Brasileirão: Figueirense 0x1 Inter
Com o ídolo Fernandão na casamata, o Inter do eterno capitão saía pela primeira vez de Porto Alegre para fazer uma partida fora de casa. Definitivamente sem Oscar, agora do Chelsea, sem Damião e Guiñazu, o Inter entrou em campo bem parecido com o jogo anterior. O vestiário já não é mais o mesmo, Bolívar falou antes do time entrar em campo e sentiu-se a vibração que já não tínhamos com Dorival Júnior. Logo no primeiro minuto de jogo, um susto: Loco Abreu cabeceou no travessão e fez a barraca do Muriel tremer.
Os primeiros minutos de jogo foram de muita marcação e de equilíbrio, mas o Inter tomou vantagem aos 24. Fred, a nova joia colorada, fez jogadaça pela esquerda e cruzou perfeitamente na cabeça de Dagoberto. O baixinho voou e deu um testaço na bola, tirou do goleiro e correu para o abraço. Nos últimos minutos do primeiro tempo, Jajá – em sua noite perde-gol – soltou uma bomba e ela explodiu na trave, mas voltou para Dagoberto, que meteu na trave novamente, mas já estava impedido.
Se o primeiro tempo foi marcado por jogadas de Fred e D’alessandro tomando porrada, o segundo tempo foi marcado por chances perdidas pelo Inter, muito mais porrada no capitão e um juiz caseiro... vergonhosamente caseiro. Dagoberto – jogando na sua posição, não de costas para o gol como jogava com Dorival e era taxado (por mim também) de ser a contratação mais furada da história do Inter –, dominou a bola na entrada da área e só não fez o segundo gol dele e do Inter porque o goleiro saiu de carrinho para afastar. Esse mesmo goleiro evitou também o gol de Fred.
Aos 29, o Figueirense deu o ar de sua graça, mas Ronny cabeceou pra longe a única chance clara do time da casa no segundo tempo. Pelo segundo jogo seguido depois de muitos anos, o Inter arrancou em contra-ataque. E isso deve-se ao Fred. D’alessandro recebeu a bola, rolou para Jajá na cara do goleiro e, como o colorado tirou a noite para errar gols, chutou em cima do Ricardo. O Índio ainda meteu uma bola na trave... O resto do jogo foi marcado por tentativas frustradas do Figueirense e muita porrada no D’alessandro, que não moveu um músculo do rosto.
Já dá pra notar a diferença do Inter de Fernandão. No final do jogo, abraços entre os jogadores, agradecimentos à torcida que compareceu ao estádio. Em campo, um D’alessandro capitão que tomou surra o jogo todo sem uma reclamação. Pela primeira vez Bolívar e D’alessandro jogam como titulares onde o zagueiro não usa a faixa de capitão, ao contrário que muitos pensam, sem problema algum. Bolívar tomou a palavra no vestiário, pediu determinação e uma vitória... foi atendido. Não teve um jogador em destaque na partida de hoje, o Inter foi um exército. O exército de Fernandão.
Fred e Ygor são as novas joias da base do Inter. Barcelona é a fábrica de jogadores da Europa, Inter é do Brasil. Um time vencedor começa se formar dentro do vestiário, Fernandão está fazendo isso.
Um comentário:
Perfeito (como sempre)! Principalmente na referência a Dagoberto. Jogando na sua posição, já é o segundo gol em dois jogos. Pra um técnico dar certo, precisa de 70% de liderança, 20% de discernimento e 10% de estrela. O que falta a Fernandão? Respondo: nada.
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