Gauchão: Inter 2x1 Grêmio
O Grêmio eliminaria o Inter dentro da sua própria casa e faria nascer uma crise imensa no rival? O Inter iria sentir muito os desfalques do time? O Inter iria ser posto na roda pelo time do vangloriado pela imprensa, o supostamente glorioso, o melhor, o grande, o querido Luxemburgo? O Grêmio conseguiria diminuir a laaaaaaaarga vantagem de vitórias que o Inter sobre os azuis? NÃO. Gigantemente não! Os números falam por si. O Inter está, há anos, estagnado nas primeiras posições enquanto o rival...
O greNAL começou muito antes do jogo. Na sexta-feira, Oscar conseguiu um habeas corpus que dava a ele o direito de jogar onde quisesse e o garoto deixou claríssimo que nenhum outro clube do mundo o interessaria mais que o Inter no momento. A participação do jogador no greNAL dependia de a CBF colocar o nome dele no BID tão rápido quanto o fez pra tira-lo de lá – o que não aconteceu, claro; afinal a CBF só favorece o eixo Rio-SP. O Grêmio, por sua vez, teve boa participação na não colocação do nome do garoto no BID, pois pressionou a CBF para não fazê-lo e conseguiram excluir a hipótese de o Inter contar com Oscar no greNAL. Os azuis pensavam que sem o garoto poderiam conseguir uma vantagem maior. Eu disse “pensavam”! Perto do início do jogo, alguém jogou sal grosso no banco de reserva do Grêmio e, depois, Luxemburgo não divulgou a escalação do seu timeco no tempo exigido: às 15:15. E o mistério durou até o início da partida porque o Grêmio entrou em campo com quase todos os jogadores reservas junto dos titulares. Então, só soubemos da escalação do rival quando o árbitro autorizou o início do jogo. Mais uma vez, os azuis pensavam que dessa forma conseguiriam confundir os jogadores colorados e ter uma vantagem sobre os donos da casa. Eu disse, novamente, que eles “pensavam”!
O jogo começou e o Inter tinha mais atitude. Aos 8 minutos, Dátolo cobrou uma falta e Damião enroscou de cabeça, mas a bola parou nas mãos do Victor. Dois minutos depois, depois de Fabrício ter feito fila e cruzado, Damião cabeceou no cantinho e Victor pegou outra vez. A torcida cantava cada vez mais alto, parecia que ela sabia que uma redenção aconteceria... O homem que perdeu o pênalti, quem sabe o pênalti mais importante do Inter no ano, contra o Fluminense; o homem que desobedeceu às ordens do comandante e os pedidos dos companheiros; o homem que pediu bênção dos deuses antes de cobrar a penalidade e errou viu a bola cair aos seus pés aos 36 minutos de jogo no greNAL. Na sua frente, Victor. Nos seus pés, a esperança do título da Farroupilha e a vaga na final do Gauchão. Na rede, o gol que Dátolo fez depois de ter chutado forte e ver Victor catando a bola dentro do gol. É rotineiro ver o Victor catando a bola dentro do gol que foi colocada por argentinos.
O Grêmio não tinha poder de reação. Mesmo com time misto, o Inter impunha seu jogo ao adversário, que tinha três atacantes e nenhum chute a gol em todo o primeiro tempo. O Inter quase ampliou aos 44, quando Tinga recebeu um BOLAÇO de Jajá, ele chutou desequilibrado, mas Victor pegou.
O Grêmio conseguiu chegar ao empate, no segundo tempo, em um erro do cara que quase nunca erra: Moledo perdeu a bola na defesa e teve que fazer uma falta perto da área. Fernando bateu a falta na trave e, no rebote, Werley só teve o trabalho de tocar a bola para o gol livre. O Grêmio foi superior ao Inter somente até o momento do gol. O dono da casa procurou o gol a todo instante, com Tinga jogando uma barbaridade novamente, parecendo um mocinho. E quase o encontrou com Jajá, que jogou muito bem com suas pernas longas, quando chutou forte e obrigou Victor a tocar a bola pra fora.
Dátolo havia sido o primeiro homem do Inter, aos 20 surgiu o segundo e João Pedro Teixeira era o nome dele, 26 era a sua idade. A história surgiu quando João, o gandula, colocou rapidamente a bola na marca do escanteio para Dátolo cobrar rapidinho como sempre faz e surpreender os azuis. O árbitro já havia anulado a jogada, mas mesmo assim Vanderlei Luxemburgo, o grande, o protegido da imprensa, deu “piti” e foi tirar satisfação com o gandula e, há quem diga, também deu um tapa no profissional do Inter. Então, o árbitro apontou o dedo da rua para o técnico do Grêmio. Luxemburgo ainda foi tirar satisfações com o árbitro, mas ele já havia sido expulso da área técnica.
Se o Grêmio não estava bem das pernas com Luxemburgo na beira do gramado, sem ele, o time caiu em queda livre. Aos 31, Fabrício (o terceiro homem do Inter) consagrou suas belas atuações que vinha fazendo com a camisa do Inter com uma cabeçada depois do escanteio cobrado por Jajá. E o Victor? O Victor foi catar a bola no gol novamente... O Fabrício? O Fabrício foi comemorar o gol com os GANDULAS! O Inter podia ter feito três gols dentro de poucos minutos: Tinga tocou para Damião, que se livrou do zagueiro, chutou e quase que Victor aceita; um minuto depois, Índio chuta de fora da área, quase; mais um minuto depois, Jajá cobra falta e a bola raspa na rede pelo lado de fora. O jogo acabou com uma pressão enorme do Inter sobre o Grêmio.
Jajá mostrou que o primeiro jogo dele pelo Inter não havia sido uma raridade. Deu muita qualidade ao Inter hoje, passes longos, infiltração, chutes de fora da área. Sandro Silva deve ter seu contrato com o Inter renovado. Entrou no time e mostrou muitíssimo bom serviço. Fabrício tá merecendo lugar no time titular, tem vontade e menos técnica que Kleber mas, normalmente, a falta de vontade do Kleber-chicletinho acaba ofuscando completamente a sua qualidade. D’alessandro, mesmo não estando jogando, mostra porque é ídolo incondicional desse clube. Depois do jogo o gringo foi entrevistado, com a voz rouca, os olhos marejados e visivelmente feliz, disse que fica muito nervoso quando não pode jogar, que sofre e grita muito mais do que quando está em campo.
O Inter conquistou a Taça Farroupilha e a passagem para a final do Gauchão contra o Caxias. Mais uma vez, o Grêmio foi desbancado pelo Inter em mata-mata. Com gandula ou não, com time completamente titular ou não, o Inter, ROTINEIRAMENTE, passa pelo Grêmio sem fazer muito esforço. O Inter conquistou hoje um turno do Gauchão sem foguetório, sem buzinaço e nem rua trancada... isso é ser GIGANTE!
Um comentário:
O que adiantou esconder escalação, entrar em campo com 18 jogadores, colocar o dedo na cara do Gandula!
Futebol se ganha dentro de campo e dentro de campo o Inter foi mais superior.
Acora vem o Caxias e depois vamos focar no Fluminense...Vamo Vamo Inter!!!
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