Libertadores: Once Caldas 2x2 Inter
Valia o semestre. Valia a vida do Inter na Libertadores. Um homem comandou o empate e a classificação: Andrés D’alessandro, o capitão do time. Lembram-se do D’alessandro tomando cartão toda hora e ficando fora dos jogos por suspensão? Lembram-se do D’alessandro briguento, marrento, que chamava os adversário pro tapa por qualquer motivo? Ele sumiu junto com a proposta da China. Andrés é outro jogador: maduro, decidido, com futebol de encher os olhos, jogando uma barbaridade. Giovani Luigi merece todos os aplausos e adorações do colorados pela insistência em manter esse jogador: quando a maioria já tinha jogado a toalha, Luigi trabalhava com tentativas e negações de propostas vindas do clube chinês. E não era por qualquer nome que o presidente fez todo esse esforço... era O nome.
O Inter demorou 90 minutos para construir a vantagem de 1 a 0 no Beira-Rio para que este levasse tranquilidade a Colômbia, mas lá o Once Caldas demorou 1 minuto para desmanchar a vantagem colorada. Qualquer colorado poderia prever algum ruim pra esse jogo, mas não que o Inter tomaria um gol de pênalti pleno 1 minuto de jogo – e um pênalti muito duvidoso, diga-se de passagem. O árbitro estranho apitou, Muriel quase pegou e Nuñez marcou. O Inter deu uma cochilada depois do gol, tomou sufoco do Once Caldas e a trave salvou o barraco do Muriel de tomar dois. Só que o Inter reagiu melhor que todos poderiam prever. Aos 10, Oscar foi nocauteado dentro da área por Casierra e o árbitro estranho marcou. D’alessandro, com a experiência, com a maturidade e qualidade que tem, marcou e colocou o adversário na berlinda.
Pensava-se que o Once Caldas estava numa ruim, mas tudo que está ruim pode piorar. Quando Bolatti desarmou um colombiano no campo de defesa do Inter, abriu para Kleber tocar para Oscar, este dar um toquezinho de peito para D’alessandro, dentro da área, tocar açucaradamente para Tinga marcar um belo gol – depois de esticar os dedos até não poder mais –, o time colombiano ficou mais desesperado ainda. Por alguns curtos minutos, os colorados se aliviaram. Gonzalez, depois de bela jogada, tirou a tranquilidade do Inter aos 23 do primeiro tempo.
Ainda no primeiro tempo, Damião cruzou e um colombiano quase marcou contra. Minutos depois, outra vez, D’alessandro comandou toda a jogada até que a bola parou na cabeça de Damião e, dali, para os pés de Oscar. O garoto tocou muito embaixo da bola e ela subiu demais. Não sendo bobos, os colombianos exploravam as bolas aéreas e os chutes de longa distância...
O segundo tempo veio com pouco ou quase nada de decaimento no rendimento do Inter. Quem decaiu mesmo foi o adversário: chuveirada dentro da nossa área, chutes sem direção, visível cansaço, jogadas sem fundamento... Guiñazu meteu um míssil de fora da área que o goleiro catou, depois veio outro susto: Once Caldas tem uma falta cobrada e um gol de cabeça, muito bem anulado pelo bandeirinha. Ufa!
As chances mais claras no segundo tempo foram do Inter mesmo, e foram muitos gols desperdiçados. Primeiro Damião deu para D’alessandro que, livre, arrancou, correu, chutou de onde ele não costuma errar, mas Martínez pegou. Depois, D’alessandro entregou para Oscar driblar um e outro e tocar para Damião. Ali, no lugar onde poucos, mas muito menos Damião erraria, ele tocou na bola com a canela e ela foi pra fora com o gol escancarado a sua frente. Quando parecia que ia dar, D’ale tocou para Damião, Dagol com o gol livre, tocou pra fora. Foram, no mínimo, quatro chances muito claras de gol desperdiçadas que não se pode perder em uma Libertadores.
Daqui pra frente, preparem os vossos corações. O primeiro passo para uma América tri vermelha já foi dado.
O Nei, sentindo o joelho e não sabendo se jogaria ou não, suportou a dor e se doou. Oscar, sem a condição física 100%, cumpriu a função de marcar o lateral do Once Caldas, servir Damião, acompanhar D’alessandro e, quando o adversário subia para o contra-ataque, Oscar deveria ajudar na marcação. Saiu engatinhando de campo mas, dentro dele, não se entregou. Damião tinha cara de poucos amigos e um visível cansaço. D’alessandro, no final do jogo, diminuiu o campo e guardou energias para os ataques. Guiñazu, que não é deste planeta, correndo feito louco, marcando, atacando, dando suporte ao meio campo. Superação, dor, cansaço, altitude, adversário complicado: ISSO É LIBERTADORES.
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