14 de dezembro de 2010, 14 horas pelo horário de Brasília. 14: o número mais infernal da vida de um colorado. O mundo inteiro conspirava a nosso favor. Abu Dhabi vermelho, lotado de colorados. Afinal, em Abu Dava Bi. Eu disse “dava”. Das lágrimas de Rafael Sobis, estampou-se a dor que todos os colorados espalhados pelo mundo inteiro estavam sentindo naquele momento. Nos expusemos para o mundo inteiro e fracassamos diante do mesmo.
Que clube, que time que nunca sonhou em disputar um mundial? E que clube brasileiro que conseguiu a façanha de disputar dois mundiais em quatro anos e ter a chance de ganhar esses dois? Aquilo era muito perfeito pra ser verdade... Títulos, ídolos, batalhas vencidas, superação. A fase era inquestionável. Até que chegou aquele número e eu vi o Sobis tropicando na bola e errando um gol feito.
Eu vi o mesmo Sobis chorando, sendo consolado por um torcedor; eu vi o D’alessandro cair no gramado e baixar a cabeça; eu vi o Bolívar dar entrevista com os olhos lubrificados; eu vi o Fernando Carvalho pasmo, branco, inconformado com tudo o que tinha acabado de acontecer; eu vi milhares de pessoas vermelhas que formavam uma legião em Abu Dhabi paralisarem, com olhar incrédulo.
Toda aquela preparação, toda aquela ansiedade acabaram naquele dia. Uma só coisa invadiu a cabeça de todo colorado: incredulidade. Aquilo não podia estar acontecendo, não com o Inter, precisávamos acordar daquele terrível pesadelo, mas não estávamos dormindo... Ver o time naquela cidade depois daquela derrota esperando a data para jogar pelo terceiro lugar foi terrível, horrível. Saber que estávamos lá e fizemos tudo errado!
Por pior que tenha sido, o fracasso no mundial de clubes de 2010 fez o nosso coração crescer para abrigar todo aquele amor que nasceu naquele dia. Aquilo era bobo e ao mesmo tempo incrível: o Inter perde o mundial, todos sofrem, mas o amor cresce. Isso é uma loucura!
Um comentário:
AI, esse foi um dos dias mais tristes da minha vida. Chorei tanto tanto. Quando acordei no dia 15 de dezembro, lembro de ter pensado assim: foi um pesadelo ou foi real? Foi real, realíssimo. A ferida ainda não cicatrizou, não gosto nem de falar desse dia. Mas, como colorada, passei a amar muito mais meu time depois disso, não há como negar!
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