segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Simplesmente, insubstituível

Já vinha sendo assim desde a Libertadores, mas na vitória por 3 a 2 sobre o Corinthians foi demais. Duvido que D'Alessandro tenha jogado neste nível com tanta regularidade alguma vez na vida. Mesmo quando surgiu no River - e logo o compararam a Maradona, que todo o meia canhoto habilidoso surgido na Argentina é logo comparada a Maradona. Os argentinos procuram a reencarnação do mito, obviamente. O fato é que o futebol apresentado por D'Alessandro no Inter é de tal excelência que dá para afirmar: aí está o jogador insubstituível do Beira-Rio. Tinga, Sobis, Bolívar, até Sandro. Estes fazem falta. O time perde com a ausência deles, mas dá para repor. D'Alessandro, não. A mais eficiente reposição que se possa imaginar, perto do que ele vem jogando, é um delírio. Antes, D'Alessandro ia bem quando a marcação era frouxa. Não raro, se entregava a um volante no seu encalço. Jogava bem uma e passava outras tantas partidas sumido, com espasmos de talento. Agora os adversários entram em campo claramente com o objetivo de marcá-lo e não conseguem. 
Alessandro tentou acompanhá-lo no lado direito defensivo do Corinthians. Quando ele entrava pelo meio, ia junto. O perseguiu de área a área. Perdeu o duelo. No segundo tempo, a certa altura, eram três a cercá-lo, e o camisa 10 encontrava uma solução para a jogada no passe curto ou na virada de jogo. 
Os gols de Tinga e Alecsandro saíram de seus pés, em casos típicos de coautoria. Como só o que interessa ao Inter é o Mundial de Clubes em dezembro, e por isso não acredito em título brasileiro (vai chegar o momento de o foco ser desviado naturalmente), a conclusão é: se D'Alessandro encravar a unha ou estiver com rinite alérgica antes de um jogo do Brasileirão, examine-se a possibilidade de poupá-lo. Só D'Alessandro é insubstituível. Perdê-lo para Abu Dhabi seria o fim. 



Por Diogo Olivier

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