Nossa! Ainda lembro bem daquela noite fria, da ansiedade que eu tinha;
As mãos geladas, o olhar distante, o sono inconstante.
Do menino pobre, negro, como nos seus primórdios, sem preconceito.
Ali todos viam um Tinga, da tinga, do povo. Do seu povo, que sempre o amou.
Vermelho, como sempre foi, mesmo que, para comer, usava o ultraje de outra cor.
Ali, naquela noite de agosto, lembro de um capitão, cabelos esvoaçantes, marcado,
Indelével, eterno e amado, na memória dos colorados.
Não era apenas dos heróis que eu lembrava. Mas daqueles que tanto me zombavam.
Os colegas, os amigos, a família. A América não era deles. A América era minha!
Sim. Por isso, meu pranto incontido! Meu grito provido, meu peito doído!
Sempre sofri, chorei, me contive na mediocridade de outros tempos,
Esperando o dia que uma noite fria me trouxe com vermelhos ventos.
Para alguns anos depois reviver meu grito num trilar de apito.
Assim, nem São Paulo, nem Chivas, nem secando os pijamistas.
Rumo ao Tri! É o que penso cada vez que me levanto, que visto este meu manto.
Agora chegou a hora. Quero sofrer, pular, chorar, sonhar com a taça.
Rindo de todos que não acreditam que, mais uma vez, a América será nossa!
PS.: Texto em homenagem ao blog “Nada vai nos Separar”, e, sobretudo à minha grande amiga Kelly, futura jornalista, escritora, mãe de 12 filhos e Tri-campeã da América.
(Obs.: favor, juntar a primeira letra de cada uma das linhas, para a formação de uma nova frase).
Fernando Rocha
Um comentário:
é uma das melhores post do blog, na minha opinião...
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