quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A primeira de muitas batalhas da guerra.

Libertadores: Inter 1x0 Once Caldas

Não seria nada fácil lutar contra o fôlego curto, contra o time do Once Caldas e, principalmente, com a incerteza sobre D’alessandro. Mais uma vez, o gringo mostrou que é meio time colorado e que o Inter depende especialmente dele. Os gritos em coro o emocionaram. D’alessandro, esperando para entrar no gramado, ouviu um estádio inteiro ovacionar seu nome e implorar que ficasse no clube. Os olhos do gringo se lubrificaram, ficaram úmidos, ele passou a mão pelo rosto, desviou os olhos da torcida, mordeu os lábios e espantou o choro.

É totalmente inevitável dizer que o D’alessandro foi o maior camisa 10 de todos os tempos e que nunca, na minha geração, foi visto uma movimentação tão grande em busca da permanência de um jogador em um clube. Muito mais que uma Libertadores, vimos o maior ídolo dos últimos 10 anos entrar em campo com a braçadeira de capitão... e ele mostrou que não estava brincando em serviço. D’alessandro impôs ritmo ao time e ditou como seria o começo do jogo: com muita pressão.

Aos 6 minutos, o Hermano pifou Oscar na cara do gol, mas o garoto bateu muito alto. O trio 3D funcionou muito bem durante todo o primeiro tempo e eles fizeram o torcedor se animar quando D’alessandro tocou para Dagol, este alçou a bola até onde estava Damião que, de bicicleta, fez a bola lamber a trave. Enfim, Dagoberto briga pela bola como criança briga por um doce, a conquista e toca para D’ale. Este dá um passe milimetricamente perfeito para Damião que, com um toque sutil, tira do goleiro e ela morre mansa dentro do gol.


 Depois do gol, aos 12 minutos, o Inter teve chances de monte. Oscar cruzou e Damião deu uma solada pra fora, D’alessandro foi em busca da felicidade com um canhotaço, mas o goleiro catou, Dagoberto chutou de fora da área. Teve passes de calcanhar, chapéu de Dagol, dancinha na frente dos adversário do D’ale, carrinho preciso de Guiñazu, qualidade impecável do eterno velho-jovem Índio e muito, mas muito passe de qualidade. O Inter com Andrés Nicolás transformou um adversário perigosíssimo em um espectador de duas artes no primeiro tempo. O time colorada praticamente anulou o time colombiano.

O segundo tempo, como o previsto, foi mais morno. O Inter sentiu falta da parte física, do fôlego. O Once Caldas tentou chegar ao ataque com Nuñez e com seus velozes atacantes, mas a zaga colorada foi impecável. Damião recebeu alguns passes, mas estava muito cansado para bater a gol. O 1 a zero é um resultado não tão confortável quanto esperaríamos que fosse – a qualidade do jogo mostrou que o resultado poderia ter sido uns 3 –, mas o time COM D’ALESSANDRO tem qualidade suficiente pra vencer a fraca zaga do Once Caldas e a altitude também. Quem não lembra do 2 a 1 contra o Estudiantes?

O Inter jogou querendo, mostrou interesse e muita doação no jogo. O time sem D'alessandro contra o Novo Hamburgo não dá pra comparar com o time com D'alessandro contra o Once Caldas. O gringo é estupidamente fundamental ao time, ao ritmo do time, a essência do time. Essa foi a primeira batalha de uma imensa guerra que está por vir e, quem sabe, venceremos ela com o D'alessandro. Ao final do jogo, D’alessandro concedeu entrevista na beirada do gramado. Ainda emocionado, não deu entender se vai ou se fica. Disse que “vamos ver o que acontece”. 

Pequeno, baixo: o menor maior jogador que o Inter já teve.

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