Brasileirão: Inter 4x1 Flamengo
A palavra que descreve bem essa ressurreição do Inter das cinzas é: renascer. O Inter renasceu, acordou, tomou vida, fôlego e, principalmente, vergonha na cara. E o grande responsável por essa mudança é argentino, ídolo intocável, com suave moicano, e futebol de craque: Andres D’alessandro. Voltando de lesão, o que mais preocupava no gringo – com o catastrófico preparamento físico que temos – era uma nova lesão. Nada disso. O hermano correu feito guri e jogou feito D’alessandro. Ritmo? Ele não fez falta. Esse gringo foi, é e provou que vai continuar sendo a alma, o coração, o gás e a motivação desse time.
Não tem como narrar todas as chances que o Inter teve de gol, já que elas somaram mais de 25. Porém, antes das principais delas, o Inter de Fernandão e todos os colorados tomaram um choque aos 14 minutos quando o maestro D’alessandro recuou uma bola tranquila ao Muriel, só que na hora de chutar... Mustela Putorios Furo, o Furão. Muriel certamente vai levar o título de lance mais bisonho da rodada, quando furou vergonhosamente e entregou o gol livre ao Vagner Love. O Inter desestabilizou levemente, mas logo se recuperou. Forlán chutou pra fora, depois chutou de longe e quase que Felipe deixa passar, no lance seguinte toca de para o Damião, que deixar de calcanhar para Fred, que chuta e Felipe faz a defesa.
Aos 28 minutos, Fred cruzou na área, Ramon se enrolou no corte e a bola sobrou para Forlán, de cara para o Felipe tendo o gol livre as suas costas. Todos os colorados devem ter pensado a mesma coisa: a média de gols incrivelmente perdidos por Forlán chegava a dois por jogo. Seria hoje que a média aumentaria? Forlán erraria novamente? Na cara do goleiGOLLLLLLL! Gol do Forlán! Gol simples, chorado, suado, o gol de empate do Forlán fez o meio Beira-Rio explodir! A partir daí só deu Inter. O Flamengo já não é lá essas coisas, e hoje o Inter tinha qualidade, tinha meio campo, tinha quem trabalhar a bola pra chegar até os centroavantes de qualidade inquestionável.
Forlán quase fez outro de cabeça, mas quem concretizou foi Josimar, aos 39, depois de um cruzamento do Fabrício, o volante encheu o pé e fez o gol da virada. Josimar é outro jogador sem grife, sem grande valor, mas sempre que foi chamado atuou em grande estilo como hoje. No segundo tempo, Vagner Love até assustou com um míssil no travessão, mas nada mais, além disso, só deu Inter. D’alessandro respondeu com um chutaço em curva que o goleiro Felipe pegou no canto. Aos 19, Forlán se consagrou. Ibson cobrou mal uma falta para o Flamengo, Damião recebeu lançamento longo, deixou o marcador estabanado no chão e tocou para Fred. Este deu para D’ale meter o canhotaço na trave, a bola volta para Forlán, livre, marcar o segundo dele no jogo, terceiro do Inter.
Ainda dava tempo do Inter atacar, atacar, atacar e Fernandão fazer as devidas substituições. Aos 29, Fabrício cruzou na área e a bola parou milimetricamente na cabeça do Damião. Bola na cabeça do 9 dentro da área é gol na certa. O Inter quase fez cinco com Rafael Moura, o lindo e loiro, e o sexto com Nei cobrando falta com categoria. Fim de jogo, Inter goleia o time do seu ex-técnico.
A partida que o Inter jogou não foi daquelas de cinema, mas muito boa. Tudo funcionou. O Guerrinha falou uma coisa na Rádio Gaúcha que me chamou a atenção, realmente, a entrada do D’alessandro no time fez muita gente que não aparecia, não jogava bem, correr atrás do resultado, mostrar boa vontade, arregaçar as mangas e por a mão na massa. Muitas vezes se viu o gringo gesticulando forte, mandando o time adiantar a marcação, encostar com os atacantes. Quando a bola caía em seus pés, surgia uma jogada de efeito, uma bola infiltrada ou um chute perigoso. D'alessandro provou, mais uma vez, que é peça-chave do time do Inter.
Forlán não foi muito menos importante. O uruguaio participava de todas, ou quase todas, jogadas. Sempre foi muito participativo, se desmarcando com inteligência e se postando de forma que o passe poderia ser feito com qualidade. Sem falar nos dois gols, no desencantamento do uruguaio. Agora vai! E logo em seguida vem Fred. O nome sem grife, jogador sem muito valor AINDA. Esse guri é a nova joia da base do Internacional. Fernandão deve ser sábio ao lapidá-lo, já joga muito!
Com ânimo e esperança, dá pra dizer: AVANTE, INTER!
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