domingo, 19 de dezembro de 2010

Gotas de água no fogo ardente

Depois do vexame – não há outra palavra que explique –, um terceiro lugar amargo, doloroso, sem sorrisos. O Internacional fez no sábado tudo o que tinha que ter feito na terça, quando perdia vergonhosamente para o fraco Mazembe. Tecnicamente, concordo com Celso Roth, o Inter foi melhor terça onde dominava o jogo, mas não acertava o gol. No sábado fizemos quatro e perdemos no mínimo umas seis oportunidades claras de gol.

O Alecsandro, para tapar a boca de quem o repreendia, fez dois gols, entrou na história do Internacional e, não sei como nem de onde, tirou da “cartola” o futebol que por muito tempo escondeu. Tinga e D’alessandro, merecidamente, deixaram seu registro na vitória do Inter por 4x2 do também fraco Seongnan. Não tem como vangloriar uma disputa de terceiro lugar, mas jogamos bem e assim como o Sobis queria: honramos a vermelhinha tanto dentro de campo quanto fora dele, na torcida.  

Celso Roth foi às lágrimas e fez juras de amor ao Inter na coletiva: “O Internacional representa muito mais que um clube para mim, tanto na minha vida pessoal quanto na profissional.” Juarez fez um trabalho árduo e incansável com o grupo, não há como não agradecê-lo. Ele comandou a vitória do Inter contra o Seongnan, que foi como por gotículas de água em brasas e chamas de fogo em nossos corações. Essa vitória apenas amenizou a nossa dor. 


A nós resta ocupar o sagrado concreto do Gigante que Beira as águas do Guaíba, levar nosso manto vermelho que há cinco dias recebeu lágrimas que mais pareciam soda escorrendo pelo rosto, para que agora – depois de 10 anos gloriosos, 10 anos sendo o melhor clube do Brasil –, o mesmo manto possa receber lágrimas de contentamento, conquistas, alegria. A ferida do dia 14 de dezembro jamais será curada, mas será abafada por novas e grandiosas conquistas. Conquistas do tamanho do Internacional.

À medida que comemoramos títulos os outros comemoram acessos, vagas e coisas que não existem em nosso vocabulário. Pelas RARAS vezes em que sentimos o gosto amargo do veneno da nossa derrota, isso aconteceu em grandiosas competições. Nós vencemos muito mais que perdemos. Mas quando temos as nossas vitórias, elas são concretas, com nosso nome marcado a ferro e fogo nela.

 O Inter, com seu devastador terceiro lugar, receberia US$ 3 milhões, repartindo estes entre o grupo. Os atletas, misericordiamente, falaram com Fernando Carvalho e abriram mão do prêmio.

Ano que vem temos o Japão no esperando...
Que venha 2011!
Haja o que houver, passe o que passar... onde for jogar vou estar SEMPRE A TE APOIAR!

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