É completamente
impressionante a capacidade e a facilidade que o D’alessandro tem de jogar
futebol. A qualidade, a genialidade. Recua quando o jogo pede, coloca mais
velocidade quando precisa, qualidade extrema nos passes e uma inteligência
invejável. Tudo é muito natural quando o gringo joga. Quando menos se espera,
ele enfia uma bola no meio de três zagueiros e deixa o atacante nas fuças do
goleiro. O D’alessandro tem o espírito que raríssimos jogadores têm. Com a
simples presença no time, puxa o resto do grupo e o faz jogar, como fez contra
o Vasco. Jogou com extrema destreza e naturalidade, sua melhor partida no ano,
junto com aquela contra o Once Caldas, no começo dessa temporada.
O Inter é
sim dependente do D’alessandro, não há como um time não depender de um jogador
com extrema qualidade, habilidade e inteligência de jogo como o gringo. Depois
de um ano com muitas lesões, “problemas psicológicos”, expulsões e algumas
polêmicas, o gringo voltou como todos sabem que ele joga. Coincidência ou não,
desde que o D’ale chegou ao Inter, esse foi o ano em que mais se ausentou e,
também, o pior ano do time. O jogo começou com o Nei metendo bola no travessão
(que eu creio ser somente uma obra do acaso, já que não há qualidade nenhuma
nos pés do careca).
Aos 22
minutos, Juninho cruzou rasteiro e Jonas marcou o gol do Vasco. Acho que quase
todos os colorados acreditavam em mais uma derrota ou, no máximo, um empate. D’alessandro
bateu no peito, Forlán já tinha chamado a responsabilidade pra ele no meio da
semana e os ventos viraram pro lado colorado. O uruguaio quase marcou quando
chutou de fora da área e Prass pegou, na segunda tentativa, ninguém pegaria. De
pé em pé até a bola cair nos pés do D’alessandro, que ergueu a cabeça, baixou e
meteu uma bola genial pro Forlán, no meio de três vascaínos. O uruguaio recebeu
ela na cara do goleiro, aí foi só bater com categoria pra empatar.
Nos últimos
segundo do primeiro tempo, o gol da virada. Quem tocou? Quem marcou? Os
medalhões! De pé em pé de novo, chegou no D’ale e ele enfia a bola no meio de
dois jogadores do Vasco, nos pés do Forlán, que tocou no meio da pernas do
Prass e correu pro abraço. Os medalhões entraram, os medalhões resolveram e os
medalhões chamaram a responsabilidade. No segundo tempo, o D’alessandro estava
com a mesma fome de bola, a mesma vontade de jogar que no primeiro tempo. O
Inter poderia ter ampliado depois de uma jogadaça do D’ale com o Guiña, o
primeiro gringo cruzou e achou Fred na área. Ele chutou cruzado e a bola lambeu
o travessão.
O Vasco pressionou no fim do jogo, mas sem
levar perigo. O Inter tinha VONTADE de segurar o resultado, vontade de ganhar,
prazer em jogar, prazer em ganhar. Era isso que estava faltando ao Inter na
maioria dos jogos desse ano. O D’alessandro dá vida ao time, faz o time jogar,
puxa, motiva, vibra o time. É isso que se espera dos medalhões. E é por isso
que eles não devem sair do time. Por pior que seja a fase em que estão
passando, eles sempre têm, pelo menos, um lampejo de genialidade. O gringo foi
genial o jogo todo, e o Forlán só usou da sua qualidade pra aproveitar as
pinturas de passes que o gringo deu a ele.
Dá pra
sonhar com G-4? Sonhar não custa nada, então...
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