segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Andrés D’alessandro: o mito!


Andrés Nicolás D’alessandro completou 150 jogos com a camisa do Inter na quarta-feira no jogo contra o Figueirense, porém, foi homenageado e ovacionado pelos colorados que comparecem ao estádio somente hoje. Homenagem esta muito merecida por tudo o que D’alessandro conquistou aqui e por tudo o que D’alessandro ainda representa ao Inter: o cérebro. Muitos diriam que hoje quem é o cérebro do time é o Damião, mas não é; o centroavante faz de uma bola quadrada um gol, faz de um passe ruim uma jogada boa e quando ele ganha passes bons é gol na certa – passes estes que saem dos pés de D’ale e Nei, geralmente. O argentino pensa as jogadas, pensa o Inter e dita o ritmo de jogo ao time.

D’alessandro começou a “mitar” no Inter desde quando chegou, em 2008, e foi um dos grandes responsáveis pela conquista da Sul-Americana. Também foi um dos grandes nomes nas conquistas da Libertadores 2010, da Recopa desse ano, da Copa Suruga em 2009 e duas vezes do Gauchão. D’alessandro, desde que chegou aqui, se tornou um dos principais jogadores do Inter, e não é sem motivos que o argentino esquentado conquistou SEIS títulos em TRÊS anos. É muito título...

Apesar de seu gênio irritado, típico de argentino, D’alessandro se tornou um dos maiores camisa 10 da história do Internacional. O argentino é ídolo e foi ovacionado hoje com muita razão.

domingo, 25 de setembro de 2011

A sofrida luta pelo do G-5...

Inter 2x1 Atlético-MG

Se o Inter precisava da vitória para encostar no G-5, o Atlético-MG queria a vitória para se afastar do Z-4. D’alessandro, que hoje foi homenageado pelos 150 jogos (falarei disso no próximo post), foi disparado o melhor em campo; porém, o Atlético-MG deu bastante trabalho... O Inter sem o Damião e com o Jô é de um contraste imenso: gols incrivelmente perdidos, bolas perdidas pelo novo centroavante e até com direito a tropeço na bola e tombo.

O Atlético começou a dar trabalho quando Guiñazu fez uma falta perto da área e Muriel teve que fazer grande defesa. Depois de algumas consideráveis oportunidades e superioridade do adversário, Oscar recebeu a bola fora da área e chutou, ela desviou e quase encheu a rede. Mais superioridade do Atlético até que Bolatti – o homem que eu julguei lento e que não acrescentava nada ao Inter –, viu D’alessandro e Oscar trocar belos passes até a bola chegar em seus pés. O primeiro argentino dominou, driblou um e deixou outro no chão, meteu um míssil na bola e saiu pra comemorar o belo golaço. O time visitante era superior ao Inter, mesmo assim o colorado conseguiu abrir o placar.


 O Inter pressionou com Kleber, que deu um corta-luz no adversário na ponta da área e achou Oscar livre na outra ponta. Este dominou com a coxa e chutou, o goleiro viu a bola lamber a trave. O time de Dorival voltou melhor no segundo tempo; Nei arrancou e deixou Jô livre para marcar, mas ele nem conseguiu tocar na bola. Andrezinho e D’alessandro cobraram uma falta cada um, os dois quase marcaram. O Atlético pressionou novamente com Daniel Carvalho cobrando falta e Muriel defendendo com a ponta da luva. No lance seguinte, os visitantes trocaram passes até a bola parar nas redes. Tudo igual, 1 a 1.

D’alessandro deixou Jô livre de novo, mas ele tocou por cima do gol. O novo centroavante colorado ficou três vezes livre para marcar o gol e dar tranquilidade ao time, mas errou todas. Dorival tirou Oscar (pelo fato do desgaste) para a entrada de Fabrício que, no primeiro toque na bola, em uma cobrança de falta de D’alessandro onde a bola foi desviada pelo zagueiro atleticano, marcou o gol da vitória colorada. O gol foi anulado e depois foi validado. Nesse alvoroço, Réver foi expulso.

D’alessandro, o melhor jogador em campo, fez belíssima jogada e colocou a bola na gaveta, mas o goleiro catou. Logo depois Moledo, que havia ganhado em todas as bolas e fazia outra partida esplendorosa, deu um chute na barriga do adversário e foi justamente expulso. Dellatorre, que entrou no lugar de Oscar, ficou duas vezes livre para marcar e errou, igual ao Jô.

O Inter corre atrás do G-5 há muito tempo. Hoje, pelas circunstâncias do jogo, parecia que o empate assombraria nosso domingo novamente, mas conseguimos os três pontos e continuamos a um da zona da Libertadores. O Jô jogou mal, apesar de no primeiro tempo não ter recebido bolas para concluir, no segundo recebeu todas possíveis e nas melhores condições, mas errou. Damião faz muita falta... Agora o fator-Guiñazu: o ciclo do argentino infelizmente deve estar acabando no Inter, não jogou bem e, pra queimar a minha língua, Bolatti sem ritmo jogou melhor que El Cholo. Quanto Élton voltar Bolatti é quem DEVE fazer companhia a ele. E o D'alessandro realmente é o cérebro do time... foi o melhor em campo hoje e ditou as melhores jogadas do Inter.


Domingo temos pela frente o desesperado Atlético-PR. Sofremos pra ganhar aqui, precisamos ganhar lá... Vamos, Inter. Ainda dá!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Longos 40 dias de espera...

As lágrimas escorrendo do rosto do Damião demonstravam a sua dor por não poder jogar, por não poder estar na seleção e a dor de ter sofrido uma lesão na coxa. Ao desembarcar hoje em Porto Alegre, o centroavante colorado não conseguia disfarçar seu semblante triste. Ele também assistiu ao gre-nal do sub-23, mas de cara fechada, sem falar uma palavra sequer.

A vida profissional de Damião se baseia em dominar a bola e partir para o ataque, assim com fez contra o Figueirense, porém, aquela dominada de bola provavelmente não vai sair tão fácil da cabeça do colorado; ali, Damião sofreu sua primeira lesão e sentiu pela primeira vez na pele esses desconfortos. 

Mas não é só Damião que sofre...


A dor é de todos. A nação colorada sofre junto com o artilheiro pelo “simples” fato de ele ter se tornado o jogador mais importante em 2011 e um dos maiores homens a vestir a camisa 9 colorada. Damião participou de, nada mais nada menos, que 47 de 52 jogos; isto é: em 90% dos jogos o maior centroavante do Brasil esteve em campo defendendo o Inter – podia faltar o árbitro, mas não ele. Nesses jogos, Damião marcou humildes 51 gols.

No primeiro momento, a estimativa da perda do centroavante era de 15 a 20 dias; o que era muito ruim ficou bem pior. O número simplesmente dobrou. Isto quer dizer que Damião ficará sem jogar, e consequentemente sem balançar as redes, por 40 dias. Sim, quarenta dias. A perda é tão grande quanto o Beira Rio e o Jô vai ter a missão quase impossível de substitui-lo.

O sorrisão do Damião pode voltar dia 5 de novembro, quando jogamos contra o Fluminense. A princípio, o monstro-camisa 9 desfalca o Inter por sete rodadas (oremos).

Forca, Damigol! 

O choro da dor de Damião e o muro: Muralhael

Figueirense 1x1 Inter

Do D’alessandro ficar fora de alguns jogos por suspensão em cartões amarelos, não é novidades. Kleber mascar seu chiclete e se rastejar feito uma lesma em campo, dar chuveirada e passes errados, não é novidade. Damião marcar uma chuva de gols, também não é novidade alguma; Damião cair no gramado e sentir uma lesão é tão raro quanto ver Guiñazu não dar carrinho. O Inter ficou tão ligado ao Damião que no momento de sua lesão o que mais se falava era no goleador, e não no jogo. A preocupação era tanta porque o camisa 9 não é de fazer firula devido ao fato de ter começado jogando na várzea, ligado a isso, Damião não segurou as lágrimas quando saiu do gramado e sentou no banco de reservas; a dor era tanta que o artilheiro caiu no choro. O Damião tornou-se a estrela do time e um dos maiores homens a vestir a camisa 9 do Internacional.


Rumando para o jogo, o Inter parecia estar jogando em casa, mas o jogo era corrido, pegado; mesmo o Figueirense não tendo nenhum grande nome no time, foi o tipo de adversário que incomodou o jogo inteiro. Primeiro o time da casa teve uma chance por cima que Muriel catou. Guiñazu respondeu com um balaço para o gol que o goleiro também catou. Um minuto depois, D’alessandro cobrou falta, Moledo cabeceou e a bola lambeu a trave. O Damião recebia poucas bolas por estar isolado; a função do Oscar não é de atacante e por isso a distância dos dois era demasiado grande.

A dor de Damião e de uma nação inteira que esperava um bom resultado em Florianópolis veio à tona. O centroavante colorado sai em disparada para armar um contra-ataque e, sozinho, sente a lesão, cai e sai de carro-maca do gramado. Logo após, chora no banco de reservas e não consegue dar entrevistas sobre sua situação. Jô entrou na quase impossível missão de substitui-lo. O jogo não tinha favorito: era um chute no gol lá e outro cá. Em um cruzamento, o Figueirense meteu a bola no ladinho da trave e obrigou Muriel a fazer preciosa defesa... Até que, de tanto tentar, Higor pegou uma sobra de bola de fora da área, encheu o pé e chutou. Muriel até encostou na bola, mas a força fez com que ele não conseguisse a segurar.

Andrezinho cobrou uma falta e Jô quase marcou de cabeça. Logo depois, D’alessandro trocou passes com Oscar que chutou cruzado, o goleiro catou. Jô se consagrou quando pegou uma sobra de bola do zagueiro dentro da área e, de voleio, colocou a bola no canto... golaço aos 5 da etapa complementar. O Figueirense teve outra chance que Muriel salvou, e outra que Muriel catou, e outra que o Muriel voou pra pegar, e outra que o Muriel fez milagre e salvou, e outra que o Muriel salvou com o dedinho, e outra que o Muriel saiu desesperado feito um louco atrás do atacante para desarma-lo. O Muriel foi a muralha na defesa do Inter: as poucas bolas que passavam por Juan e Moledo – diga-se de passagem que esses dois entraram pra declarar quase que oficialmente a aposentadoria do Índio e Bolívar – Muriel catava.

O Inter teve uma chance com Oscar INACREDITAVELMENTE perdida. Oscar e goleiro, cara a cara, frente a frente, olho a olho e o Oscar chutou em cima do goleiro. Aí o Inter teve outra chance com o Jô, outro chute do Guiñazu, um cruzamento do D’alessandro que foi um chute no gol, um bola lambendo a trave, Dellatorre se livrando do zagueiro e chutando... pra fora. Mais uma vez o detalhe não deu a vitória ao Inter. Estagnamos na sétima posição há nove rodadas e dali não saímos mais.

O Jô entrou bem, mas não só pelo gol. Na verdade o Jô sempre entrou bem, o problema é que ele entra pra substituir o mito Damião; e substitui-lo é quase uma missão impossível. D’alessandro – o gringo brigão que leva cartões bobos – voltou para mostrar que ele é o mestre das boas jogadas. O Inter dominou quase que completamente o Figueirense no segundo tempo e o gringo foi um dos responsáveis – isso que tínhamos em campo a missão de suprir a lentidão de Kleber e Bolatti. Mas o problema está aí: triturar o adversário no bom futebol e não marcar gols, desperdiçar inúmeras e inúmeras oportunidades como fizemos contra o Coxa e hoje. Isso não pode acontecer, alguma coisa tem que mudar...

Alguma coisa tá errada.

Sobre o Damião, novamente, é provável que fique de 15 a 20 dias fora. Óbvio, uma perda extremamente grande juntando-se com Élton que também se lesionou, Kleber e Juan suspensos. Inter vai com quase metade do time reserva no jogo de domingo. 

domingo, 18 de setembro de 2011

A palavra “autoajuda” não existe no dicionário colorado.

Inter 1x1 Coritiba

Os resultados favoráveis davam ao Inter a oportunidade de, vencendo, chegar ao G-5. O adversário era o Coritiba que, com o mesmo número de gols do Inter, tem o melhor ataque do Brasileirão. Os 20 mil torcedores foram ao Beira Rio cientes da vitória e da consequente ascensão para o grupo que dá lugar na Libertadores. Nem mesmo o desfalque do homem-cérebro do time, o homem que pensa o Inter (D’alessandro), incomodava a torcida.

Já não nos é estranho ver árbitro apitando mal, mas nos é estranho ver Damião perdendo gol. A partir desse momento via-se: a zica estava estabelecida no Gigante da Beira Rio e se jogássemos mais dois dias não iríamos conseguir a vitória. Mas antes do gol perdido por Damião, ele deu uma de Damião mesmo; Lucas Mendes tentou marca-lo com o corpo, mas caiu esparramado no chão, aí sobrou a Damião servir Oscar para marcar o primeiro gol do jogo, dando a impressão de que ganharíamos fácil.

O jogo se passou no primeiro tempo com o Coritiba tendo mais posse de bola, porém, o Inter permitia ao adversário tocar bola até onde não fosse perigoso; em qualquer bobeada do Coxa roubaríamos a bola e partiríamos para o contra-ataque. E foi isso que fizemos. Damião foi lá e meteu o melão na bola, mas Dellatorre – pelo entendimento do árbitro – participou da jogada e estava impedido; gol anulado. O melhor centroavante do Brasil até comemora, mas nada mais valia. Aí vem o gol que Damião nunca perde: ele domina, olha para o gol e chuta... pra fora. Incrivelmente pra fora. Sim, pra fora.

Depois desses dois lances, Damião parecia o Minotauro: apanhou muito, mas também levou perigo ao adversário. Dellatorre deu belo passe para ele carimbar a trave – ah, essa #$%@*&¨ trave! – pela primeira vez no jogo. Depois, Nei, que mais uma vez mostrou que quem deve estar na seleção é ele e não seu companheiro de lateral (o masca-chiclete), foi atropelado. Kleber cobrou a falta e obrigou Vanderlei fazer bela defesa.

Assim como o Inter fez o gol no primeiro minuto de jogo, o Coxa fez o gol de empate nos primeiros minutos de jogo da etapa complementar com Emerson. Damião mais uma vez foi atropelado dentro da área, dessa vez pelo Vanderlei após ter dominado com o peito e ajeitado para bater. Kleber, o capitão, pegou a bola para cobrar o pênalti, marcar e colocar o Inter no G-5. Nada disso aconteceu porque ele errou. Passada a incredulidade do pênalti, Andrezinho cruzou para Oscar marcar e mais uma vez a trave impediu que o Inter fizesse parte dos cinco primeiros colocados.

A decepção é tamanha por mais dois pontos perdidos em casa, mas é confortada pelo fato de que o Inter jogou bem, e sim, merecíamos mais sorte porque fizemos por merecer o gol; lutamos, corremos e criamos inúmeras chances... D’alessandro, mais uma vez, fez uma falta gigantesca e deve ser punido pelos cartões desnecessários que recebe por reclamações. O Inter fica a 1 pontinho só da zona de Libertadores e vai ter que correr contra o tempo, porque chance igual essa acredito que não vai ter. A oportunidade teve, só faltou a autoajuda...




Ainda dá!

domingo, 11 de setembro de 2011

Humildade do melhor do Brasil em um ato: SHOW!

Palmeiras 0x3 Inter

De costas. De lado. De frente. De cabeça pra baixo. De todas as maneiras possíveis de se imaginar e de não acreditar: Leandro Damião da Silva dos Santos faz gols de todos os jeitos, em todos os lugares, contra todos os clubes, em qualquer extremo. No dia 22 de julho de 1989, em Jardim Alegre no Paraná, nascia o menino que viria a ser o maior centroavante dos últimos tempos no Internacional e no Brasil. O menino pobre que tinha como principal ocupação levantar pipas e jogava por diversão na várzea, se tornou, hoje, o maior e mais importante jogador do Internacional.

O Inter parou diante de uma encruzilhada onde tínhamos duas opções: ou vencer o Palmeiras fora de casa e diminuir a distância entre Inter e G-4, ou perder (ou empatar) e fazer a vaga na Libertadores ficar muito difícil. O jogo começou com Kleber perdendo bolas e dando oportunidade para o Palmeiras. A tão temida falta perto da área que daria para Assunção a chance de cobrar e marcar aconteceu, mas a bola bateu na rede pelo lado de fora.

O time da casa tinha mais posse de bola, mas seu ataque era deficiente e não conseguia chegar com perigo – a não ser pelas cobranças de falta do Marcus Assunção. Em uma tabela boa de D’alessandro tocando para Andrezinho na risca da área e tocando para Damião, o Inter construiu a primeira boa e perigosa chance. Leandro Damião se encontrava de costas para o gol e com um zagueiro na sua cola. O goleador dominou com o peito e chutou, tirando do zagueiro e encobrindo o goleiro. Talvez aquele fosse o momento em que o Inter sofria mais pressão e sufoco do Palmeiras, mas lá estava o maior centroavante do Brasil para marcar e intimidar o adversário.

Em suma, o Internacional não conseguia manter a posse de bola que geralmente tem e o Palmeiras tentava atacar, porém, faltava técnica ao elenco adversário. O time da casa utilizava quase que somente bolas aéreas e, ao contrário do jogo passado que em duas bolas aéreas na nossa área tomamos gol, hoje a zaga praticou o que treinou durante a semana: tirar pra longe as bolas altas na nossa área. As poucas vezes em que a bola vazava, Muriel foi brilhante e catou onde quer que elas fossem, como aconteceu na cobrança de falta de Assunção que foi no ângulo, mas Muriel voou e catou a bola.

O segundo tempo veio e parecia que o 1 a 0 ficava de bom tamanho pelo fato de o Palmeiras ocupar grande parte do tempo do jogo no nosso campo, porém, sem efetividade. Assunção teve três faltas para cobrar em menos de oito minutos, mas o mais perto que a bola chegou do gol, Muriel, a queima roupa, tratou de tira-la dali. Damião não achava bom o resultado. Depois das faltas, o centroavante tentou e caiu, a bola ficou para Oscar que chutou, mas pra fora. Moledo interceptou um ataque do Palmeiras, arrancou do nosso campo de defesa, passou por meio time do Palmeiras e chutou para marcar, mas o zagueiro conseguiu tirar.

Nei fez boa jogada pela lateral e descobriu Damião livre para marcar. Com marcação o colorado dá um jeito de fazer gol, imagina sem... Depois de o melhor centroavante do Brasil derrubar a barraca do Palmeiras pela segunda vez aos 38 do segundo tempo, o Palmeiras apagou. Aos 47 o Inter daria motivo para Felipão não fazer chororô como faz em todo jogo por causa da arbitragem ou por qualquer outro motivo que justifique o resultado ruim de seu time; só resta ao técnico do Palmeiras parabenizar o Inter pelo ataque matador que não desperdiçou chances e pela defesa que foi impecável – até que enfim a defesa não tomou gol; foi perfeita tanto por cima quanto por baixo.

Faltando um minuto para o final do jogo, Ilsinho roubou uma bola no meio campo e tocou para Damião infiltrar na área. O camisa 9 colorado encontrou um zagueiro pelo caminho que, com a força do corpo, o fez comer poeira. Leandro Damião viu Marcos cair no chão como uma batata quando este sofreu um drible mortal. Então, ele levou a bola calmamente, brincando, sorrindo, até o gol. O que parecia que estava bom, melhorou. O Inter não teve muitas chances, mas as que teve aproveitou.

Os gols enchem os olhos e dão autoestima de continuar a procura do G-4 (e já estamos bem pertinho, dois pontos somente). Porém, Kleber precisa ter mais vontade, Andrezinho e Oscar reencontrar a inspiração que os faziam jogar brilhantemente bem. Quem não precisou de luz divina foi Muriel e Damião. Aliás, já virou rotina ver o nosso centroavante dar show e cultivar sua humildade. Quando perguntado se ele é o melhor centroavante do Brasil, Damião respondeu que não, mas “sonha estar no meio deles”. Quando perguntado sobre os gols, ele disse que “o mérito é todo da equipe” que o serve bem.

Damião: um exemplo de superação, de humildade e de estilo de vida. Jamais deixou o sucesso subir à cabeça e nunca esqueceu sua origem pobre; com certeza ele agradece todo dia a várzea. Qualquer um pode prever o futuro desse menino: muito, muito sucesso!


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não tá morto quem peleia: Inter rumo ao G-4

Inter 4x2 América-MG

Depois de quatro jogos sem vitória e um consequente distanciamento do G-4, o Inter recebeia o América-MG (lanterna do campeonato) com ingressos em uma promoção bem generosa. Como já era o esperado, Damião, depois do estrelato na seleção brasileira, voltou e ficou à disposição do técnico; D’alessandro voltou de lesão e fez o torcedor respirar um pouquinho mais aliviado pelo cérebro do time também estar à disposição; não era esperado público de final de campeonato, e isso aconteceu: 30 mil torcedores colorados formaram filas de perder de vista fora do Gigante para comprar ingressos.

O Inter começou o jogo com Andrezinho, Oscar e D’alessandro no meio e Damião no ataque no intuito de os meias aproximarem do centroavante, dando mais ofensividade ao time e pressionando a marcação do adversário. Pois bem, no primeiro ataque o Inter conseguiu um escanteio. Andrezinho cobrou milimetricamente correto na cabeça do Moledo que, fora da pequena área, meteu um “chutaço” com a cabeça trucidando o goleiro Neneca – depois de não sei quantas dezenas de jogos sem que um gol surgisse de uma cobrança de escanteio, o zagueiro conseguiu o feito.

D’alessandro – o cara que tanto fez falta nos outros jogos –, percebendo o adiantamento do goleiro, ajeitou a bola e meteu um balaço. Neneca se recuperou e espalmou pra fora. Aos oito minutos, cinco minutos após o primeiro gol, o trio colorado convocado para a seleção trocou uma belíssima tabela: Oscar tocou de calcanhar para Kleber, que infiltrou na área e cruzou para Damião empurrar a bola para o gol. Guiñazu também infiltrou na área, mas foi derrubado e o árbitro marcou pênalti. D’alessandro fez bela cobrança e marcou o terceiro gol do Inter em menos de 13 minutos de jogo.



No último jogo em que abrimos três gols de vantagens, “apagamos” e deixamos o adversário empatar. Hoje também houve apagão, mas foi um pouco menor. O América-MG cruzou uma bola na área e Nei – sem o mesmo pique e técnica dos últimos jogo (o bom futebol do Kleber deve ter ofuscado Nei) –, não pulou para tirar a bola, deixando-a para André Dias cabecear e marcar o gol. O Inter trocava bem a bola e Oscar deu jeito de espantar o apagão logo cedo: Depois de receber a bola na entrada da área, ele fintou o adversário, livrou-se dele e meteu a bola na gaveta do barraco de Neneca.

O jogo desse feriado da independência do Brasil foi assim: o ataque consertava erros gritantes da defesa. Mais uma vez o América-MG chegou com bola aérea na área colorada e Kemps cabeceou para o segundo gol do coelho. O segundo tempo veio e o Inter já não tinha mais o mesmo pique do primeiro. Andrezinho cobrou três faltas, mas o goleiro tratou de mandar a bola pra longe. D’alessandro fez a bola explodir no travessão.

O jogo pegou fogo quando houve uma confusão envolvendo D’alessandro – que foi caçado e espancado o jogo inteiro –, e por pouco o argentino não foi expulso. A partir daí o América partiu para o UFC, dando pancadas no hermano e principalmente em Leandro Damião. O Inter ainda procurava o quinto gol; fazendo a bola passar de pé em pé ela chegou em D’alessandro, que, sem pressa, gingou para um lado, gingou para outro e meteu um míssil para o gol. A bola explodiu na trave e balançou o barraco do Neneca. Andrezinho também procurou consolidar a vitória, mas na hora H errou o gol. Damião ainda conseguiu alcançar a bola, passou por um e fez o gol, mas mais uma vez erroneamente o árbitro anulou o gol alegando que o centroavante havia feito falta antes de fazer o gol. Errado, de novo.

O Inter é o ideal do meio pra frente. O Inter do meio pra frente corrige os erros feios do meio pra trás. Dorival conseguiu uma melhor ofensividade com D’alessandro, Oscar e Andrezinho servindo Damião, agora precisa arrumar a zaga. Com Bolívar ou sem Bolívar a zaga tá ruim do mesmo jeito – ou até pior. O Élton a cada dia se firma mais na equipe titular e o Kleber mostrou vontade de jogar. Agora precisamos engatar uma sequência de vitórias para conseguirmos encostar e fazer parte do G-4.

Avante, Inter!

domingo, 4 de setembro de 2011

Olha o empate de novo aí, gente!


Ceará 1x1 Inter

Os comentários da semana giram em torno do empate-derrota que sofremos para o Santos depois de ter uma vitória folgada de três gols de diferença. O comentário desse domingo era o difícil jogo que teríamos contra o Ceará, e foi. Dois extremos: estádio pequeno quase lotado, torcida em cima do campo gritando o jogo inteiro, pressão no primeiro tempo e Inter sem Damião; a tão contestada e fraca zaga de Índio e Bolívar – que cumpriam suspensão – deu lugar para Juan e Moledo, os jovens zagueiros os quais os torcedores depositavam muita confiança de melhora na defesa colorada.

No primeiro lance, Jô deixou Kleber livre pra marcar, mas o lateral bateu em cima do goleiro e desperdiçou a oportunidade de fazer o gol no jogo complicado que era. Logo depois Juan tentou recuar a bola, mas tropeçou, se embaralhou e quase entregou o gol para o Ceará. Aí Moledo também resolveu dar o ar de sua graça cometendo um erro: ao ver Osvaldo entrar na área, o zagueiro colorado atropelou o homem e o árbitro apitou pênalti. Washington cobrou muito bem e marcou.

Antes de o Ceará marcar o gol, o jogo era jogado, lá e cá, com chances para os dois lados. No pós-gol, o Inter bobeou mais ainda e deixou o Ceará gostar do jogo mais ainda também, levando muito perigo ao gol colorado. Muriel tapeava a bola feito um gato toda hora e ficava enraivecido com a zaga colorada. O segundo tempo veio e mal deu tempo de começar e Jô – a ruindade em pessoa – aproveitou uma recuada de bola mal feita pelo Ceará, limpou dos zagueiros e, com calma, fez o gol de empate.

Daí por diante parecia que a vitória estava se encaminhando e era questão de minutos. Jô (o ruim) fez bela tabela com Ilsinho que quase marcou. Outra vez Jô (o perna de pau) passa para Kleber abrir para Oscar, o baixinho cabeceia e a bola lambe a trave. Jô (o novo cone) dá lindo passe para Oscar que mais uma vez Diego pega. De novo Jô (o quase redimido) cabeceia, mas a bola vai por cima do gol. Aí, o Ceará tem uma falta na entrada da área para bater; Osvaldo cobra lá onde a coruja dorme, mas Muriel não deixou a coruja ser acordada e catou a bola.

Oscar, desde que voltou da seleção, não conseguiu jogar seu bom futebol; Andrezinho mostrou que D’alessandro é insubstituível; Bolatti tomou sopa durante todo o jogo, pediu um sofá mas parecia que o argentino já tinha uma cama, coberta e café porque só assistiu ao jogo e Muriel foi quem salvou o Inter. A partida ainda não havia acabado e ainda restava uma última chance de virar o jogo: Alex arrancou e passou por meio time do Ceará, tocou para Jô literalmente livre – era só bater com o peito do pé e marcar –, e ele, Jô (o espetacular 2), isolou a bola, mandou a bola pra fora do estádio.

Dois pontos ficaram na conta da ruindade do Jô, duas posições ficaram na conta da ruindade do Jô, a derrota ficou na conta da ruindade do Jô. O que parecia que seria o momento em que o homem ia se redimir e desencantar, ele erra o gol mais feito da sua vida e complica muito a vida do Inter. Ficamos agora na 10º posição e bem longe do G-4.