quarta-feira, 25 de abril de 2012

Beira-Rio vestido de vermelho, Dátolo e... Ah, a trave!

Libertadores: Inter 0x0 Fluminense

O maior medo de todos os colorados era, justamente, levar gol. Mais uma vez a história se repetia: Inter não tinha seus dois principais e mais decisivos jogadores, D’alessandro e Oscar. O primeiro por lesões consecutivas, o segundo por rolo com o São Paulo. E mais uma vez o Inter entrava em campo na base da superação, com jogador voltando de lesão sob o risco de sair dele com uma pior. Em compensação, o Inter tinha uma casa não totalmente lotada, mas que cantava por dois Beira-Rio’s. Na recepção, um túnel de fogo fez o coração dos jogadores bater mais forte. Na hora do hino rio-grandense, 32 mil vozes entoaram com emoção o hino da nossa pátria. Na hora da escalação, uma vaia ensurdecedora para as lendas coloradas: Sobis, Edinho e o eterno Abelão. 

O Inter começou o jogo extasiado com a torcida e na base da garra nos primeiros 15 minutos, com muita marcação por parte dos dois times e pouca criatividade. O Inter esboçava tentativas, mas não havia ninguém na frente pra receber a bola e, quando havia, erravam passes em demasia. O Fluminense, quando Sandro Silva e Guiñazu (que jogou uma barbaridade nos seus 250 jogos com a camisa colorada) não conseguiam tirar a bola dos tricolores, eles assustavam. O primeiro tempo acabou num 0 a 0 muito tenso. À medida que acabou tenso, começou o segundo tempo pegando fogo. Com Jajá e sem Dagoberto (sentiu a coxa, uma novidade), o Inter tomou fôlego e pressionou muito o Fluminense.

Foram alguns minutos de bate-rebate dentro da área do Fluminense. Aos 2 minutos, Damião aproveitou uma rebatida de bola da zaga e chutou forte, mas Cavalieri pegou. Em seguida Tinga disputou a bola e quase marcou. Diante de tanta pressão do Inter, parecia que era questão de tempo para sair o gol. Ele só não saiu porque... bem, Edinho chutou Damião por trás e o árbitro marcou o pênalti - não poderia ser diferente: um colorado ajudando o Inter a sair na frente. No momento do pênalti, Dorival chamou Muriel e lhe disse para avisar o Nei que era ele quem cobraria a penalidade. Muriel correu e entregou o recado ao Nei e depois a Dátolo, mas não obteve sucesso e comunicou o então capitão Tinga que, por sua vez, não obteve sucesso e nem a imposição que um líder deve ter. Dátolo foi na bola, desobedecendo os colegas e o treinador, enxugou o suor, fez o sinal da cruz, pediu a bênção dos deuses, correu para bater visivelmente nervoso, bateu no cantinho. A bola rolou, deu uma leve quicada, Cavalieri caía no chão, no mesmo lado em que a bola ia, mas parecia que não a alcançaria. Uma eternidade se passou até que as mãos do goleiro encontraram a bola e a bola, a trave. O Beira-Rio silenciou por um segundo e logo explodiu, cantando mais forte para apoiar os guerreiros.

A bola do jogo, nos pés do homem que vinha fazendo diferença e que era a esperança colorada, parou na trave. A felicidade colorada bateu na trave. Quem sabe, a bola da classificação bateu na trave.

No minuto seguinte, Rafael Sobis – que disse que comemoraria “sem problemas” caso fizesse um gol no Inter – chutou cruzado e rasteiro e foi a vez de Muriel brilhar. Com a ponta dos dedos, a muralha colorada colocou a bola pra fora. O Inter continuava tentando, pressionando, Jajá havia dado uma movimentação muito boa ao meio campo com suas pernas longas, mas D’alessandro e Oscar faziam falta. Muita falta. No último minuto de jogo, mais um bate-rebate na área e o contestado Jô, pegou uma bola de puxeta e meteu ela na TRAVE. O árbitro apitou.

A classificação não é impossível, muito pelo contrário. Ontem achamos que tudo estava acabado, hoje, com a cabeça fria, dá pra entender. O Fluminense vai partir pra cima, eles é que tem a obrigação de vencer agora, eles estarão na casa deles, com os torcedores deles. Se o Inter encaixar UM contra-ataque, a casa do tricolor cai.

A minha teoria: alguém fez uma macumba muito forte contra o Inter ou tem um gremista-nazista infiltrado do departamento médico do Inter. Alguma coisa de muito errada está acontecendo ou com os preparadores físicos ou com o DM. D’alessandro jamais teve um histórico de lesões assim e isso precisa ser revisto. O Inter vai sem meio campo novamente pro Rio de Janeiro jogar contra o Fluminense e precisa empatar com gol. Ainda dá pra se classificar, mas o que não dá é jogar uma Libertadores na base da “superação”... afinal, nem isso não tá ajudando o Inter.

Pra encerrar: que show da torcida colorada. Que calor. Que emoção! A Guarda Popular, felizmente sem o Hierro, deu outro ar para a torcida.

AVANTE, INTER!

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