sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O sonho INAPELAVELMENTE destruído



Parecia que tudo caminhava em sincronia para os vermelhos serem as pessoas mais felizes do mundo, quatro meses de preparo intenso foi destruído por duas horas de fracasso. Depois que soou o apito final quis crer que aquele dia não passava de um pesadelo mais terrível que eu podia ter tido em minha vida. As lágrimas que em rostos vermelhos rolavam eram lágrimas de indignação, de decepção. Lágrimas de quem esperava um espetáculo, de quem esperava muito mais do que o visto em campo. Lágrimas de pessoas que construíram a base de meses pensando e economizando para que pudessem estar acompanhando tudo de pertinho. Os privilegiados.

O sonho se reverteu em decepção. O dia que era pra ser o mais feliz de nossas vidas tornou-se o dia mais terrível e infernizante da existência. Tornou-se o dia qual eu queria esquecer, mas que todos irão me lembrar. O dia em que o mundo inteiro não desabou, mas o meu sim. Não consigo lembrar que, ao longo de minha existência, eu tenha chorado mais, rezado mais, apoiado mais e, principalmente, sofrido mais. Por isso enumero o PAVOROSO dia 14 de dezembro de 2010 como o pior dia da minha vida.

Admito que não tem como deitar na cama e não pensar naquelas duas horas que mudou a percepção de um ano inteiro. Não tem como acordar, sentar na cama, e não pensar que poderíamos estar disputando o título. Não tem como durante o dia, ou durante alguma atividade que eu faça, não aparecer reflexos intermináveis do jogo mais triste da minha vida. Um ano inteiro de trabalho e de conquistas gloriosas, como a Libertadores da América, foram ofuscadas e destruídas por duas horas. Assim como no discurso de cada jogador indignado, eu digo: “não tem como explicar”.

A perplexidade, a derrota e a interminável tristeza só me fizeram ver que o amor que eu, e que cada colorado sente pelo Inter, é MUITO maior que uma grande decepção. Mesmo que o Colorado estivesse na série E eu diria orgulhosamente: EU SOU CO-LO-RA-DA. A reação de dar dó do Rafael Sobis nos fez ver que aqui não atuam apenas profissionais na bola, mas sim, torcedores como nós. As palavras que saíram da boca do Sobis nos amenizam a dor por ver que eles queriam aquele título tanto quanto nós, ou até mais. O Tinga, aquele cara sem expressão, titulou, com lágrimas nos olhos, o ano de 2010 como o pior ano de sua carreira.

O Nei, aquele carequinha que no começo era quase imperceptível no meio campo, agachou-se no final do jogo, fixou os olhos no gramado e sem sombra de dúvidas, pensou: “o que foi que eu fiz?” Fernando Carvalho, aquele que pôs o Inter no topo do mundo, estava incrédulo com a falta de competência do elenco que ele viu, brilhantemente, conquistas a Libertadores. Depois de 3 dias da maior derrota do Inter ainda se vê o Sobis com os olhos fixos, sem nada ver. Tinga dando entrevista melnacólia. Guiñazu insinuando sair. D’alessandro querendo dar chance ao River Plate. Chicotadas, flautas e a mais clara: a maldita DOR.

Daqui cem ou mil anos continuarei colorada, continuarei apoiando, continuarei com o escudo orgulhosamente do peito desafiando todas as desaprovações. Não importa o tamanho da derrota, eu serei colorada daqui até a eternidade. Ano que vem temos mais Libertadores, temos renovação do elenco e, com a vontade do eterno Sobis, estaremos no Mundial novamente. Sábado temos o jogo contra o Seongnan para a disputa do terceiro lugar. Ninguém queria jogar esse jogo, mas vamos honrar a nossa camisa, e pelo menos amenizar a nossa dor com o mais amargo terceiro lugar.

Assim como há quatro anos comemorávamos eufóricos o nosso Mundial de Clubes FIFA, hoje, no mesmo 17 de dezembro, choramos a derrota mais terrível.



FORÇA, INTER!
Só fracassa quem chega lá.
Prefiro mil vezes ter minha maior derrota no Mundial a ter minha maior vitória na segundona.
Viva a falta de profissionalismo dos cabeças dos da Azenha. VIVA!

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