domingo, 29 de abril de 2012

Jesús, gandula e Fabrício: Inter mata o Grêmio em mais um mata-mata

Gauchão: Inter 2x1 Grêmio

O Grêmio eliminaria o Inter dentro da sua própria casa e faria nascer uma crise imensa no rival? O Inter iria sentir muito os desfalques do time? O Inter iria ser posto na roda pelo time do vangloriado pela imprensa, o supostamente glorioso, o melhor, o grande, o querido Luxemburgo? O Grêmio conseguiria diminuir a laaaaaaaarga vantagem de vitórias que o Inter sobre os azuis? NÃO. Gigantemente não! Os números falam por si. O Inter está, há anos, estagnado nas primeiras posições enquanto o rival...

O greNAL começou muito antes do jogo. Na sexta-feira, Oscar conseguiu um habeas corpus que dava a ele o direito de jogar onde quisesse e o garoto deixou claríssimo que nenhum outro clube do mundo o interessaria mais que o Inter no momento. A participação do jogador no greNAL dependia de a CBF colocar o nome dele no BID tão rápido quanto o fez pra tira-lo de lá – o que não aconteceu, claro; afinal a CBF só favorece o eixo Rio-SP. O Grêmio, por sua vez, teve boa participação na não colocação do nome do garoto no BID, pois pressionou a CBF para não fazê-lo e conseguiram excluir a hipótese de o Inter contar com Oscar no greNAL. Os azuis pensavam que sem o garoto poderiam conseguir uma vantagem maior. Eu disse “pensavam”! Perto do início do jogo, alguém jogou sal grosso no banco de reserva do Grêmio e, depois, Luxemburgo não divulgou a escalação do seu timeco no tempo exigido: às 15:15. E o mistério durou até o início da partida porque o Grêmio entrou em campo com quase todos os jogadores reservas junto dos titulares. Então, só soubemos da escalação do rival quando o árbitro autorizou o início do jogo. Mais uma vez, os azuis pensavam que dessa forma conseguiriam confundir os jogadores colorados e ter uma vantagem sobre os donos da casa. Eu disse, novamente, que eles “pensavam”!

O jogo começou e o Inter tinha mais atitude. Aos 8 minutos, Dátolo cobrou uma falta e Damião enroscou de cabeça, mas a bola parou nas mãos do Victor. Dois minutos depois, depois de Fabrício ter feito fila e cruzado, Damião cabeceou no cantinho e Victor pegou outra vez. A torcida cantava cada vez mais alto, parecia que ela sabia que uma redenção aconteceria... O homem que perdeu o pênalti, quem sabe o pênalti mais importante do Inter no ano, contra o Fluminense; o homem que desobedeceu às ordens do comandante e os pedidos dos companheiros; o homem que pediu bênção dos deuses antes de cobrar a penalidade e errou viu a bola cair aos seus pés aos 36 minutos de jogo no greNAL. Na sua frente, Victor. Nos seus pés, a esperança do título da Farroupilha e a vaga na final do Gauchão. Na rede, o gol que Dátolo fez depois de ter chutado forte e ver Victor catando a bola dentro do gol. É rotineiro ver o Victor catando a bola dentro do gol que foi colocada por argentinos.


O Grêmio não tinha poder de reação. Mesmo com time misto, o Inter impunha seu jogo ao adversário, que tinha três atacantes e nenhum chute a gol em todo o primeiro tempo. O Inter quase ampliou aos 44, quando Tinga recebeu um BOLAÇO de Jajá, ele chutou desequilibrado, mas Victor pegou.

O Grêmio conseguiu chegar ao empate, no segundo tempo, em um erro do cara que quase nunca erra: Moledo perdeu a bola na defesa e teve que fazer uma falta perto da área. Fernando bateu a falta na trave e, no rebote, Werley só teve o trabalho de tocar a bola para o gol livre. O Grêmio foi superior ao Inter somente até o momento do gol. O dono da casa procurou o gol a todo instante, com Tinga jogando uma barbaridade novamente, parecendo um mocinho. E quase o encontrou com Jajá, que jogou muito bem com suas pernas longas, quando chutou forte e obrigou Victor a tocar a bola pra fora.

Dátolo havia sido o primeiro homem do Inter, aos 20 surgiu o segundo e João Pedro Teixeira era o nome dele, 26 era a sua idade. A história surgiu quando João, o gandula, colocou rapidamente a bola na marca do escanteio para Dátolo cobrar rapidinho como sempre faz e surpreender os azuis. O árbitro já havia anulado a jogada, mas mesmo assim Vanderlei Luxemburgo, o grande, o protegido da imprensa, deu “piti” e foi tirar satisfação com o gandula e, há quem diga, também deu um tapa no profissional do Inter. Então, o árbitro apontou o dedo da rua para o técnico do Grêmio. Luxemburgo ainda foi tirar satisfações com o árbitro, mas ele já havia sido expulso da área técnica.

Se o Grêmio não estava bem das pernas com Luxemburgo na beira do gramado, sem ele, o time caiu em queda livre. Aos 31, Fabrício (o terceiro homem do Inter) consagrou suas belas atuações que vinha fazendo com a camisa do Inter com uma cabeçada depois do escanteio cobrado por Jajá. E o Victor? O Victor foi catar a bola no gol novamente... O Fabrício? O Fabrício foi comemorar o gol com os GANDULAS! O Inter podia ter feito três gols dentro de poucos minutos: Tinga tocou para Damião, que se livrou do zagueiro, chutou e quase que Victor aceita; um minuto depois, Índio chuta de fora da área, quase; mais um minuto depois, Jajá cobra falta e a bola raspa na rede pelo lado de fora. O jogo acabou com uma pressão enorme do Inter sobre o Grêmio.

Jajá mostrou que o primeiro jogo dele pelo Inter não havia sido uma raridade. Deu muita qualidade ao Inter hoje, passes longos, infiltração, chutes de fora da área. Sandro Silva deve ter seu contrato com o Inter renovado. Entrou no time e mostrou muitíssimo bom serviço. Fabrício tá merecendo lugar no time titular, tem vontade e menos técnica que Kleber mas, normalmente, a falta de vontade do Kleber-chicletinho acaba ofuscando completamente a sua qualidade. D’alessandro, mesmo não estando jogando, mostra porque é ídolo incondicional desse clube. Depois do jogo o gringo foi entrevistado, com a voz rouca, os olhos marejados e visivelmente feliz, disse que fica muito nervoso quando não pode jogar, que sofre e grita muito mais do que quando está em campo.

O Inter conquistou a Taça Farroupilha e a passagem para a final do Gauchão contra o Caxias. Mais uma vez, o Grêmio foi desbancado pelo Inter em mata-mata. Com gandula ou não, com time completamente titular ou não, o Inter, ROTINEIRAMENTE, passa pelo Grêmio sem fazer muito esforço. O Inter conquistou hoje um turno do Gauchão sem foguetório, sem buzinaço e nem rua trancada... isso é ser GIGANTE!


Jesús, gandula e Fabrício: Inter mata o Grêmio em mais um mata-mata

Gauchão: Inter 2x1 Grêmio

O Grêmio eliminaria o Inter dentro da sua própria casa e faria nascer uma crise imensa no rival? O Inter iria sentir muito os desfalques do time? O Inter iria ser posto na roda pelo time do vangloriado pela imprensa, o supostamente glorioso, o melhor, o grande, o querido Luxemburgo? O Grêmio conseguiria diminuir a laaaaaaaarga vantagem de vitórias que o Inter sobre os azuis? NÃO. Gigantemente não! Os números falam por si. O Inter está, há anos, estagnado nas primeiras posições enquanto o rival...

O greNAL começou muito antes do jogo. Na sexta-feira, Oscar conseguiu um habeas corpus que dava a ele o direito de jogar onde quisesse e o garoto deixou claríssimo que nenhum outro clube do mundo o interessaria mais que o Inter no momento. A participação do jogador no greNAL dependia de a CBF colocar o nome dele no BID tão rápido quanto o fez pra tira-lo de lá – o que não aconteceu, claro; afinal a CBF só favorece o eixo Rio-SP. O Grêmio, por sua vez, teve boa participação na não colocação do nome do garoto no BID, pois pressionou a CBF para não fazê-lo e conseguiram excluir a hipótese de o Inter contar com Oscar no greNAL. Os azuis pensavam que sem o garoto poderiam conseguir uma vantagem maior. Eu disse “pensavam”! Perto do início do jogo, alguém jogou sal grosso no banco de reserva do Grêmio e, depois, Luxemburgo não divulgou a escalação do seu timeco no tempo exigido: às 15:15. E o mistério durou até o início da partida porque o Grêmio entrou em campo com quase todos os jogadores reservas junto dos titulares. Então, só soubemos da escalação do rival quando o árbitro autorizou o início do jogo. Mais uma vez, os azuis pensavam que dessa forma conseguiriam confundir os jogadores colorados e ter uma vantagem sobre os donos da casa. Eu disse, novamente, que eles “pensavam”!

O jogo começou e o Inter tinha mais atitude. Aos 8 minutos, Dátolo cobrou uma falta e Damião enroscou de cabeça, mas a bola parou nas mãos do Victor. Dois minutos depois, depois de Fabrício ter feito fila e cruzado, Damião cabeceou no cantinho e Victor pegou outra vez. A torcida cantava cada vez mais alto, parecia que ela sabia que uma redenção aconteceria... O homem que perdeu o pênalti, quem sabe o pênalti mais importante do Inter no ano, contra o Fluminense; o homem que desobedeceu às ordens do comandante e os pedidos dos companheiros; o homem que pediu bênção dos deuses antes de cobrar a penalidade e errou viu a bola cair aos seus pés aos 36 minutos de jogo no greNAL. Na sua frente, Victor. Nos seus pés, a esperança do título da Farroupilha e a vaga na final do Gauchão. Na rede, o gol que Dátolo fez depois de ter chutado forte e ver Victor catando a bola dentro do gol. É rotineiro ver o Victor catando a bola dentro do gol que foi colocada por argentinos.


O Grêmio não tinha poder de reação. Mesmo com time misto, o Inter impunha seu jogo ao adversário, que tinha três atacantes e nenhum chute a gol em todo o primeiro tempo. O Inter quase ampliou aos 44, quando Tinga recebeu um BOLAÇO de Jajá, ele chutou desequilibrado, mas Victor pegou.

O Grêmio conseguiu chegar ao empate, no segundo tempo, em um erro do cara que quase nunca erra: Moledo perdeu a bola na defesa e teve que fazer uma falta perto da área. Fernando bateu a falta na trave e, no rebote, Werley só teve o trabalho de tocar a bola para o gol livre. O Grêmio foi superior ao Inter somente até o momento do gol. O dono da casa procurou o gol a todo instante, com Tinga jogando uma barbaridade novamente, parecendo um mocinho. E quase o encontrou com Jajá, que jogou muito bem com suas pernas longas, quando chutou forte e obrigou Victor a tocar a bola pra fora.

Dátolo havia sido o primeiro homem do Inter, aos 20 surgiu o segundo e João Pedro Teixeira era o nome dele, 26 era a sua idade. A história surgiu quando João, o gandula, colocou rapidamente a bola na marca do escanteio para Dátolo cobrar rapidinho como sempre faz e surpreender os azuis. O árbitro já havia anulado a jogada, mas mesmo assim Vanderlei Luxemburgo, o grande, o protegido da imprensa, deu “piti” e foi tirar satisfação com o gandula e, há quem diga, também deu um tapa no profissional do Inter. Então, o árbitro apontou o dedo da rua para o técnico do Grêmio. Luxemburgo ainda foi tirar satisfações com o árbitro, mas ele já havia sido expulso da área técnica.

Se o Grêmio não estava bem das pernas com Luxemburgo na beira do gramado, sem ele, o time caiu em queda livre. Aos 31, Fabrício (o terceiro homem do Inter) consagrou suas belas atuações que vinha fazendo com a camisa do Inter com uma cabeçada depois do escanteio cobrado por Jajá. E o Victor? O Victor foi catar a bola no gol novamente... O Fabrício? O Fabrício foi comemorar o gol com os GANDULAS! O Inter podia ter feito três gols dentro de poucos minutos: Tinga tocou para Damião, que se livrou do zagueiro, chutou e quase que Victor aceita; um minuto depois, Índio chuta de fora da área, quase; mais um minuto depois, Jajá cobra falta e a bola raspa na rede pelo lado de fora. O jogo acabou com uma pressão enorme do Inter sobre o Grêmio.

Jajá mostrou que o primeiro jogo dele pelo Inter não havia sido uma raridade. Deu muita qualidade ao Inter hoje, passes longos, infiltração, chutes de fora da área. Sandro Silva deve ter seu contrato com o Inter renovado. Entrou no time e mostrou muitíssimo bom serviço. Fabrício tá merecendo lugar no time titular, tem vontade e menos técnica que Kleber mas, normalmente, a falta de vontade do Kleber-chicletinho acaba ofuscando completamente a sua qualidade. D’alessandro, mesmo não estando jogando, mostra porque é ídolo incondicional desse clube. Depois do jogo o gringo foi entrevistado, com a voz rouca, os olhos marejados e visivelmente feliz, disse que fica muito nervoso quando não pode jogar, que sofre e grita muito mais do que quando está em campo.

O Inter conquistou a Taça Farroupilha e a passagem para a final do Gauchão contra o Caxias. Mais uma vez, o Grêmio foi desbancado pelo Inter em mata-mata. Com gandula ou não, com time completamente titular ou não, o Inter, ROTINEIRAMENTE, passa pelo Grêmio sem fazer muito esforço. O Inter conquistou hoje um turno do Gauchão sem foguetório, sem buzinaço e nem rua trancada... isso é ser GIGANTE!


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Beira-Rio vestido de vermelho, Dátolo e... Ah, a trave!

Libertadores: Inter 0x0 Fluminense

O maior medo de todos os colorados era, justamente, levar gol. Mais uma vez a história se repetia: Inter não tinha seus dois principais e mais decisivos jogadores, D’alessandro e Oscar. O primeiro por lesões consecutivas, o segundo por rolo com o São Paulo. E mais uma vez o Inter entrava em campo na base da superação, com jogador voltando de lesão sob o risco de sair dele com uma pior. Em compensação, o Inter tinha uma casa não totalmente lotada, mas que cantava por dois Beira-Rio’s. Na recepção, um túnel de fogo fez o coração dos jogadores bater mais forte. Na hora do hino rio-grandense, 32 mil vozes entoaram com emoção o hino da nossa pátria. Na hora da escalação, uma vaia ensurdecedora para as lendas coloradas: Sobis, Edinho e o eterno Abelão. 

O Inter começou o jogo extasiado com a torcida e na base da garra nos primeiros 15 minutos, com muita marcação por parte dos dois times e pouca criatividade. O Inter esboçava tentativas, mas não havia ninguém na frente pra receber a bola e, quando havia, erravam passes em demasia. O Fluminense, quando Sandro Silva e Guiñazu (que jogou uma barbaridade nos seus 250 jogos com a camisa colorada) não conseguiam tirar a bola dos tricolores, eles assustavam. O primeiro tempo acabou num 0 a 0 muito tenso. À medida que acabou tenso, começou o segundo tempo pegando fogo. Com Jajá e sem Dagoberto (sentiu a coxa, uma novidade), o Inter tomou fôlego e pressionou muito o Fluminense.

Foram alguns minutos de bate-rebate dentro da área do Fluminense. Aos 2 minutos, Damião aproveitou uma rebatida de bola da zaga e chutou forte, mas Cavalieri pegou. Em seguida Tinga disputou a bola e quase marcou. Diante de tanta pressão do Inter, parecia que era questão de tempo para sair o gol. Ele só não saiu porque... bem, Edinho chutou Damião por trás e o árbitro marcou o pênalti - não poderia ser diferente: um colorado ajudando o Inter a sair na frente. No momento do pênalti, Dorival chamou Muriel e lhe disse para avisar o Nei que era ele quem cobraria a penalidade. Muriel correu e entregou o recado ao Nei e depois a Dátolo, mas não obteve sucesso e comunicou o então capitão Tinga que, por sua vez, não obteve sucesso e nem a imposição que um líder deve ter. Dátolo foi na bola, desobedecendo os colegas e o treinador, enxugou o suor, fez o sinal da cruz, pediu a bênção dos deuses, correu para bater visivelmente nervoso, bateu no cantinho. A bola rolou, deu uma leve quicada, Cavalieri caía no chão, no mesmo lado em que a bola ia, mas parecia que não a alcançaria. Uma eternidade se passou até que as mãos do goleiro encontraram a bola e a bola, a trave. O Beira-Rio silenciou por um segundo e logo explodiu, cantando mais forte para apoiar os guerreiros.

A bola do jogo, nos pés do homem que vinha fazendo diferença e que era a esperança colorada, parou na trave. A felicidade colorada bateu na trave. Quem sabe, a bola da classificação bateu na trave.

No minuto seguinte, Rafael Sobis – que disse que comemoraria “sem problemas” caso fizesse um gol no Inter – chutou cruzado e rasteiro e foi a vez de Muriel brilhar. Com a ponta dos dedos, a muralha colorada colocou a bola pra fora. O Inter continuava tentando, pressionando, Jajá havia dado uma movimentação muito boa ao meio campo com suas pernas longas, mas D’alessandro e Oscar faziam falta. Muita falta. No último minuto de jogo, mais um bate-rebate na área e o contestado Jô, pegou uma bola de puxeta e meteu ela na TRAVE. O árbitro apitou.

A classificação não é impossível, muito pelo contrário. Ontem achamos que tudo estava acabado, hoje, com a cabeça fria, dá pra entender. O Fluminense vai partir pra cima, eles é que tem a obrigação de vencer agora, eles estarão na casa deles, com os torcedores deles. Se o Inter encaixar UM contra-ataque, a casa do tricolor cai.

A minha teoria: alguém fez uma macumba muito forte contra o Inter ou tem um gremista-nazista infiltrado do departamento médico do Inter. Alguma coisa de muito errada está acontecendo ou com os preparadores físicos ou com o DM. D’alessandro jamais teve um histórico de lesões assim e isso precisa ser revisto. O Inter vai sem meio campo novamente pro Rio de Janeiro jogar contra o Fluminense e precisa empatar com gol. Ainda dá pra se classificar, mas o que não dá é jogar uma Libertadores na base da “superação”... afinal, nem isso não tá ajudando o Inter.

Pra encerrar: que show da torcida colorada. Que calor. Que emoção! A Guarda Popular, felizmente sem o Hierro, deu outro ar para a torcida.

AVANTE, INTER!

domingo, 22 de abril de 2012

Jesús gringo, aguerrido e peleador

Gauchão: Inter 4x0 Veranópolis

A semana foi tensa, dura, e a que está por vir promete muito mais. Mas hoje o Inter precisava vencer e convencer, para passar para a final da Taça Farroupilha, esperar o Grêmio no Beira-Rio e se preparar para pegar o Fluminense no meio da semana. D’alessandro, de tanto levar paulada no jogo, saiu de campo lesionado e com a pior expressão possível: de dor. É quase certa a sua ausência nos próximos dois jogos, Nei não joga o greNAL, suspenso e Kleber com desconforto não joga na quarta. Como se pode ver e como vemos há bastantinho tempo, é uma lesão atrás da outra principalmente nos jogadores do meio campo e estamos entrando em campo com o setor de armação quase que reserva. A vida complica assim...

Contra o Veranópolis hoje era outra história. O time visitante esboçava uma defesa segura e forte, com marcação individual, mas aos 17, depois de muita pressão, o Inter consegui fura-la. Dagoberto, feito um pivô, recebeu a bola e de primeira tocou para Dátolo no meio da área que chutou forte e marcou o primeiro. Caiu nos braços de Dagoberto e chamou o restante do grupo para um abraço coletivo. Essa cena passou o espírito de imbatíveis, melhores que todos os outros, confiantes e, principalmente, a união do grupo. O jogo de quarta-feira começou ali...


As vitórias começam a nascer por gestos como este da foto: união. Da união vem a superação, o sacrifício e a vitória.

O Veranópolis tentou marcar, mas Muriel, seguro no gol, agarrou a bola. Aos 26, D’alessandro caiu com cara de quem não levantaria mais para jogar. Colocou as mãos na cabeça e Dorival logo providenciou Jajá como seu substituto. Três minutos depois, sem D’alessandro,  Jesús Dátolo brilhou de novo quando tabelou com Dagoberto e chutou, a bola bateu no jogador do VEC, ia morrendo no fundo das redes e Dátolo correu e chutou a bola garantindo seu segundo gol.

O Inter voltou mais motivado e com melhor futebol no segundo tempo. Primeiro Jajá deu uma recuada de bola pavorosa para Muriel e, se o goleiro não é rápido, o VEC faria o crime, mas “jajá” ele se redimiria. Aos 8, Jajá deu uma pintura de lançamento para Damião, livre, que driblou o goleiro, perdeu ângulo e, enquanto o procurava, o goleiro e o zagueiro chegaram no gol. Quando parecia que o artilheiro perderia o gol, Damião chutou forte, cruzado e marcou. Leandro Damião marcou e logo serviu... o camisa 9 viu Índio na outra ponta da área, livre, e cruzou milimetricamente na cabeça do zagueirão. Com um testaço, Índio mandou a bola para o gol. Quarto e último.

A lesão do D’alessandro preocupa sim. Nos últimos 2 meses foram 3 lesões musculares e isso, provavelmente, é erro na preparação física dos atletas. O preparador mudou, não teve sequência muito longa de jogos e a preparação física tem de ser revista. O que é inquestionável é a precisão da imbatível zaga quando composta por Índio e Moledo. O primeiro, com quase 40 anos, é um artilheiro e de uma precisão inigualável; o segundo, grandalhão e monstro, não deixa um passar por ele com a bola. Nei vem jogando de dar inveja e hoje ainda portou a faixa de capitão quando D’alessandro saiu. Dátolo joga uma monstruosidade! Vem sendo, disparado, o melhor jogador do Inter no últimos jogos. Brilhou hoje, chamou a responsabilidade pra si e já vem sendo referência no grupo. Dagoberto se destacou por participar dos 2 gols de Dátolo... Claro, jogar bem, ganhar quase sempre, golear e criar muita expectativa somente pela visão do time no Gauchão é ilusão. O Campeonato Gaúcho é um campeonato fácil, incomparável com qualquer outro que o Inter disputa.

No momento em que o Dátolo chamou o grupo pra um abraço coletivo, o jogo de quarta-feira começou. E tem de ser assim: se não dá na técnica, tem de ser na raça. Isso é Inter!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

No sufoco e dependência...

Libertadores: Juan Aurich 1x0 Inter

Nossa, como é ruim esse Juan Aurich. Gramado sintético? Que nada, viramos o jogo em Guadalajara contra o Chivas em 2010 num gramado desses. A qualidade do Inter é maior que todas essas adversidades... Era isso o que nós pensávamos. O Inter bobeou hoje e em Libertadores não se pode bobear. Independentemente de qualquer circunstância, num jogo de Libertadores, a camisa vermelha tem que ser vestida com gana, garra, orgulho, amor. No campo, o coração tem que estar no bico da chuteira e o corpo, resistente a qualquer cansaço. Mesmo que o time não jogue merreca nenhuma, tem que brigar pela bola, se jogar nela se for preciso. Tem que voar pra tentar um cabeceio ou esticar o braço pra marcar um gol de mão.

Não se joga Libertadores do jeito que o Inter jogou hoje. Um time apático, sem poder de reação, sem alma. Cadê o Inter do gol aos 44 contra o Estudiantes, o Inter do gol sem querer de calcanhar do Alecsandro, o Inter do primeiro tempo contra o Santos? Cadê o Inter que não precisa de tubos de oxigênio na altitude, do Tinga que sangra a cabeça, do Giuliano que faz o gol aos 40, CADÊ O INTER DAS RUAS DE FOGO?

O jogo de hoje contra o fraquíssimo ao cubo Juan Aurich teve: um pênalti não marcado para o Inter, quando quase arrancaram a camisa do fraquíssimo na quarta Bolívar; um gol do Juan Aurich depois de uma falha grotesca e vergonhosa do Bolívar, que Tejada mandou para as redes; mais um pênalti não marcado em cima do Damião; defesa do Muriel; defesa do Muriel; susto no Inter; adversário quase faz o segundo; quase fim de jogo e eis que surge a primeira chance de gol do Inter quando Jô (o cone mesmo) girou e bateu para o gol, e que Penny fez a defesa.

Ah, teve mais uma coisa no jogo: dedos cruzados dos 14 minutos do primeiro tempo (quando Bolívar boliviou e entregou o gol para o Juan Aurich) até o último centésimo de segundos para o fim do jogo rezando pra que o The Strongest não marcasse gol no Santos ou o Santos não entregasse o jogo para o The Strongest visando a eliminação do Inter. De Índio a Damião, ninguém jogou ABSOLUTAMENTE nada. Muriel, o único que mostrou ser guerreiro hoje.

Nas oitavas, o Inter pega nada mais, nada menos que o Fluminense de Abelão, Sobis e Edinho. Nesses dos jogos que definirão quem seguirá vivo na LA, o Inter vai mostrar se quer ser tricampeão, se tem espírito pra isso e se tem vontade. Vontade! Essa semana tem que ser com clima de luto e muito puxão de orelha no Beira-Rio, de vídeos motivacionais, de tratamentos com psicólogos. O Inter é muito mais do que apresentou hoje, a folha salarial mostra isso e queremos resultado dentro do campo. O gramado com dimensões reduzidas, o vento que fazia a bola mudar de curso, os dois pênaltis não marcados e o tapete sintético dificultou muito a vida do Inter, mas o Juan Aurich era infinitamente mais fraco que os times que temos no Gauchão hoje pra colocarmos a culpa da derrota nessas pequenas dificuldades.  

O Inter hoje precisou depender de resultados paralelos pra se classificar nas oitavas de final, não é assim que se forma uma equipe com espírito vencedor e muito menos que a torna vencedora.

NADA VAI NOS SEPARAR, INTER. 

domingo, 15 de abril de 2012

Com dedo e pé de maestro...

Gauchão: Inter 3x0 Cerâmica

Com D’alessandro no banco, a chuva esfriou o time do Inter, que não conseguiu jogar no primeiro tempo. Passes errados, confusão nas jogadas, criatividade zero, o time que jogou contra o Santos parecia não ser o mesmo. A única chance clara de gol na primeira etapa foi do Cerâmica. O Inter não estava bem... O único chute a gol havia sido do Gilberto e que o goleiro tinha espalmado. Mas o Inter tinha uma preciosa e cobiçada carta na manga.

Dorival colocou D’alessandro no time e bastou alguns minutos para a torcida esquecer o frio, a chuva e o mau primeiro tempo. Nem parecia que o gringo havia ficado fora do time desde 11 de março. Dátolo tocou para o gringo na esquerda, que devolveu pra Dátolo dentro da área, na marca do pênalti, este meteu uma bomba que o goleiro salvou. A bola voltou pra Dátolo que tentou emendar uma puxeta, mas ela foi alta demais... Andrés Nicolás estava em clima de aniversário, animou o time que parecia outro completamente diferente do primeiro tempo.

Tinga recebeu a bola e caiu na área, a bola sobrou com Damião que chutou forte, o goleiro salvou a pátria do Cerâmica outra vez... e outra vez quando Dátolo deu um canhotaço. Mas não salvou uma terceira vez. Na continuação da jogada o goleiro deu rebote e a bola sobrou pro Kleber que, de primeira, cruzou exatamente na cabeça do Damião na outra ponta da área. Por sua vez, Damião cabeceou e encobriu o goleiro mas não entraria no gol, aí veio Gilerto e acabou com a novela: Inter 1 a 0.

Aí, Jajá entrou no jogo e deu uma pintura de enfiada de bola pro Damião dentro da área e este deu um toquezinho com selo Messi de qualidade, por cima do goleiro, tirou a camisa, correu para a torcida e sacramentou o Inter na semifinal da Taça Farroupinha. Mas ainda teria o show do aniversariante... Depois de um toque de calcanhar de Jajá para Damião dentro da área, que foi derrubado e o árbitro marcou pênalti. D’alessandro e Nei olharam para Dorival. Nei colocou o dedo no peito como quem diz “sou eu quem bate, professor”. Logo o careca virou a cara e olhou para D’ale, que colocou o dedo no peito e foi na bola. Era ele. O gringo correu pra bola, bateu no canto e o goleiro nada pôde fazer.

Não há chuva que não cesse com D’alessandro jogando. Não há frio que não se amenize com D'alessandro em campo. Não há tristeza que não se cure com D'alessandro nos gramados. Não há jogo feio com um camisa 10 como D'alessandro! D'alessandro: o nome da vitória do Inter, do novo ânimo do Inter. Não teve somente o dedo do maestro, teve o pé inteiro... Grande, gringo!



AVANTE, INTER!

Andrés: Dos 31 para a eternidade

Ídolo, mito, lenda. De camisa 15 a camisa 10. De atleta profissional a jogador indispensável. De profissionalismo a paixão. De um ser humano a uma pessoa encantadora. De argentino a um “brasileintino” idolatrado. D’alessandro, o Andrés Nicolás, o pequenino de sorriso torto, de perninhas finas sempre ao lado de uma bola, de cabelinho louro e... Claro, aquela roupinha vermelha que usava quando pequeno não era apenas uma feliz coincidência. O pequenino de uma família humilde de Buenos Aires. Ah... bons ares o trouxeram pra cá. Mas primeiro o fizeram se destacar em outras casas pra depois fazer história na nossa. No nosso Gigante da Beira-Rio.


Quando o pequenino homem vestiu a camisa vermelha todos souberam que ali, naqueles braços desenhados que se movimentavam, naquele rosto que puxava e soltava a respiração rápido fazendo as bochechas se encherem de ar, naquelas pernas finas e curtas que se movimentavam quase que estranhamente, ali mesmo, nascia um ídolo. Não, D’alessandro é muito mais que isso. D’alessandro é parte do Internacional, não tem como, hoje, falar do Inter sem lembrar de D’alessandro.

A camisa 10 veio rápido. E quando o gringo a vestiu todos sabiam que naquelas costas finas e pequenas que carregavam o número 10, naquele peito que trazia no seu lado esquerdo o escudo mais amado da face da Terra, naquele tronco de corpo que carregava o manto sagrado, todos sabiam que ali estava nascendo o maior camisa 10 de toda a história desse clube. D’alessandro joga com o amor de um torcedor. Isso o fez entrar na lista dos maiores ídolos da história dos 103 anos do Internacional.

Nas lágrimas do gringo no título suado da sul-americana, no rosto os traços de uma tristeza irreparável ao perdeu o mundial, no choro descontrolado ao ganhar a Libertadores, no bumbo da torcida que muitas vezes recebeu as mãos de D’alessandro, na torcida que inúmeras vezes comemorou títulos vendo o gringo no meio dela, nos olhos marejados ao ver um estádio entoando seu nome e o implorando pra ficar, na porta do seu prédio ao ver torcedores tocando instrumentos e pedindo pra que ele não se fosse, no sorriso tímido e rosto feliz ao dizer que ficaria.

Nada paga a reciprocidade de amor e carinho que a torcida e Andrés Nicolás sentem um pelo outro.

Nos seus 31 anos completados exatamente hoje, D’alessandro dedicou – e ainda está dedicando – 4 anos de sua vida para dar alegria a esse povo vermelho. Ele está de aniversário, mas quem recebe o presente somos nós, os torcedores, em todos os jogos que vimos esse monstro homem vestir a vermelhinha e dedicar a ela o amor que ele a dedica. Muitos vestiram a camisa do Internacional, mas poucos dedicaram tanto amor, respeito e títulos a ela.

São os primeiros 31 anos de vida e de história de D’alessandro... rumando para a eternidade. 


domingo, 8 de abril de 2012

Ao natural...

 Gauchão: São Luiz 0x3 Inter

O treino do Inter contra o São Luiz foi para testar os reservas. Um oceano de qualidade separava o São Luiz do Inter reserva. O Inter não se esforçou. Aos 17 minutos, Jajá cruzou dentro da área para Gilberto, livre, que deu uma de “cone” e chutou pra fora. Quando o jogador está em boa fase quaaaaaase tudo colabora. Depois da PINTURA de gol contra o Santos, o Nei bateu no peito novamente e disse que era ele quem cobraria a falta. Ele disse e foi, tirou a bola completamente da barreira, o goleiro olhou-a e ela bateu na trave.

O Inter não tinha muitas preocupações com o adversário, por isso o São Luiz chegava algumas vezes, mas lhe faltava qualidade. Aos 29, João Paulo cobrou uma falta do ladinho da risca da grande área com dois jogadores na barreira. O garoto colorado cobrou, a bola desviou e foi pro gol. Aos 36, Jajá sofreu pênalti e Dátolo foi para a cobrança, mas faltou concentração, o argentino chutou pra fora. Aos 45, Jajá deu uma pintura de passe para Dátolo, dentro da área, se redimir e fazer o segundo gol do Inter.



No segundo tempo, o Inter estava relaxado, o São Luiz tentou pressionar, mas Muriel pegou todas. Aos 5, o nosso adversário cobrou uma falta e ela ficou pingando na área, Muriel voou e catou a bola. Aos 7, Sharlei, livre dentro da área, betu pra fora. Aos 32, Gilberto fechou o placar do Inter depois de uma pintura de cruzamento do Nei na cabeça o jogador colorado. O goleiro tentou a defesa, mas não conseguiu.

O Inter venceu muito bem, completamente ao natural, a qualidade dos jogadores colorados – mesmo que reservas – se sobressaiu nos momentos decisivos. Confirmamos a melhor campanha do returno do Gauchão. O Inter utilizou mais reservas que titulares, afinal, esse foi só um treino. Tudo pela Libertadores! 

Nas ruas, no estádio e no campo: garra de quem quer vencer!

Libertadores: Inter 1x1 Santos

A vida do Inter, nos seus 103 anos, foi muito parecida com esse jogo: sofrido, brigado, pegado, com sangue nos olhos. No dia 4 de abril de 1909 nascia em Porto Alegre o clube que daria sentido a vida de uma nação, que traria alegria aos tristes, saúde aos doentes, riqueza espiritual para os pobres e que mesclaria ricos com pobres, homens com mulheres, crianças com idosos, negros com brancos. Nascia ali um clube que aceitaria todas as pessoas de braços abertos sem preconceito algum, aliás, abriu as portas pra todas as pessoas com esse fim: acabar com preconceito.

Em 2010, quando o Inter jogaria a partida de ida da Libertadores da América contra o São Paulo no Beira-Rio, foi proibido os sinalizadores nos estádios. Inteligentemente, a torcida usou os sinalizadores fazendo um corredor de fogo. Nessa quarta-feira, contra o Santos, o corredor de fogo que levava os jogadores até o estádio foi muito maior. Milhares de torcedores fizeram Porto Alegre virar em chamas vermelhas. O clima dentro do estádio não era diferente, 39 mil pessoas lotaram todos os espaços possíveis do Gigante da Beira-Rio.


O jogo começou com olhares tensos, nervosos, concentrados. O Inter sem três dos seus principais e mais fortes olhares: D’alessandro, Guiñazú e Oscar – e eles fizeram muita falta. Dorival Júnior, apesar dos desfalques insubstituíveis, montou a equipe de forma perfeita e inteligentíssima. O jogo era truncado, o Inter fazia marcação inquestionável, Neymar não conseguia jogar. Alguém marcava o garoto santista e outro ficava na sobra, raras foram as vezes que ele conseguiu arrancar.

O Inter mostrou a força do grupo e do Beira-Rio logo aos 8 minutos... um alento para a torcida. Num falta, Nei bateu no peito e disse que era ele quem cobraria. Olhando fixamente para a bola, o careca partiu e chutou. A bola passou muito longe da barreira, foi descendo, foi descendo e acabou no ângulo do goleio Rafael, que nada pôde fazer. GO-LA-ÇO! Nei corre, sente o calor da torcida e bate com toda força no escudo da camisa. Alguns minutos depois, Kleber chegou na ponta da área e chutou, Rafael se esticou todo, mas a bola passou pertinho da trave.

Numa das raras vezes em que Neymar conseguiu jogar ele tocou para Ibson livre dentro da área, que chutou e Muriel, sensacionalmente, fez uma defesa espetacular. O Santos teve mais posse de bola, porém, não conseguia furar a forte marcação do Inter no primeiro tempo. Na segunda etapa, aos 17 minutos, Neymar arrancou e chutou no cantinho, Muriel se jogou e agarrou. Dois minutos depois, após uma pressão santista, Alan Kardec subiu mais alto e cabeceou, Muriel não teve o que fazer.

Jajá havia acabado de entrar e recebeu a bola, de primeira, um canhotaço para o gol. Rafael fez a defesa de salvação do Santos. Nos minutos finais de jogo, o lance mais perigoso partiu do Santos, Neymar entrou na área e chutou à queima-roupa, Muriel iluminado fez uma defesa quase impossível. Ele ainda tenta pegar o rebote, mas a zaga colorada afasta. Ainda havia tempo para Moledo ser expulso por falta dura.

Obviamente um empate em casa nunca é bom. Pesando as circunstâncias não foi tão ruim assim: Inter sem D’ale, Guiña e Oscar (ou seja: Inter sem o meio campo que cria) e Santos com o que tinha de melhor. Sandro Silva fez a melhor partida com a camisa do Inter. Foi inteligente, armou jogadas, deu lençol, caneta – antidoping no cara!.  Os dois verdadeiros destaques do jogo foram Muriel e Tinga. O primeiro defendeu quase tudo. Se não fosse ele tínhamos perdido em casa, sem dúvidas. O segundo chamou a responsabilidade para si, organizou o time, ajudou o Dorival a fazer a escalação, chamou as jogadas, criou, defendeu, marcou, buscou o gol, correu feito doido em todos os setores do Inter, saiu no final do segundo tempo por que não conseguia parar em pé. Tinga é o verdadeiro exemplo de que o Inter foi um time heroico, foi aquele time com espírito pra ser campeão. Eu não vi isso no Inter de 2011, mas vi no Inter de 2010 e no Inter de quarta-feira. Nei fez um gol de fora da área na Libertadores de 2010 e fez gol de fora da área na Libertadores 2012. No final de tudo isso veremos se é apenas uma coincidência ou esse gol do careca quis dizer-nos alguma coisa.

Quando um time joga uma Libertadores e sua torcida enche o estádio, faz uma festa tão linda quanto a que a torcida do Inter fez, e quando os jogadores entram com a vontade de vencer como a que os jogadores do Inter tinham, esse clube tem muitas chances de ser campeão. Eu vi espírito de campeão na equipe do Inter. Tomara que isso dure até levantar a taça!

AVANTE, INTER!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O anfitrião dos 103 anos.

Nasci na rua e, foi na rua, que me criei. Ali cresci, aprendi, me formei. Na faculdade da vida. Mas me formei. Aliás, mais que isso: me formei colorado. Eu não tenho nada mais que um carrinho de supermercado, forjado de um dia de chuva, onde carrego, diariamente, meus poucos pertences: um cobertor furado, alguns papelões que, semanalmente, eu troco, uma panela, relativamente, em bom estado, e, principalmente, meu companheiro de dias frios, calor intenso e solidão: meu cachorro Chiquinho, em homenagem ao lateral que fez sucesso nos primórdios da geração Internacional, do nosso Internacional.
Minha vida nunca foi fácil. Não tenho esposa, não tenho filhos, não tenho família. Tenho o Inter. Se os jogadores soubessem que aquele carrinho que não deram, aquele treino que não se esforçaram, aquele chute que evitaram, o campeonato que perderam... se soubessem que isso fez falta à minha única alegria... Porque o colorado move, absolutamente, toda a minha esperança de felicidade. Eu não tenho nada a mais que as perspectivas que o Inter me gera. E podia não ser Inter. Mas optei pelo vermelho, pelo clube que, desde os primórdios aceita a todos. Sem distinção, sem preconceito. Um clube que aceita negros, índios, brancos, gabirus e homens, do povo, da rua, como eu.
Lembro bem daquele titulo de 75. Do calor que fazia. Ao final do jogo, e do iluminado gol do Figueroa, eu, ainda menino, brincava com os limões que utilizava pra ganhar esmola. Sorriso de orelha a orelha. Nos carros, gremistas sisudos, que rumavam para o aconchego de um lar, o conforto de uma família. Tristes. E eu, ali. Menino, pobre, mendigo. Mas feliz. Porque o Inter me proporcionou isso.
E aquela noite, da Libertadores, de 2006? um frio intenso, amenizado com uma conquista ímpar. Difícil alguém, nesse mundo, ter sido mais feliz que eu, sem casa, sem rumo, sem futuro. Mas campeão da América. Ali eu me juntei a vocês. E recebi abraços sem ninguém se importar com minhas condições social, higiênica, profissional. O Inter me proporcionou ser gente naquela noite. Chorar abraçado com aquele senhor do carro importado, que me vira a cara todos os dias, de manhã, quando lhe peço uma moeda. Cantar junto dos meninos universitários, ser anfitrião, na rua, na minha casa, da festa da minha família vermelha de milhões de colorados.
É como se eu não tivesse casa e ainda assim, meu lar fosse sede de uma Copa do Mundo. É como se eu não tivesse família e ainda assim, tivesse milhões de irmãos.
Hoje eu vivo na rua, como sempre vivi. E é na rua que estarei no aniversário do meu melhor amigo. É da rua que ouvirei o entoar de uma torcida apaixonada e incansável. É nas ruas, nas ruas de fogo que eu estarei presente, como estarão milhares de outros, como eu, que, independente da condição social, é colorado de alma e coração. Sinta-se bem vindo à rua, minha casa, meu amado colorado, para começar a cantar os parabéns ali, e vencer os imbatíveis. Somos, como sempre fomos, insuperáveis, na arte de surpreender a vida.

Um morador das ruas. De fogo.

Por: Nando Rocha. 

Com a cabeça na quarta, Damião brilha... de novo

Gauchão: Inter 1x0 Canoas

O Inter, sem Kleber, Oscar, D’alessandro e Guiñazú recebeu o Canoas no Gigante com parte da arquibancada inferior destruída. Com a calmaria de um treino, o Inter não se esforçou, jogou o necessário pra vencer. Afinal, tudo está sendo feito pensando na quarta-feira, pensando no Santos, no jogo de volta no Beira-Rio, onde só ganharemos com muito, mas muito sangue nos olhos.

Com o jogo morno, a primeira oportunidade do Inter apareceu aos 14 minutos. Nei cruzou fechado e a bola ia encobrir o goleiro Vaná, mas ele voou e conseguiu espalmar a bola que ficou dentro da área, na hora H do chute do Tinga, foi-lhe arrancado o doce da boca... a zaga havia afastado a bola. Enquanto a imprensa fala, enquanto os outros acreditam, enquanto os outros se preocupam com a SUPOSTA má fase do Damião, ele cala a boquinha de todo mundo metendo gols de todo jeito. Um minuto depois do primeiro lance, João Paulo fez jogada individual e pifou Damião, primeiro chuta em cima da zaga, mas a bola volta pra ele e não desperdiça. Todo time queria ter um jogador na má fase do Damião, né? É um GIGANTE esse guri, como pessoa e como jogador!


Aos 20 o Canoas deu o ar de sua graça quando Davi ajeitou e deu meia bicicleta, Muriel catou. Pouco depois, Nei cruza da direita, Damião entra na área correndo feito louco e dá um toque sutil na bola, Vaná opera um milagre. A boa sobra para Dagoberto que, já no chão, cabeceia a bola que ia ao encontro das redes, Vaná, por incrível que pareça, operou outro milagre. Faltando segundos para acabar o primeiro tempo de jogo, Damião recebeu a bola na área cercado por quatro jogadores do Canoas, ajeitou a bola (supostamente com o braço), e foi de bicicleta. Sabem onde ela foi parar? Dentro do gol. GOLAÇO... anulado.

O segundo tempo foi mais morno que água de chimarrão quando fica parada por duas horas. O Inter poupou-se de correr e de atacar, o Canoas não tinha forças pra passar pela defesa colorada e desse jeito o tempo correu. No minuto final do jogo, Damião, sempre ele, chutou cruzado dentro da área, pra fora!

Há muito tempo viemos falando do jogo de quarta-feira porque ele é muito mais que um jogo, é o aniversário do Inter, vai ter Rua de Fogo, vai ter festa no Gigante e vai ter que ter doação, superação e sangue nos olhos. Ouso em dizer que se o Inter – com desfalques do tamanho do D’alessandro, do Oscar e do Guiñazú – vencer o Santos sem três dos seus principais e mais decisivos jogadores, a probabilidade de sermos campeões passar a ser três vezes maior. Não tenho dúvida que o maior desafio do Inter nessa Libertadores vai ser o jogo de quarta-feira, com Gigante lotado.

EU ACREDITO!