quinta-feira, 31 de março de 2011

Quem tem “Oscarshow” não precisa de show do Ozzy

Inter 3x0 Jorge Wilstermann


Que o Jorge Wilstermann não tem qualidade técnica nenhuma eu já sabia, só não sabia que além de super, hiper, mega, ultra retranqueiro (sim, mais retranqueiro que o Celso Roth!), eles também têm habilidades em luta livre. Os amigos bolivianos estavam animados – ou esquentados –, primeiro foi um pontapé no Oscar, depois um nocaute no Guiñazu e quase uma voadora no D’alessandro.

Se o Gigantinho recebeu o show do metaleiro Ozzy, o Gigante recebeu o show do Oscar. O menino que virou gente grande, mais uma vez, mostrou ser muito bom de bola e que vem na equipe principal pra ficar – embora Celso Roth diz que vai se dar ao luxo de coloca-lo na reserva. Simplesmente o Oscar deu um show no Beiro Rio! O menino fez quase todas as jogadas de perigo que o Inter levava na área do adversário, driblou, deu caneta, ganhou jogada, infiltrou, fez cambalear o adversário e chutou muito a gol. O menino que a torcida tanto pediu, tanto implorou pra ver jogando ao lado do El Cabezón deu certo. O entrosamento do Oscar com o gringo parecia de quem estavam jogando juntos uma vida inteira.

No comecinho do jogo, o Jorge Wilstermann quis assustar, mas Lauro estava firme e forte pra cuidar da área dele. E o Inter não teve mais problemas ou sustos, a não ser no primeiro lance do jogo; o colorado dominou a partida inteira, ficou a maior parte do jogo no ataque fazendo o adversário botar a língua pra fora de cansaço.

Oscar colocou sua estrela brilhar e aos dez minutos de jogo, em um bate-rebate dentro da área, o garoto pegou uma sobra de bola e chutou. A bola bateu no adversário e voltou com força em seu peito e, lentamente, rolou pra dentro das redes. Depois do gol o Inter cresceu com a ajuda do mágico D’alessandro, que voltou muitíssimo bem da lesão.

Damião não se destacou muito no jogo e nem precisava. Acabou de voltar da seleção com o peso da 9 do Ronaldo nas costas e com o cansaço da viagem. O Damigol apareceu na área, mas saiu do jogo sem nenhum gol. O Zé Roberto... bom, este já um caso à parte porque não jogou nada de novo – apesar do gol no final do jogo.

No segundo tempo, Celso Roth voltou a campo com a mesma equipe, porém, com algumas mudanças de posicionamento e aí o negócio fluiu de vez. O Inter criou muito mais jogadas pelos lados e algumas pelo meio com o D’alessandro posicionado mais pela esquerda. O mesmo marcou o segundo gol colorado com um toquezinho lindo no canto de cima, sem chances para o goleiro com passe de quem? Oscar.

Aos 23 minutos da etapa final, o jogador boliviano deu um chute na panturrilha do gringo D’alessandro e foi expulso. Celso Roth, por sua vez, não “ousou” em tirar um de seus idolatrados volantes e colocar mais um jogador de área para aproveitar o espaço deixado pelo jogador expulso.

Antes de sair para a entrada do Sobis, Zé Roberto ainda teve tempo de marcar um golzinho, com passe de quem? Oscar. O Sobis ainda precisa melhorar e vem se esforçando para fazê-lo. Entrou bem no jogo, levou perigo duas vezes na área adversária, mas não conseguiu marcar.

Aos 37 minutos da etapa final o moleque Oscar saiu de campo, literalmente, ovacionado pelos quase 30 mil torcedores colorados presentes no Gigante da Beira Rio. . Oscar devolveu ao Inter o bom passe, a tabela, os toques de primeira e chute pra área. Quem viu e tem show do Oscar não precisa de show do Ozzy.

O Inter poderia ter ampliado o placar, pois tivemos pelo menos cinco oportunidades claríssimas de gol; uma com Bolívar já no começo do jogo, outra com uma cabeçada do Damião, a próxima com um chute do Índio, um chute no canto de Oscar que o goleiro pegou e uma chance com Sobis. Tá bom, o Inter está indo bem. Se Celso Roth não for burro o bastante pra colocar o Oscar no banco, veremos muitos shows desses no Gigante.

Fique com a sua bandeira gremista, Ozzy, que eu fico com meu show colorado. Obrigada.

sábado, 26 de março de 2011

Sabe o que faltou pro Inter? O Damião.

Inter 0x0 São Luiz

O Inter tem um dos melhores elencos do Brasil, quinto melhor clube do mundo e conseguiu a proeza de empatar, em casa, com o São Luiz que tinha um jogador a menos desde a metade do primeiro tempo. Não que o nosso adversário seja ruim, muito pelo contrário, marcaram o colorado perfeitamente bem numa linha de 4, e é assim que o Inter não sabe jogar. É assim que o Inter se enrola e não cria jogada nenhuma.

Hoje contamos com uma contribuição grandiosa dos nossos dois laterais: Kleber e Nei. O Kleber que sempre fazia cruzamentos perfeitos hoje não acertou nenhum, errou passes, perdeu a bola no meio campo e assim foi... Já o Nei, em cada cruzamento seu, o pessoal nas arquibancadas se protegia porque, ou a bola ia no meio dos torcedores, ou  ela ia lá no Gigantinho – pobre dos gandulas.

O primeiro tempo começou com o Inter levando sustos, mas a bola sempre parava no Lauro que mostrou muita confiança e muito bom preparo. O Daril, que já tinha amarelo, nocauteou Oscar e foi pra rua, mas mesmo assim o Inter não criou grandes jogadas. Além do Kleber e do Nei, outro destaque negativo no jogo foi Zé Roberto. Ele me dá a impressão de nunca estar com vontade de jogar, estar cansado. O Zé Roberto não corre em campo, ele se arrasta; não chuta, não cruza, não infiltra, não chega ao gol. Eu o chamaria de mosca tonta – desculpem a comparação – e, se ele quiser continuar no Inter, vai ter que deixar essa “qualidade” de lado.

No intervalo, Celso Roth, misteriosamente, fez duas substituições corretíssimas: tirou Zé Roberto – que nunca jogou nada – para a entrada do Rafael Sobis, tirou também Andrezinho e colocou D’alessando. O tão esperado encontro entre D’alessandro e Oscar aconteceu, mas não foi tão bom quanto esperávamos. O Sobis, como sempre, procurou o jogo, estava com vontade de jogar, mas, assim como D’alessandro, ele não conseguiu mudar o desenho do jogo.

O Inter se tornou dependente químico... do Damião. É bastante preocupante o Inter não ter atacantes que façam gols, além do Damião. As bolas que chegavam na área saiam dos pés do Oscar e, no segundo tempo, do D’alessandro, mas não tinha nenhum centroavante alto, objetivo, forte e determinado que colocasse essa bola pra dentro das goleiras. O fato de o Inter não conseguir marcar hoje sem a presença do Damião, é perigosa. Tá, o Cavenaghi tentou, tentou de novo, tentou outra vez e mais uma, mas errou sempre. Ele tem potencial e qualidade pra marcar, mas não marca, perde gols que, com um golpe de vento, a bola entrava.

O D’alessandro, que voltou de lesão, não tem ritmo de jogo e não tinha condições de jogar os 90 minutos, não foi ruim. El Cabezón se irritou, com razão, e disse que não podemos mais perder pontos dentro de casa. Ele e Oscar mostraram certo entrosamento e, com mais jogos, essa dupla vai enfeitar muito o meio campo do Inter.

E o gol... bem, o gol. Hoje era um daqueles dias que se a gente jogasse dois dias sem parar a bola não entraria. Cavenaghi perdeu gol sem goleiro, D’alessandro tentou em um voleio lindo, Alex furou em bola que “se desse replay aquela bola entraria”, e assim o jogo terminou em empate sem gols, na grande e aniversariante Porto Alegre.

Celso Juarez Roth foi um dos responsáveis por fazer de todos os dias  14 – não somente o de dezembro –, um dia de luto para os colorados. Ele, Celso Roth, teve grande responsabilidade na maior dor que os colorados carregam no peito. O vexame no mundial, assim como o amor que temos pelo Internacional, será eterno; cada colorado lembrará a dor que sentiu naquele dia e quem vem sentindo. Eu sei, o Celso não tem crédito algum com a torcida e não estou pedindo que tenha, mas no jogo de  hoje não podemos crucificá-lo. Ele utilizou todos os jogadores de primeira que estavam em condições de jogar, substituiu certo. Quando viu que o São Luiz estava recuado, com um jogador a menos, colocou atacantes em campo e é isso que os torcedores querem ver no Celso ou em qualquer treinador que comandar o Inter: ousadia!

O treinador colorado ousou hoje – tirou até o espetacular do jogo! –, mas não resolveu porque o problema é que não tínhamos o solucionador de todos os nossos problemas: Leandro Gol Damião, que está servindo a seleção. Damigol é goleador, é centroavante de primeira, mas essa dependência preocupa...

O Inter não foi muito bem, faltou os gols e, nada a ver o Chagas dar os oito minutinhos em jogos do Inter? Quarta-feira temos desafio na Libertadores contra o Jorge Wilstermann, de novo, e o que pode nos deixar tranquilos – dentro do possível – é que Inter no Gauchão é completa e intensamente diferente de Inter na Libertadores. Libertadores é guerra.

A amarelinha te cai muito bem e você a merece, mas...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Atuação ruim, resultado bom e liderança

São José 0x1 Inter
O Inter foi até o Passo D’areia com gramado que se parece com areia. Já tivemos experiência com gramado sintético e temos boas lembranças dele – contra o Chivas, no primeiro jogo da final da Libertadores onde o colorado venceu de virada o dono da casa. O Inter foi somente com Lauro e Guiñazu – que deu carrinho, roubou bola e correu feito louco como sempre – de titulares.
A belíssima partida que fizemos no nosso primeiro jogo em gramado sintético, lá no México, onde fomos extraordinariamente bem – ouso em dizer que foi nossa melhor atuação no ano passado –, não teve nada de parecido com essa. O que se desenha nos primeiros minutos de jogo se desenrolou durante todo ele: dificuldade pro Inter, principalmente na primeira etapa. O colorado, que tinha Zé Roberto e Cavenaghi mais a frente, não teve grande poder ofensivo na primeira etapa, mas Andrezinho achou um cantinho do gol adversário desprotegido e chutou, Rafael nada pode fazer a não ser ver a bola rolar pro fundo da rede.
O São José arriscou muito pouco e, quando arriscava, a bola parava no Guiñazu ou no Lauro.
O segundo tempo foi um pouco melhor que o primeiro, mas muito pouco. O Inter tentou mais, o São José tentou algumas poucas vezes. O Inter ficou no quase, o São José nem nisso. Como Zé Roberto se machucou, Celso Roth tirou do banco Rafael Sobis que, por sua vez, mostrou que estaca muito a fim de jogo. Se pareceu um pouco com o antigo Sobis que puxava contra ataque, levava perigo pro adversário e mostrava muita, mas muita vontade de jogar bola.
A combinação Oscar+Sobis+Cavenaghi só não foi perfeita pela falta do gol. O garotinho Oscar mais uma vez esbanjando qualidade, dribles, boas jogadas, chutes de longe. O Inter tem que cuidar dele como se tivesse os segredos da criação do mundo nas mãos, dele e do Damião – no meio do ano tem a janela de transferência então, tem que ficar ligado, Luigi!, não pode fazer besteira.
Na mais bonita jogada, Sobis ajeitou para Oscar, que centrou na meia-lua para Cavenaghi e pegou a bola de voleio. Rafael espalmou e o rebote voltou para Sobis, batendo cruzado, mas desviou na zaga. Nos últimos minutos de jogo, Andrezinho só não guardou mais uma porque Rafael estava inspiradoe espalmou, mas a bola voltou para Cavenaghi. O gringo driblou um, fez o outro cambalear dentro da área e chutou, só com as goleiras e a bola, mas chutou pra fora – essa quase podia ir pro Inacreditável. Quase, de novo. Em outras palavras, o jogo se resume em um gol e... quase. O importante foi os três pontos conquistados fora de casa e a liderança do grupo.
Agora é um olho no Oscar, outro no Damião. Os meninos estão voando. Todos os colorados estão loucos pra ver Oscar e D’alessandro jogando juntos e, pela entrevista do Celso, isso vai acontecer em breve. Sábado é Inter contra São Luiz e domingo é Damião contra Escócia.
Avante, Inter!

terça-feira, 22 de março de 2011

Além da vermelhinha a amarelinha...

Não precisa ser o gênio da lamparina pra ver que, entre os atacantes brasileiros atuando aqui ou não, Damião é o que mais se destaca. O menino tem média melhor que a do Messi – por enquanto –, mais de um gol e meio por partida, treze gols em nove jogos. Bom, o Mano não tinha como não levar o Damião pra seleção.

Com mais essa convocação, já serão 5 os jogadores que tiveram a base no Inter ou passaram por aqui: Sandro, Pato, Nilmar, Lúcio e agora Leandro Damião – o jogador colorado foi convocado por lesões sofridas pelo Pato e Nilmar, que estavam convocados.

A história de sucesso de Damião começou no Inter  no dia 18 de agosto de 2010 quando, nem relacionado ele sabia que tinha sido, Celso Roth tirou-o do banco de reservas e colocou ele em campo numa final de Libertadores, contra o Chivas. O menino meteu um golaço pra desempatar o jogo.


Leandro Damião tem tudo que um centroavante precisa ter, mas que muito poucos têm: altura, capacidade e facilidade de cabeceio com precisão e força, é jovem, tem velocidade e sempre se coloca muito bem dentro da área.

Ouso em dizer que Damião é mais iluminado que o Giuliano.

Agora quem pedia mais respeito do Damião vai ter que respeitar ele, porque o menino está voando, na seleção e se preparem pra chuva de gols. Quem dizia também que o Damião tinha muito o que aprender não errou, ele vai aprender muito na seleção, podem ter certeza.

Alô, Mano... Não se preocupa, não. Pato e Nilmar se machucaram? A gente ainda tem o Damião!
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Sobre a reforma no Gigante: a novela acabou tarde, mas acabou. Os conselheiros optaram para o que eu acho, e o que a maioria da torcida colorada acha melhor para a parte financeira do clube: uma parceria. Acredito que seja melhor termos parcerias e deixar o rival se engrandecer, mesmo sem razão, por também termos uma ajudinha a que deixar o clube com pernas bambas.

sábado, 19 de março de 2011

Futebol que é bom, nada...

Inter 0x0 Novo Hamburgo

A tarde ensolarada que fazia hoje propiciava ao Inter, jogando em casa, que jogassem uma belíssima partida de futebol e conquistassem três pontos muito bem vindos com a dupla que tanto se quis ver jogando junto: Rafael Sobis e Cavenaghi. Mas Ceslo Roth tratou de enterrar a animação colorada já no primeiro tempo...

Os pouco mais de 11 mil colorados que pagaram e foram ao Gigante da Beria Rio não mereciam ver o que viram: muito, mas muito pouco futebol, amigos. Os torcedores puderam tirar uma soneca, tomar um chimarrão e contar uns “causos” mo Gigante, de tão sonolento que estava o jogo. Além disso, o Inter tinha três volantes que o técnico colorado tanto ama e dois laterais, tendo Sobis e Cavenaghi mais a frente. Podemos dar um mínimo desconto para esses jogadores – em hipótese alguma para o técnico, até porque ele não tem crédito algum com a torcida – que treinaram apenas um dia juntos, consequentemente sem entrosamento algum.

É difícil comentar o jogo de hoje porque não há o que comentar.

Depois que a seleção sub-20 conquistou o título sul-americano, o Juan – ZAGUEIRO – disse que queria voltar pra Porto Alegre e que esperava ser usado como zagueiro, que é a posição dele, onde ele se ajeita e joga melhor. Celso Roth tranformou Juan-zagueiro em Juan-lateral, e todos sabem que a maioria dessas “adaptações” não dá certo. Pra quem viu o jogo sabe do que estou falando: dos cruzamentos apavorantes do Juan, dos passes errados. Enfim, Juan estava no Inter fazendo o papel de “quebra-galho”. Como eu já disse, o primeiro tempo foi ruim em quase todos os aspectos. Apenas uma jogada aqui, outro cruzamento horroroso ali, uma falta grotesca acolá e assim foi.

Não ouso em dizer que Sobis e Cavenaghi foram mal no jogo, até porque não os vi jogar. Apenas vi os dois correrem, procurarem a bola, mas muitas poucas vezes a encontraram porque o Inter não tinha ninguém adequado que criasse jogada e que fizesse a bola chegar lá na frente. Celso Roth – acredito que ironicamente – colocou o espetacular Wilson Matias fazer a função de sair com a bola, criar uma jogada, driblar... e é óbvio que ele não tem qualidade pra criar uma jogada. Então o Inter ficava assim: Wilson Matias tocava pro Guiñazu que recuava pro Índio, aí o Índio tocava pro Daniel (até eu jogo mais que ele) que tocava pro Guiñazu. Do Guiñazu pro Juan que cruzava lá na casa da tia Joaninha...

O segundo tempo foi ruim igualmente ao primeiro, com uma marcação muito forte do Novo Hamburgo – assim como foi na primeira etapa. O time adversário foi sábio, percebeu como e em quem o Inter jogava, marcaram quem criava alguma pouca coisa pro colorado: Sobis, Cavenaghi e Andrezinho e pararam o time do Inter. Portanto, o Inter só tinha jogadas aéreas, mas não tinha quem cruzar. Quando Oscar entrou o Inter melhorou muito pouco, mas teve algumas chances. Damião entrou no lugar do Cavenaghi e quase fez um gol de cabeça, mas saiu do jogo sem gol. 

E... o Rodrigo estava em campo hoje? Pois é, eu também não sei.

quarta-feira, 16 de março de 2011

É só não atrapalhar, Celso.

Jorge Wilstermann 1x4 Inter



O Inter venceu e convenceu. Bateu o Jorge Wilstermann, na Bolívia, por 4 a 1 e continua buscando os primeiros lugares da fase inicial da Libertadores para ter vantagens a partir do mata-mata. E, começou a construir a vitória no domingo, às 19h, quando Muricy Ramalho pediu demissão do Fluminense. Não entendeu? Pois bem. Veja o que a sombra de um grande profissional faz. Celso Roth abriu mão de sua principal convicção: tornar o time medíocre e contrariar lógica, escalando o garoto Oscar, em detrimento de Wilson Mathias – que, aliás, sugiro procurar um orientador vocacional. Sua profissão não é jogador de futebol. Não, não, não.

Com Oscar, a equipe ganha a principal característica de um time vencedor: o improviso. Nunca se sabe o que Oscar vai fazer. Se, dribla pra direita, esquerda, se arremata, se tabela... É o que, de mais próximo, temos, de D’Alessandro. E, quando (e, se Roth permitir) os dois conseguirem atuar juntos... Lamento para os adversários. Um craque afirmado e um gênio em potencial, municiando o melhor centroavante surgido nos pampas nos últimos anos: Leandro Damião! O DJ dos gols do Fantástico. Um jogador completo. Um centroavante fantástico. Um novo ídolo colorado!

O Jorge Wilstermann bem que tentou estragar a festa. Abriu os trabalhos marcando com o zagueiro Brown. A zaga do Inter, pelo alto, é um “Deus nos acuda!”. Há horas... Mas, o time do “seu Jorge” era tão fraco, que o mesmo Brown justificou toda aquela ruindade da sua equipe, ao empatar, anotando contra.

Leandro Damião não manteve a média de três gols por jogo. Pelé também não conseguiu manter. Nem Messi, atualmente. Mas Damião marcou o seu. Um cabeceio mortal, num lance de coragem e raro oportunismo. Depois, deu um presente para o combalido Zé Roberto, que fez o terceiro do Inter no jogo.
O primeiro tempo, frenético, chegou ao fim com o jogo controlado. Então, Roth aprontou das suas. Tinga, que, infelizmente não consegue manter um padrão físico adequado para adquirir ritmo de jogo, saiu no intervalo, sentindo dores. Quem o tal Juarez enfia no jogo? O Espetacular! Wilson Mathias!

O Inter começou sonolento a etapa complementar (seria uma coincidência pela entrada do glorioso WM?). Podia ter saído da Bolívia com o avião carregado de gols. Mas Roth deve temer pelo excesso de bagagem. Mathias garante isso: a pitada certa de mediocridade que tira o brilhantismo do meio-campo colorado e freia o time ofensivamente.

Administrando o resultado, o Inter ainda chegou ao seu quarto gol, através do lateral e atual capitão Kleber. Mas a melhor notícia do segundo tempo viria do Rio de Janeiro. Alecsandro não se acertou com o Galo e foi vendido ao Vasco. A notícia ainda é extra-oficial, mas foi confirmada pelo seu empresário (assim, o Vasco ratifica a tradição de um clube português, ora pois!). Aí, me pergunto: sentiremos mais falta de Alecone com a camisa 9 do Inter ou do nosso apêndice? Difícil, hein ô Batista?

O interessante é que o Inter faturou mais três pontos, goleou fora de casa, tem dois jogos no Beira-Rio, na virada do turno, e caminha a passos largos por uma América Tri Vermelha. E quer saber o melhor disso tudo? Não é trote!

Por: Nando Rocha

domingo, 13 de março de 2011

A genialidade surreal de Damião...

... mas nem tudo foram flores.

Caxias 3x3 Inter

O jogo lá no estádio centenário contou com vários torcedores colorados e muito, mas muito jogo quente, pegado. A defesa do Inter dava a impressão de ter voltado da balada e ter ido jogar; não tínhamos posse de bola, não tínhamos ataque, não tínhamos setor defensivo. Os torcedores colorados estavam pilhados com a bela atuação que fizemos contra o Ypiranga, mas hoje nem tudo foram flores, e a preocupação começou invadir a cabeça dos colorados quando o “pequeno grande furacão” Oscar perdeu, infantilmente, a bola no meio campo e o Caxias – com jogadores iguais ao papa-léguas – puxou contra ataque e marcou com Itaqui. Depois disso – exceto os gols do gênio Damião – o Inter fez muita lambança no primeiro tempo.

A estrela do gênio Damião brilhou pela primeira vez no jogo quando Oscar cruzou para Tinga no último centímetro de campo que lhe restava, o cabeludo chutou em cima do goleiro e a bola voltou pra Damião, que a esperou quicar no chão, e bateu pra empatar o jogo. Logo em seguida, em uma única jogada que Zé Roberto fez no jogo inteiro, ele foi derrubado dentro da área e o árbitro marcou corretamente o pênalti. O único cobrador de pênalti do Inter em campo não estava informado de que o goleiro caxiense, na maioria das vezes, cai pro lado esquerdo – assim foi nos três dos quatro pênaltis que ele pegou e assim também foi contra o Grêmio. Zé Roberto cobrou com a calma que um bebum tem (não que ele seja um), Sangalli não precisou fazer esforço nenhum para defender. O Inter tinha todas as ferramentas possíveis pra virar o jogo, mas Zé errou grotescamente.

Aí vem aquele ditado que os filósofos e os colorados estão cansados de repetir: Quem não faz, leva. Nem dois minutos depois da cobrança horrorosa do pênalti, Waldison colocou o Caxias na frente fazendo Celso Roth repetir aquela expressão de desaprovamento com o time, porém, sem nada fazer. A estrela do menino-gênio resolveu voltar a brilhar no jogo onde, mesmo impedido, Damião achou a sobra de bola e marcou mais uma vez pra ficar tudo igual: 2 a 2.
O Caxias mostrou que não tem medo de jogar com time grande e que não joga como a maioria dos times com menos tradição: no erro do adversário. Os caxienses ousaram, atacaram e marcaram. O árbitro ousou também, em dar inúmeras, incontáveis faltas pro Caxias na entrada da área, mas não eles conseguiram converter nenhuma em gol.

O segundo tempo voltou com um ritmo menor. Celso Roth tirou Massari e Sorondo alegando que estes “sentiram” o jogo, colocou Índio e Juan. Zé Roberto que jogou assustadoramente mal continuou para nada fazer em campo... Enquanto a torcida pedia em unanimidade por Sobis, Zé Roberto caminhava em campo, sem vontade, molengo. Aos quase 30 minutos da etapa complementar o molengo saiu de campo muito vaiado para a entrada do idolatrado Rafael. A voz do povo é a voz de Deus: Sobis, em 30 segundos, fez muito mais que Zé Roberto em 29 minutos. Logo depois da substituição Tinga subiu livre, mas bobeou, esperou a zaga adversária voltar e Damião apareceu por lá. Tinga tocou pro menino que foi interceptado pelos caxienses, perdendo um gol quase feito.

O excepcional, extravagante e inquestionavelmente goleador Damião resolveu fazer mais um gol pra pedir música e colocar o Inter na frente mais uma vez.  Só que outra vez o ditado popular ousara em se repetir: Quem não faz, leva, e aos 45 do segundo tempo Éverton – ex-Inter – fez um golaço e empatou a partida. O Inter até tentou com um belíssimo chute de Rafael Sobis e outra cabeçada do Damião, mas o jogaço acabou em empate e um ponto pra cada lado. O goleador colorado acabou com o jogo, agora ele chega a
 uma média altíssima: são 7 jogos com 12 gols marcados. Já são três domingos que o garoto pede música no Fantástico... Damião está DEMAIS!

O melhor no jogo foi, sem sombra nenhuma de dúvidas, Leandro Gol Damião e o pior foi Ceslo Roth – como sempre. O técnico do Inter deve adorar ser chamado de burro; hoje ele elogiou Zé Roberto e disse a Oscar que ele “pode melhorar”; são atitudes como essa que provam que Celso Juarez não pode e nem deve mais ser técnico de time grande como o Inter. O colorado está sem muito ritmo – depois de ter ficado 16 dias só treinando por consequência da precoce eliminação do time B, na Taça Piratini –, mas nenhum colorado vai ligar pra isso quando se vê substituições como as de hoje, quando se vê esquemas de jogo retranqueiros até o último fio, quando se vê declarações de que Oscar pode melhorar quando na verdade o menino está deslanchando ótimo futebol digno de um camisa 10 – mesmo que provisório. Declarações essas que saem inacreditavelmente da boca de um técnico que tem uma Ferrari novinha em folha na garagem, mas complica, mexe e remexe fazendo do carrão uma caranga que anda aos trancos e barrancos.

Ó, um recadinho pro Zé Roberto: Ou o senhor faça-nos o obséquio de deixar a ressaca do sábado pra trás e jogar, ou faremos o obséquio de lhe deixar sem clube. Ou veste a camisa e faça por merecer, ou vai ser chutado do Inter junto com o Celso. Outro pro Roth: O Muricy não é mais técnico do Fluminense então, a qualquer momento ele pode ser técnico do Inter.

O que faltou pra sairmos com a vitória do estádio centenário foi os... 


sexta-feira, 11 de março de 2011

Pequeno grande furacão

Depois de ter aplicado um chocolate no Jaguares, ter ficado 16 dias sem jogar, o Ypiranga foi a vítima da vez do Internacional. As duas longas semanas de treinamento mostraram resultado. Ao contrário do que foi o jogo contra os mexicanos, pela Libertadores – onde o Inter fez 4 gols, porém, apresentando muitas deficiências –, esse foi um jogo de muita técnica, muito bom futebol e de muitos destaques. Grandes destaques em jogos era coisa que não se via no Inter, escolhíamos o “menos pior” e dizíamos que foi o melhor em campo... 

O Inter dominou todo o primeiro tempo, mas não foi soberano. O Ypiranga tentou uma gracinha aqui, outra ali, mas Lauro cuidou bem das goleiras. O primeiro gol aconteceu quando Oscar cruzou, Daniel chutou a gol e a bola bateu na zaga, mas lá estava Leandro Damião, como sempre, pra marcar. A partir daí, o Inter mandou o esquema 4-2-3-1 à favas e fez da retranca, que Celso Roth tanto ama, se transformar em gols. Nem a chuva forte que caiu no primeiro tempo e nem o campo pesado apagaram a estrela de Damião e Oscar – essa dupla vai dar dor de cabeça pra zaga adversária.

O pequeno grande furacão Oscar, que brilhou na seleção brasileira sub-20, vestiu a camisa 10 do mágico, inteligente, impressionante e quase insubstituível D’alessandro. A 10 do Inter pesa quando se trata que o dono dela é o magnífico El Cabezon que tantas La Boba’s aplicou. O menino Oscar não se importou nem um pouco em vestir camiseta de gente grande, assumiu a responsabilidade e fez por merecer. O furacãozinho vinha sendo destaque nos treinos faz tempo e ontem deslanchou. Oscar armou boa parte das jogadas, deu muita dor de cabeça para o canarinho e deu belos chutes de fora da área – característica essa que o Inter perdeu desde a saída do Alex.

Depois do menino da camisa 10 do Inter driblar um, dar uma finta no outro e fazer cambalear o próximo ele cruzou, e a altura do goleador Damião foi suficiente para marcar o seu oitavo gol em seis jogos, ampliando o placar em 2 a 0. A cada jogo se concretiza o dom que Leandro Damião tem em conduzir a bola, o faro de gol. Com chuva, Oscar e Damião juntos mostraram que têm estrela, então imagina em campo seco... 


Assim como há muito não se via, o Inter estava inspirado... No segundo tempo – além do Ypiranga entrar em campo com outra camiseta um pouco melhor que a primeira –, mesmo abaixo de chuva forte, Oscar, mais uma vez, fez uma bela jogada para Zé Roberto fazer o terceiro, ampliando e consolidando o placar superior. Para finalizar (ufa!, cansei), Kleber deu um daqueles seus cruzamentos de praxe, como se a bola fosse colocada com a mão na cabeça de Damião fechando com chave de ouro a noite colorada.

A goleada só não se estendeu porque o nosso árbitro não foi bondoso – ou “justo” – em dar oito minutinhos de acréscimos e porque Damião e Sobis perderam gols quase feitos. Hoje a gente pode dizer que tivemos grandes destaques no jogo, que jogamos bem e, quando se joga com um adversário menor, a obrigação do maior é vencer, e vencer bonito. Foi isso que o Inter fez, foi isso que eu e todos os colorados queríamos ver: o Inter ganhando e goleando qualquer adversário, seja na Libertadores ou seja no Gauchão.

Já que fizemos feio no primeiro turno do campeonato, o segundo turno inteiro nos aguarda. Já começamos bem, creio que agora vai. Domingo já temos jogo contra o Caxias, no estádio Centenário e é esse Inter – até um pouco melhor – que queremos ver no gramado.

(A nação colorada em uníssono deseja muita força ao Renan que perdeu a mãe em um acidente de carro, semana passada. Na camiseta de cada jogador uma tarja preta indicava que o Inter ainda está de luto; nas arquibancadas uma fita preta foi estendida pelos torcedores mostrando apoio à Renan; no gramado os jogadores levaram uma faixa e o estádio se calou por um minuto.)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Carnaval! Tempo de... treino

Com direito a marchinhas (feitas por torcedores no twitter) para embalar suas lambanças, Celso Roth engrossou a voz e avisou que os jogadores colorados só terão folga no domingo, nada mais – aliás, o técnico precisa de um tempo para pensar quais serão as próximas atrações do Carnaval do Roth. Graças a um time B e um planejamento horroroso no início deste ano, temos ainda nove dias só treinando para depois jogar contra o Ypiranga, pelo Gauchão. Se Celso Juarez Roth não inventar mais nenhuma esculhambação no time – como fazer do Guiñazu um meia, insistir em Wilson Matias, rechear o time de volantes e dizer que Bolatti fez Tinga perder espaço (Bolatti veio pra entrar no lugar do Matias, não do Tinga) – temos algumas chances de irmos razoavelmente bem nesse fim de Gauchão.

A verdade é que já teríamos que ter mudado de comandante depois do desastroso mês de dezembro, mas como Celso Roth continua sendo um bom técnico (na concepção de alguns alucinados) mesmo depois do fiasco em Abu Dhabi, ele permaneceu... pra fazer mais lambanças. Roberto Siegmann deixou bem claro que não apoiava intensamente a permanência de Roth no Inter, mas está demorando demais pra fazer os torcedores felizes com a demissão do atual técnico.

A vitória que tivemos contra o Jaguares, quarta-feira, não significa que as coisas andam bem. Muito pelo contrário. O Inter não está 100% bem na defesa, nem no meio e nem na frente. Em outras palavras, o elenco colorado apresenta deficiências em quase todos os setores. Pode ser por causa das mudanças irracionais que o técnico faz no time? Pode. Pode ser por causa do número exagerado de volantes? Pode. Pode ser por falta de qualidade? Não.

Hoje, como há muito tempo não se via, o Inter tem um elenco inflado de qualidade, mas toda ela é prejudicada pelo esquema e a forma de jogo a que Celso Roth mais adora: a retranca. Uma vez tinha-se no Inter posse de bola, oferecíamos perigo ao adversário e, na nossa casa, sempre fazíamos o time que estava do outro lado da linha do meio-campo se sentir sufocado. Nada disso foi visto no jogo contra o Jaguares. O time mexicano só não marcou porque não tinha qualidade pra isso. O jogo não foi de inteira superioridade do Inter, só fomos superiores no resultado e não no jogo com bola nos pés.

Temos apenas, acredito, um jogo com o time com o time principal antes da partida na Libertadores., portanto, temos que corrigir todos esses erros nessa partida. O torcedor está desconfiado, de olho bem aberto, e a confiança só vai voltar quando o time do carvavalesco Celso Roth resolver entrar nos eixos e mostrar um bom futebol. Eu disse bom futebol, isso inclui qualidade, técnica e muitos gols.

Que esses nove dias mudem a concepção do técnico colorado quando diz que nem D’alessandro tem lugar certo no time – D’ale, Sobis e Bolívar saem do departamento médico e estarão prontos pro jogo pela Libertadores. O que devemos fazer agora é sentar e ver qual será a próxima atração do carnaval do Roth.

Esse mês saiu o ranking atualizado do IFFHS mostrando o Inter como o quinto melhor clube do mundo, atrás apenas de Inter de Milão, Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique. Cada ano/mês nossa responsabilidade aumenta mais... espero que saibamos mostrar pra todos porque somos o quinto melhor do mundo e consequentemente o melhor do Brasil.