quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O choro da dor de Damião e o muro: Muralhael

Figueirense 1x1 Inter

Do D’alessandro ficar fora de alguns jogos por suspensão em cartões amarelos, não é novidades. Kleber mascar seu chiclete e se rastejar feito uma lesma em campo, dar chuveirada e passes errados, não é novidade. Damião marcar uma chuva de gols, também não é novidade alguma; Damião cair no gramado e sentir uma lesão é tão raro quanto ver Guiñazu não dar carrinho. O Inter ficou tão ligado ao Damião que no momento de sua lesão o que mais se falava era no goleador, e não no jogo. A preocupação era tanta porque o camisa 9 não é de fazer firula devido ao fato de ter começado jogando na várzea, ligado a isso, Damião não segurou as lágrimas quando saiu do gramado e sentou no banco de reservas; a dor era tanta que o artilheiro caiu no choro. O Damião tornou-se a estrela do time e um dos maiores homens a vestir a camisa 9 do Internacional.


Rumando para o jogo, o Inter parecia estar jogando em casa, mas o jogo era corrido, pegado; mesmo o Figueirense não tendo nenhum grande nome no time, foi o tipo de adversário que incomodou o jogo inteiro. Primeiro o time da casa teve uma chance por cima que Muriel catou. Guiñazu respondeu com um balaço para o gol que o goleiro também catou. Um minuto depois, D’alessandro cobrou falta, Moledo cabeceou e a bola lambeu a trave. O Damião recebia poucas bolas por estar isolado; a função do Oscar não é de atacante e por isso a distância dos dois era demasiado grande.

A dor de Damião e de uma nação inteira que esperava um bom resultado em Florianópolis veio à tona. O centroavante colorado sai em disparada para armar um contra-ataque e, sozinho, sente a lesão, cai e sai de carro-maca do gramado. Logo após, chora no banco de reservas e não consegue dar entrevistas sobre sua situação. Jô entrou na quase impossível missão de substitui-lo. O jogo não tinha favorito: era um chute no gol lá e outro cá. Em um cruzamento, o Figueirense meteu a bola no ladinho da trave e obrigou Muriel a fazer preciosa defesa... Até que, de tanto tentar, Higor pegou uma sobra de bola de fora da área, encheu o pé e chutou. Muriel até encostou na bola, mas a força fez com que ele não conseguisse a segurar.

Andrezinho cobrou uma falta e Jô quase marcou de cabeça. Logo depois, D’alessandro trocou passes com Oscar que chutou cruzado, o goleiro catou. Jô se consagrou quando pegou uma sobra de bola do zagueiro dentro da área e, de voleio, colocou a bola no canto... golaço aos 5 da etapa complementar. O Figueirense teve outra chance que Muriel salvou, e outra que Muriel catou, e outra que o Muriel voou pra pegar, e outra que o Muriel fez milagre e salvou, e outra que o Muriel salvou com o dedinho, e outra que o Muriel saiu desesperado feito um louco atrás do atacante para desarma-lo. O Muriel foi a muralha na defesa do Inter: as poucas bolas que passavam por Juan e Moledo – diga-se de passagem que esses dois entraram pra declarar quase que oficialmente a aposentadoria do Índio e Bolívar – Muriel catava.

O Inter teve uma chance com Oscar INACREDITAVELMENTE perdida. Oscar e goleiro, cara a cara, frente a frente, olho a olho e o Oscar chutou em cima do goleiro. Aí o Inter teve outra chance com o Jô, outro chute do Guiñazu, um cruzamento do D’alessandro que foi um chute no gol, um bola lambendo a trave, Dellatorre se livrando do zagueiro e chutando... pra fora. Mais uma vez o detalhe não deu a vitória ao Inter. Estagnamos na sétima posição há nove rodadas e dali não saímos mais.

O Jô entrou bem, mas não só pelo gol. Na verdade o Jô sempre entrou bem, o problema é que ele entra pra substituir o mito Damião; e substitui-lo é quase uma missão impossível. D’alessandro – o gringo brigão que leva cartões bobos – voltou para mostrar que ele é o mestre das boas jogadas. O Inter dominou quase que completamente o Figueirense no segundo tempo e o gringo foi um dos responsáveis – isso que tínhamos em campo a missão de suprir a lentidão de Kleber e Bolatti. Mas o problema está aí: triturar o adversário no bom futebol e não marcar gols, desperdiçar inúmeras e inúmeras oportunidades como fizemos contra o Coxa e hoje. Isso não pode acontecer, alguma coisa tem que mudar...

Alguma coisa tá errada.

Sobre o Damião, novamente, é provável que fique de 15 a 20 dias fora. Óbvio, uma perda extremamente grande juntando-se com Élton que também se lesionou, Kleber e Juan suspensos. Inter vai com quase metade do time reserva no jogo de domingo. 

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