alessandro, Andrezinho até chegar no Damião. O guri goleador se livrou da marcação, girou, conduziu a bola por mais dois metros, esperou o Marcelo sair do gol para encobri-lo. Golaço. Damião tinha dito no fim do jogo contra o Peñarol, na quinta, que “nenhuma dor no meu ombro vai me tirar do greNAL”. O guri jogou e, para desespero do Renato Carioca – que colocou um zagueiro exclusivamente para marcar o Damião – marcou gol.


No segundo tempo foi a mesma coisa, pressão total do Inter até que, aos 25, Guiñazu deu um carrinho típico de Guiñazu e foi expulso – depois do jogo o Guiñazu, humildemente, veio pedir desculpas ao Damião e ao Falcão por ele ter sido expulso, mas o gringo tem muito crédito com a torcida colorada. Aí o Grêmio teve um pouco mais de espaço pra jogar, mas o Inter ainda teve alguns ataques. O Leandro “novo Neymar” (meu Deus) ficou livre pra marcar, mas o carrasco Rodrigo deu um carrinho certeiro na bola. O Grêmio, em todo o jogo, teve uns cinco chutes a gol, no último Viçosa acertou e saiu enlouquecido pra comemorar. Leandro Damião ainda teve uma última chance quando passou no meio de cinco jogadores gremistas e chutou, mas Marcelo fez milagre.

Futebol nem sempre é justo, se fosse o Inter teria ganhado de lavada, mas não. O Jogo acabou e a decisão foi para as penalidades máximas. A primeira cobrança foi nada mais que horrorosa, quando Borges chutou a bola lá no Guaíba. Para o Grêmio, Rochemback e Adilson marcaram. O Renan Gigante defendeu o chute do Viçosa. Para o Inter, D’alessandro, Damigol, Kleber e o Rodrigo marcaram. Rodrigo este que foi dispensado pelo Grêmio por “mau comportamento”. Ele vem fazendo jogos excepcionais e lavou a alma hoje quando fez o gol que deu ao Inter e tirou do Grêmio o título da taça Farroupilha. O Renan foi espetacular durante todo o jogo, chorou depois de defender o pênalti e dedicou a vitória à mãe que faleceu em um acidente. Falcão disse que hoje Renan é titular.

Vencer é bom. Vencer o Grêmio-sérieB é muito melhor.

Houve uma polêmica muito grande sobre o fato de o senhor Márcio Chagas ter escolhido por livre e espontânea vontade as goleiras onde seriam cobrados os pênaltis, e elas foram do lado em que tinham mais torcedores gremistas. Não houve sorteio algum. Depois disso Roberto Siegmann e Renato quase se esbofetearam. Isso é lamentável, mas lamentável mesmo foram as trocas de farpas entre Siegmann e Renato.

O árbitro foi inconsequente em escolher, sem sorteio, as goleiras onde os pênaltis seriam cobrados? Óbvio... Esse era um greNAl, e em greNAL não se pode dar sopa para o azar. O também Renato foi imaturo quando o Nei foi cobrar a lateral e o técnico do Grêmio, intencionalmente, meteu a mão quase no rosto do lateral colorado, impedindo-o de prosseguir. O Renato também procurou briga. O Odone invadiu o campo durante as cobranças de pênaltis, mas a junção de todos esses fatores não explica a atitude do Roberto Siegmann em chamar pra pancada dirigentes gremistas e nem ficar se lamentando pela escolha das goleiras.

É legal aquele clima de grenal, as provocaçõezinhas virtuais, sendo que quando isso tudo acaba em risos e não como acabou hoje. Mesmo que o árbitro tenha sido criado dentro do Grêmio, de o pai dele ser diretor de futsal do Grêmio e de o Márcio não ter apitado muito bem o jogo, ter deixado de dar cartões para jogadores gremistas, não justifica a atitude antiprofissional do Siegmann. Tem colorado feliz com a atitude estupenda e mal educada dele, eu não. Ele foi o oposto do que Paulo Roberto Falcão cobra no futebol: a ética. Tomara que isso não se torne a repetir. O Inter sair vitorioso, pronto, acabou.

O Internacional venceu, ergueu mais um caneco, não tivemos avenidas trancadas e nem foguetório a noite inteira. Teve alguns, mas não como uns aí costumam fazer. Provocamos mais dois greNAIS. O primeiro será no Gigante, o segundo no chiqueiro – opa!, no Olímpico.


O Inter é campeão da taça Farroupilha e faltam mais dois passos pra ser campeão
gaúcho.

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