domingo, 28 de outubro de 2012

Vontade e esperança: é o Inter subindo


Brasileirão: Inter 2x1 Palmeiras

Palmeiras atolado na zona de rebaixamento. Inter lutando – agora dá pra dizer “lutando” – pra chegar no G-4. Os medalhões colorados em campo. A primeira boa chance foi do desesperado Palmeiras, em contra-ataque e Luan deixou Patrick na cara do Muriel. Livrinho, o meia chutou e Muriel operou um milagre. Tá pegando tudo! Depois, foi a vez de Assunção cobrar falta e fazer o Muriel se estucar todiiiiiiinho pra catar a bola.

O Inter possuía maior posse de bola, mas, quando o Palmeiras saía em contra-ataque, mostrava mais efetividade que o colorado. D’alessandro puxou o time, escapou com habilidade da marcação e cruzou na cabeça do lindo e loiro Rafael Moura, a bola raspou a trave. Aos 21 minutos, a torcida via mais uma vitória para um time inferior correr pelo ralo. Marcos Assunção cobrou escanteio, o atacante sobe mais que o Josimar e cabeceia em cima. Muriel e Guiñazú dentro do gol. Um atrapalhou o outro, o outro atrapalhou o um e a bola morreu dentro do gol. Quatro minutos depois, a marcação do Inter não segurou Patrick e ele tocou para o Barcos, que ficou livre na cara do Muriel, que fechou o ângulo e defendeu. DE NOVO!

O Inter respondeu com o D’alessandro cobrando falta. A bola fez um curva e o goleiro do Palmeiras se esforçou pra defender a bola em curva. Rafael Moura roubou a bola no meio campo, sem falta, tocou pro Guiñazú na esquerda, que cruzou na área. Forlán tentou cabecear, mas a bola caiu no pé do Fred, que teve o trabalho de chutar a gol e correr para o abraço!


O segundo tempo começou com o Inter melhor. Kleber parou de mascar o chiclete por uns segundos, teve um lampejo de genialidade e deu passe genial para o Forlán. O uruguaio chutou cruzado e quase marcou. Aos 9, a virada do Inter. De pé em pé, D’alessandro invadiu a área e fez um cruzamento milimétrico na cabeça do Rafael Moura. O loiro aproveitou um lugarzinho no meio da defesa, se jogou na bola e meteu a cabeça nela. Foi só comemorar...


O Palmeiras, desesperado, saía como podia para o ataque. Os visitantes até marcaram um gol. Numa falta pro Inter, o árbitro marcou escanteio para o Palmeiras, que Assunção cobrou. Barcos subiu e fez gol de mão. O juiz não viu e começou a polêmica. O jogo parou por vários minutos pra discutirem se o jogo foi ou não legal, os jogadores do Palmeiras já tinham comemorado gol. Depois de muita discussão e desentendimentos, o árbitro invalidou corretamente o gol. E o time visitante continuou em cima... o Inter fechado, se defendendo, fazendo falta na entrada da área e o Muriel defendendo, batendo no peito e dizendo que quem manda ali é ele.

Parece que o Inter está, aos poucos, voltando. Com vontade, garra, raça, segurando jogo, brigando pela bola. Com essa vitória, o Inter subiu para, enfim, a quinta colocação, mas estamos a sete pontos do São Paulo, que é o último time do G-4. Pela frente teremos o Náutico, mas sem D’alessandro, Forlán e Fred, suspensos. Ainda dá pra chegar, é difícil, mas dá. A vida do Palmeiras tá bem pior...

AVANTE, INTER!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

D’ale (o medalhão) volta com genialidade e ‘puxa’ o resto do time

Brasileirão: Vasco 1x2 Inter


É completamente impressionante a capacidade e a facilidade que o D’alessandro tem de jogar futebol. A qualidade, a genialidade. Recua quando o jogo pede, coloca mais velocidade quando precisa, qualidade extrema nos passes e uma inteligência invejável. Tudo é muito natural quando o gringo joga. Quando menos se espera, ele enfia uma bola no meio de três zagueiros e deixa o atacante nas fuças do goleiro. O D’alessandro tem o espírito que raríssimos jogadores têm. Com a simples presença no time, puxa o resto do grupo e o faz jogar, como fez contra o Vasco. Jogou com extrema destreza e naturalidade, sua melhor partida no ano, junto com aquela contra o Once Caldas, no começo dessa temporada.

O Inter é sim dependente do D’alessandro, não há como um time não depender de um jogador com extrema qualidade, habilidade e inteligência de jogo como o gringo. Depois de um ano com muitas lesões, “problemas psicológicos”, expulsões e algumas polêmicas, o gringo voltou como todos sabem que ele joga. Coincidência ou não, desde que o D’ale chegou ao Inter, esse foi o ano em que mais se ausentou e, também, o pior ano do time. O jogo começou com o Nei metendo bola no travessão (que eu creio ser somente uma obra do acaso, já que não há qualidade nenhuma nos pés do careca).

Aos 22 minutos, Juninho cruzou rasteiro e Jonas marcou o gol do Vasco. Acho que quase todos os colorados acreditavam em mais uma derrota ou, no máximo, um empate. D’alessandro bateu no peito, Forlán já tinha chamado a responsabilidade pra ele no meio da semana e os ventos viraram pro lado colorado. O uruguaio quase marcou quando chutou de fora da área e Prass pegou, na segunda tentativa, ninguém pegaria. De pé em pé até a bola cair nos pés do D’alessandro, que ergueu a cabeça, baixou e meteu uma bola genial pro Forlán, no meio de três vascaínos. O uruguaio recebeu ela na cara do goleiro, aí foi só bater com categoria pra empatar.

Nos últimos segundo do primeiro tempo, o gol da virada. Quem tocou? Quem marcou? Os medalhões! De pé em pé de novo, chegou no D’ale e ele enfia a bola no meio de dois jogadores do Vasco, nos pés do Forlán, que tocou no meio da pernas do Prass e correu pro abraço. Os medalhões entraram, os medalhões resolveram e os medalhões chamaram a responsabilidade. No segundo tempo, o D’alessandro estava com a mesma fome de bola, a mesma vontade de jogar que no primeiro tempo. O Inter poderia ter ampliado depois de uma jogadaça do D’ale com o Guiña, o primeiro gringo cruzou e achou Fred na área. Ele chutou cruzado e a bola lambeu o travessão.


O Vasco pressionou no fim do jogo, mas sem levar perigo. O Inter tinha VONTADE de segurar o resultado, vontade de ganhar, prazer em jogar, prazer em ganhar. Era isso que estava faltando ao Inter na maioria dos jogos desse ano. O D’alessandro dá vida ao time, faz o time jogar, puxa, motiva, vibra o time. É isso que se espera dos medalhões. E é por isso que eles não devem sair do time. Por pior que seja a fase em que estão passando, eles sempre têm, pelo menos, um lampejo de genialidade. O gringo foi genial o jogo todo, e o Forlán só usou da sua qualidade pra aproveitar as pinturas de passes que o gringo deu a ele.

Dá pra sonhar com G-4? Sonhar não custa nada, então...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Por um fim de campeonato sem fiascos

Brasileirão: Inter 2x3 Figueirense

Problemas muito maiores do que imaginamos ocorrem no Beira-Rio. Informações que vazam, lesões exageradas, resultados que não vem, jogadores com “problemas psicológicos”, pedido de demissão não aceito, caso D’alessandro e etc. O Fernandão falou irritado sobre o seu pedido de “deixar o cargo à disposição” na entrevista coletiva de hoje, já que somente duas ou três pessoas sabiam. Obviamente, eram os dirigentes e alguém abriu a boca. Amadorismo.

No último treino antes desse belíssimo jogo, Fernandão deu um basta no Kleber chicletinho e mandou ele mascar no banco de reservas. Jesus não escapou e foi esquentar o banco também. A outra vítima foi o jogador tido como alma do time, Andres D’alessandro. O homem das lesões consecutivas e dos problemas “psicológicos”. As opiniões se dividiram entre Fernandão ser inexperiente e só querer mostrar autoridade em tirar um dos principais e mais caros jogadores do time; e Fernandão ser bagual em tirar o maior ídolo que joga atualmente no clube e ter a audácia de coloca-lo no banco.

Com desabafo sobre a zona de conforto ou sem, pedindo pra jogador desinteressado tirar férias ou não, o fiasco foi inevitável. Hoje foi para o grandioso Figueirense que ocupava (verbo no passado porque o Inter colaborou muito) o penúltimo lugar, agora está no antepenúltimo. O jogo começou como normalmente começa esses últimos jogos do Inter: numa melancolia só. O Ygor chutou mal uma bola, o Damião não acertou o gol e só. Aos 38, Dagoberto pareceu ser o velho Dagoberto. Roubou a bola, driblou o zagueiro, o goleiro saiu do gol e ele tocou por cobertura. Golaço! E foi o único momento de sorrisos no jogo. Depois daí, descemos ladeira abaixo. O Inter não pôde respirar muito que logo o Figueirense empatou.

No segundo tempo, o Inter não tomou mais porque tem um grande goleiro, digno de seleção brasileira. Lamento por estar em tão boa fase com um Inter tão apático e despedaçado. O Figueira chegou de pé em pé (não vou dizer “à lá Barcelona” porque é muita humilhação) E Ronny chegou chutando. Muriel opera um quase milagre. O Rafael Moura decidiu sair da zona do impedimento e marcou um gol de cabeça e foi abraçar o Fernandão. Enquanto isso, D’alessandro baixa a cabeça, ajeita a meia e caminha sem direção no gramado. O Fred ainda meteu uma bola na trave e, depois disso, o ki-suco do Inter ferveu.

No primeiro tempo, um Inter sem meio campo e um Damião isolado. No segundo, tudo isso e mais uma defesa pornográfica. Aos 42, depois de um cruzamento, a bola passa por toda área colorada e Ronny coloca na gaveta... pra fúria do Muriel. Dois minutos depois, a virada com Aloísio e a casa do Inter caiu.

O Inter é apático, morno, sem vontade e é reflexo da direção instável e monótona que tem. O clima contagia. O Davi cumpre seu papel de sentar na cadeira em frente ao microfone e responder – sempre irritado – sim ou não. Dá a impressão que está somente cumprindo seu papel, sem se importar com a realidade dos fatos. E ainda tem coragem em querer se candidatar à presidência do clube... Tem muita coisa fora do lugar no Inter e isso precisa ser corrigido. O ano está perdido. O time só precisa lutar pra não cair mais ainda na tabela. Uma zaga que toma seis gols em dois jogos merece ser reavaliada. Um time do porte do Inter ter um lateral do calibre do Édson Ratinho é piada... 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sem medalhões, Dagoberto comanda os novatos


Brasileirão: Inter 2x0 Atlético-MG

O tempo virou. De um calor que fazia o Rio Grande do Sul parecer o nordeste a frio. Como o menor público do ano, o Inter enfrentou o Atlético-MG, do ex-colorado-baladeiro Jô e do seu companheiro Ronaldinho Gaúcho. Pipoca, um chimarrão e uma soneca no primeiro tempo, tão lerdo e sem motivação que o jogo estava. O Inter tinha posse de bola, sem objetividade. A bola caía no pé do Nei e ele, imediatamente, dava jeito de matar a jogada. Ironicamente, uma das chances de gol mais claras que o Inter teve saiu dos pés do capitão (?) Nei, quando o goleiro atleticano quase tomou um frango.

No primeiro e único toque bacana do Rafael Moura na bola, cabeceou e só não marcou porque o goleiro fez milagre. E assim acabou o primeiro tempo, nada mais que isso. No segundo tempo, o Inter permanecia igual... até que Fernandão tirou o lindo e loiro Rafael Moura para a entrada de Dagoberto. O rumo do jogo mudou completamente. Da certeza do empate à esperança do gol da vitória. E ele veio um minuto depois da entrada de Dagoberto. Jackson pegou uma sobra de bola, ajeitou e mandou no ângulo do goleiro Giovanni... para a alegria geral da nação e o abraço coletivo com direito até a massagista.

Jackson, o desconhecido, abriu a porteira dos gols, afinal, onde passa um boi passa uma boiada. Cassiano, o melhor jogador do Inter na partida, ainda acertou a trave, mas ele estava merecendo e logo sua felicidade estaria completa. Aos 34, era a hora de Fred fazer o dele, quando dominou na área, deixou um adversário caído e teve a experiência e qualidade de um veterano para bater com frieza e ampliar o placar. Ao apagar das luzes, Dagoberto fez uma jogadaça e cruzou milimetricamente na cabeça do Cassiano que só teve o trabalho de desviar para o gol.


O Nei ainda cometeu pênalti. Muriel versus Jô. O Inter estava na sua noite e Muriel defendeu com o pé. Sem medalhões, sem nenhuma estrelas, o Inter jogou como pôde e conseguiu o resultado. A entrada do Dagoberto e o grito alto da torcida foram elementos base para a vitória. Que isso sirva de exemplo para os colorados: ano passado conseguimos a vaga desse jeito, com a torcida acreditando, indo ao estádio. Esse ano a mobilização tem de ser assim, a torcida é a alma, o combustível de um time.

AVANTE, INTER!

sábado, 6 de outubro de 2012

Inter oscila no jogo e empata, de novo

Brasileirão: Santos 1x1 Inter

Inter estava desfalcado. D’alessandro não jogou porque sentiu nova lesão – e “problema psicológico –, o time oscilou durante todo o jogo e empatou. Agora me contem a novidade. O Inter até começou bem, com posse de bola, mas sem muita objetividade. A lateral esquerda era uma avenida para o Santos. Ficou comprovado que o Kleber não tem coordenação motora suficiente para mascar chiclete, cruzar e defender – a “renovação” que tanto se fala no Inter deveria começar por ele.

O Santos aproveitava o lado do Kleber, que sempre estava livre de marcação, e aparecia na cara do Muriel. Para nossa alegria, quem finalizava na maioria das vezes era o Miralles. Até que aos 15 minutos de jogo, a defesa colorada se perdeu feito uma barata tonta e o Santos achou um gol com Bernardo. Aí sim, o Inter desceu ladeira abaixo. Fred, o grande nome do Inter nos últimos jogos, errava passes ou não tocava a bola. O Inter, visivelmente, se perdeu em campo. Ninguém mais sabia o que fazia, como fazia ou se fazia. O fraco time do Santos – sem o Neymar – continuava a subir pela lateral esquerda, Kleber continuava mascando chiclete. Graças às mãos abençoadas do muso Muriel, o Inter acabou o primeiro tempo com apenas um gol tomado.

No segundo tempo, o Inter veio com vontade. Fernandão tirou Fred (?) para colocar Cassiano – sendo que o Rafael Moura não tocou o pé na bola, fazia uma partida pornográfica. Logo aos 6 minutos, Cassiano provou porque tinha de ser titular: Kleber tocou para Dátolo cruzar na cabeça do morenão, que cabeceou a bola e empatou o jogo. A posse de bola do Inter chegou aos 68%, vários chutes a gol e raríssimas oportunidades do Santos. Se fosse em qualquer outro momento que o Inter vivesse, até dava pra dizer que o empate foi injusto, mas quando se vem de um ano inteiro de “injustiças” isso passa a ser um erro grave.


O Inter vai cumprir tabela no resto do campeonato. Na verdade, todos nós já sabíamos disso há bastante tempo, que nada mudaria no time do Inter, mas, como bons colorados, sempre “tapamos” os olhos e acreditamos na camisa – não no time. O Guiñazu, outra vez, mostrou como é que se honra a camisa de um clube, o clube que paga seu gordo salário. Miralles estava dentro da área com a bola, rodeado por Kleber e mais dois jogadores colorados, mas distantes. De fora da área, o argentino correu e, com um carrinho milimetricamente certeiro, tirou a bola do santista sem cometer falta alguma. Essa foi uma educada manifestação do Guiñazu mostrando para o resto do time como se faz a carruagem andar.

Claro que quando o Inter chegou ao ápice da pressão, a parte física não suportou, quase tomou gol, mas como o colorado é o senhor dos empates, empatamos. Colorados estão traumatizados eternamente de empate.

Quero meu Inter de volta!