Brasileirão: Flamengo 3x3 Inter
Se o Flamengo está vivendo atolado em dívidas, com mau comportamento diário do Ronaldinho e, consequentemente, em crise, o Inter ia para o jogo com time misto. Mas time misto com direito a ter jogadores que nem o nome sabíamos. Um empate lá era tratado como uma goleada, ou seja: quase impossível. Apesar de o Dorival ter escalado erroneamente, novamente, três volantes, o Inter misto se superou. Até dá para dar suas razões ao Dorival: com um time repleto de jogadores da base e reservas, uma equipe que nunca jogou junto, a intenção era segurar o time do Flamengo assim como a intenção tinha sido segurar a equipe do Santos. O efeito, porém, foi o contrário.
O primeiro susto – que foi normal pelo time e esquema que o Inter jogava – foi aos 8 minutos, quando Ronaldinho cobrou escanteio, Gonzáles desviou e Muriel espalmou, o rebote sobrou para Airton fazer. O Inter misto, porém, não baixou a cabeça. Buscou o gol de empate e quase o encontrou quando Fabrício cruzou e Gilberto cabeceou. A bola passou raspando a trave. As esperanças coloradas se esvaíram quando Índio se atrapalhou vergonhosamente com a bola e derrubou Ibson na área. Ronaldinho cobrou e fez.
Mas o mistão quente do Inter começou a tomar conta o jogo. Aos 28, Dagoberto esquentou o time colorado quando arrancou pela direita, deixou dois adversários comendo poeira e bateu cruzado. O goleiro espalmou. Cinco minutos depois, com o bico da chuteira, Gilberto desvia para o gol depois do cruzamento do Fabrício. A partir daí começa a sessão: Murilagre, lê-se: Muriel + milagre. Depois de um cruzamento primoroso de Love, Ibson ficou livre na área. Maaaas Muriel apareceu e deu um bote certeiro, um leve tapa na bola. Nei atacou de goleiro quando Ibson faria o gol, mas o careca do Inter se jogou de carrinho na bola e a afastou dali.
No segundo tempo, Dorival tirou um de seus excelentes volantes (só que não). Josimar saiu para a entrada de Maurides – pois é, também nunca ouvi falar. Quando parecia que o Inter empataria, Vagner Love aproveitou outro erro da defesa do Inter e marcou o terceiro, para consolidar a vitória do Flamengo... Não! Não porque o Fabrício, de cara feia o tempo todo, meteu um PATAÇO na bola em busca da felicidade, e a encontrou nas goleiras defendidas por Paulo. Golaço! E não ao quadrado porque Dátolo quis chutar de fora da área e a bola acabou entrando.
Misto do Inter empata e Flamengo vem pra cima... Não! Não porque o Inter quase virou aos 30, quando Maurides serviu Dátolo, que chutou rasteiro e a bola foi delicadamente pra fora. E não ao quadrado porque aos 34 Dagoberto pegou a bola e só parou quando chutou, mas ela desviou e foi caprichosamente pra fora. Na sessão Murilagre, Léo Moura cobrou escanteio e Welinton cabeceou. O gol só não saiu porque Muriel voou e fez uma defesa excepcional.
Fim de jogo, mas não o fim das emoções. Para a entrevista coletiva, o Inter não tinha espaço no Engenhão e quando arrumou, Dorival deu entender que não descartava uma punição a Fabrício, por ter saído da posição na qual o técnico ordenou que ficasse. Completamente desnecessário. Fernandão puxou a orelha de todo mundo no vestiário. Para finalizar: o Inter foi merecedor do resultado, poderia até ter virado. Com o time que se viu em campo hoje, completamente desfigurado, desentrosado e com uma perda de técnica irreparável sem Oscar, Damião, D’alessandro e companhia, correu em busca da felicidade e a encontrou. Empate, nessas circunstâncias, foi goleada.
Cara feia, discussão de posicionamento, erros e a correção deles, garra e sangue nos olhos: é assim que se ganha Brasileirão.
Um comentário:
O expressinho do Inter foi lá no Rio e por pouco não conseguiu vencer o time dos cachaceiros mulambentos. Muito bom o seu texto Kelly, aliás como sempre querida. Bjão!!!
Postar um comentário