quinta-feira, 19 de abril de 2012

No sufoco e dependência...

Libertadores: Juan Aurich 1x0 Inter

Nossa, como é ruim esse Juan Aurich. Gramado sintético? Que nada, viramos o jogo em Guadalajara contra o Chivas em 2010 num gramado desses. A qualidade do Inter é maior que todas essas adversidades... Era isso o que nós pensávamos. O Inter bobeou hoje e em Libertadores não se pode bobear. Independentemente de qualquer circunstância, num jogo de Libertadores, a camisa vermelha tem que ser vestida com gana, garra, orgulho, amor. No campo, o coração tem que estar no bico da chuteira e o corpo, resistente a qualquer cansaço. Mesmo que o time não jogue merreca nenhuma, tem que brigar pela bola, se jogar nela se for preciso. Tem que voar pra tentar um cabeceio ou esticar o braço pra marcar um gol de mão.

Não se joga Libertadores do jeito que o Inter jogou hoje. Um time apático, sem poder de reação, sem alma. Cadê o Inter do gol aos 44 contra o Estudiantes, o Inter do gol sem querer de calcanhar do Alecsandro, o Inter do primeiro tempo contra o Santos? Cadê o Inter que não precisa de tubos de oxigênio na altitude, do Tinga que sangra a cabeça, do Giuliano que faz o gol aos 40, CADÊ O INTER DAS RUAS DE FOGO?

O jogo de hoje contra o fraquíssimo ao cubo Juan Aurich teve: um pênalti não marcado para o Inter, quando quase arrancaram a camisa do fraquíssimo na quarta Bolívar; um gol do Juan Aurich depois de uma falha grotesca e vergonhosa do Bolívar, que Tejada mandou para as redes; mais um pênalti não marcado em cima do Damião; defesa do Muriel; defesa do Muriel; susto no Inter; adversário quase faz o segundo; quase fim de jogo e eis que surge a primeira chance de gol do Inter quando Jô (o cone mesmo) girou e bateu para o gol, e que Penny fez a defesa.

Ah, teve mais uma coisa no jogo: dedos cruzados dos 14 minutos do primeiro tempo (quando Bolívar boliviou e entregou o gol para o Juan Aurich) até o último centésimo de segundos para o fim do jogo rezando pra que o The Strongest não marcasse gol no Santos ou o Santos não entregasse o jogo para o The Strongest visando a eliminação do Inter. De Índio a Damião, ninguém jogou ABSOLUTAMENTE nada. Muriel, o único que mostrou ser guerreiro hoje.

Nas oitavas, o Inter pega nada mais, nada menos que o Fluminense de Abelão, Sobis e Edinho. Nesses dos jogos que definirão quem seguirá vivo na LA, o Inter vai mostrar se quer ser tricampeão, se tem espírito pra isso e se tem vontade. Vontade! Essa semana tem que ser com clima de luto e muito puxão de orelha no Beira-Rio, de vídeos motivacionais, de tratamentos com psicólogos. O Inter é muito mais do que apresentou hoje, a folha salarial mostra isso e queremos resultado dentro do campo. O gramado com dimensões reduzidas, o vento que fazia a bola mudar de curso, os dois pênaltis não marcados e o tapete sintético dificultou muito a vida do Inter, mas o Juan Aurich era infinitamente mais fraco que os times que temos no Gauchão hoje pra colocarmos a culpa da derrota nessas pequenas dificuldades.  

O Inter hoje precisou depender de resultados paralelos pra se classificar nas oitavas de final, não é assim que se forma uma equipe com espírito vencedor e muito menos que a torna vencedora.

NADA VAI NOS SEPARAR, INTER. 

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