Libertadores: Inter 1x0 Once Caldas
Não seria nada fácil lutar contra o fôlego curto, contra o time do Once Caldas e, principalmente, com a incerteza sobre D’alessandro. Mais uma vez, o gringo mostrou que é meio time colorado e que o Inter depende especialmente dele. Os gritos em coro o emocionaram. D’alessandro, esperando para entrar no gramado, ouviu um estádio inteiro ovacionar seu nome e implorar que ficasse no clube. Os olhos do gringo se lubrificaram, ficaram úmidos, ele passou a mão pelo rosto, desviou os olhos da torcida, mordeu os lábios e espantou o choro.
É totalmente inevitável dizer que o D’alessandro foi o maior camisa 10 de todos os tempos e que nunca, na minha geração, foi visto uma movimentação tão grande em busca da permanência de um jogador em um clube. Muito mais que uma Libertadores, vimos o maior ídolo dos últimos 10 anos entrar em campo com a braçadeira de capitão... e ele mostrou que não estava brincando em serviço. D’alessandro impôs ritmo ao time e ditou como seria o começo do jogo: com muita pressão.
Aos 6 minutos, o Hermano pifou Oscar na cara do gol, mas o garoto bateu muito alto. O trio 3D funcionou muito bem durante todo o primeiro tempo e eles fizeram o torcedor se animar quando D’alessandro tocou para Dagol, este alçou a bola até onde estava Damião que, de bicicleta, fez a bola lamber a trave. Enfim, Dagoberto briga pela bola como criança briga por um doce, a conquista e toca para D’ale. Este dá um passe milimetricamente perfeito para Damião que, com um toque sutil, tira do goleiro e ela morre mansa dentro do gol.
O segundo tempo, como o previsto, foi mais morno. O Inter sentiu falta da parte física, do fôlego. O Once Caldas tentou chegar ao ataque com Nuñez e com seus velozes atacantes, mas a zaga colorada foi impecável. Damião recebeu alguns passes, mas estava muito cansado para bater a gol. O 1 a zero é um resultado não tão confortável quanto esperaríamos que fosse – a qualidade do jogo mostrou que o resultado poderia ter sido uns 3 –, mas o time COM D’ALESSANDRO tem qualidade suficiente pra vencer a fraca zaga do Once Caldas e a altitude também. Quem não lembra do 2 a 1 contra o Estudiantes?
O Inter jogou querendo, mostrou interesse e muita doação no jogo. O time sem D'alessandro contra o Novo Hamburgo não dá pra comparar com o time com D'alessandro contra o Once Caldas. O gringo é estupidamente fundamental ao time, ao ritmo do time, a essência do time. Essa foi a primeira batalha de uma imensa guerra que está por vir e, quem sabe, venceremos ela com o D'alessandro. Ao final do jogo, D’alessandro concedeu entrevista na beirada do gramado. Ainda emocionado, não deu entender se vai ou se fica. Disse que “vamos ver o que acontece”.
Pequeno, baixo: o menor maior jogador que o Inter já teve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário